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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

23 agosto, 2025

A Menina e Seu "Olhar"

Aleatoriamente um toque de poesia


A menina não sabia que carregava um segredo.
Não era nos cabelos, nem na pele mas no olhar.
Havia nele algo que não se explicava: um lampejo de quem já tinha chorado e, ainda assim, guardava a coragem de sorrir.

O olhar da menina não pedia licença. Ele acontecia.
E quem ousava encontrar-se com ele, ficava marcado  não pelo que via, mas pelo que sentia.

Porque a verdade é que o olhar não falava dela.
Falava do mundo.
E talvez fosse isso que a tornava tão misteriosa: ser reflexo da menina e ser adulta ao mesmo tempo.




Fernanda

22 agosto, 2025

Quando a Noite Fala com Deus

Aleatoriamente um toque de poesia



A lua sobe, mansa, pela encosta do céu,
como um suspiro branco no véu da escuridão.
A noite, em prece muda, tira o chapéu,
e a alma se recolhe em contemplação.

Há um silêncio que não pesa consola.
Um brilho que não cega conduz.
A lua não fala, mas tudo ela acolhe,
como se fosse a lanterna de Jesus.

Deus caminha no escuro com os pés descalços,
sente as dores que a cidade não diz.
E enquanto o mundo se esconde em seus falsos,
Ele vigia o pequeno, o aflito, o infeliz.

A noite é o templo onde o mistério habita,
mas não há sombra que Deus não ilumine.
E a lua, tão alta, tão clara e bendita,
é a lembrança que no céu Ele assine.

É quando o mundo parece dormir,
que as estrelas se tornam oração.
E Deus, no silêncio, começa a ouvir
os murmúrios mais fundos do coração.

Então, se à noite você sentir saudade,
ou medo, ou sede de um sentido maior,
olhe a lua  ela guarda a verdade:
há um Deus ali perto, em suave amor.



Fernanda

Máscaras Social.

Aleatoriamente um toque de poesia

Aceitando com honra o convite da nossa querida amiga Rosélia.

Tema:

Amiga Roselia,

Que alegria poder celebrar com você este momento tão especial: mais um aniversáriodo seu cantinho. A 16 anos preciosos do seu blog. Que se tornou um espaço de encontro, inspiração e delicadeza. Não é apenas um cantinho virtual é uma verdadeira morada de afetos, reflexões e partilhas, onde cada palavra plantada floresce em quem passa por aqui. 
https://www.idade-espiritual.com.br/





As máscaras sociais são muitas, e cada uma delas se apresenta como um personagem que vamos encenando pela vida. Algumas nos protegem, outras nos ferem em silêncio, outras ainda nos aproximam daquilo que verdadeiramente somos.

Há a máscara da cordialidade, que veste o sorriso fácil, mesmo quando o coração deseja silêncio. Ela nos ajuda a manter a harmonia, mas pode sufocar o que é autêntico em nós.

Há a máscara da força, quando dizemos “está tudo bem” e por dentro estamos frágeis. Ela é escudo, mas também prisão, pois impede que o outro nos alcance com cuidado e ternura.

A máscara da perfeição talvez seja a mais comum em nosso tempo: vidas polidas nas redes, cenários impecáveis, enquanto o bastidor da alma se mantém oculto. Ela encanta, mas também distancia.

E há ainda a máscara da indiferença, que endurece o rosto e finge não sentir. Nela mora um coração ferido que se protege do mundo, ainda que à custa da própria sensibilidade.

Mas também existem máscaras luminosas. A máscara da empatia, que não disfarça, mas amplia; vestir o lugar do outro, ainda que por instantes, é gesto de rara humanidade. E a máscara da fé, que não encobre a dor, mas a transfigura: uma confiança silenciosa que sustenta quando nada mais sustenta.

Todas elas, cada qual em seu tempo, nos acompanham. Talvez o segredo seja não nos deixar aprisionar em papéis que não são nossos, aprendendo a despir o rosto até que reste apenas o ser nu: vulnerável, imperfeito, mas profundamente humano.

Parabéns pra você, nesta data querida....



Fernanda



21 agosto, 2025

O Fio da Meada

Aleatoriamente um toque de poesia
Crônica



O planeta anda doente, e não falo apenas da natureza que clama por socorro. Adoece também o coração humano. Na clínica, vejo rostos aflitos, olhares perdidos, passos apressados de quem tenta escapar de dentro de si. Até as crianças  tão pequenas e frágeis carregam sintomas de um estresse precoce, como se já lhes tivessem roubado a leveza da infância.

Deus do céu! Falta amor. Falta colo. Falta escuta. O que sobra são gritos e gritos não são diálogo. O ser humano precisa aprender a falar com mansidão e, mais ainda, a ouvir com paciência. Precisa ousar dar o primeiro passo em direção ao perdão, porque esperar que o outro se mova primeiro é prolongar o abismo.

Dizem que a pandemia nos ensinaria algo. Mas parece que muitos se esqueceram antes mesmo de cicatrizar as feridas. Continuamos correndo atrás de banalidades, como se o essencial pudesse ser adiado. O planeta grita, as famílias gritam, as crianças gritam. E quase ninguém escuta.

É preciso achar o fio da própria meada. Cada um precisa mergulhar dentro de si e perguntar: o que tenho feito do amor que me foi dado? Porque sem o Criador fonte de tudo o que somos e temos não passamos de poeira soprada pelo vento.

E talvez o verdadeiro remédio para este mundo cansado seja exatamente este: reencontrar Deus dentro de nós, não nas palavras prontas, mas no gesto cotidiano de amar, perdoar e recomeçar.

Outro dia, entrou na clínica uma mãe ofegante, arrastando o filho de sete anos pela mão. A criança, com os olhos marejados, não parecia doente do corpo era a alma que pesava. Enquanto a mãe falava sem parar, despejando suas angústias em tom de reclamação, percebi que o menino apenas queria colo, apenas queria silêncio para poder existir. Quantas vezes, na ânsia de cuidar, não esquecemos de olhar?

Também recebi um senhor que chegou com palpitações no peito. Temia um enfarte. Os exames, no entanto, diziam outra coisa: o coração físico estava forte, mas o coração das emoções se encontrava exausto de tanto rancor acumulado. A cada palavra, ele falava mais dos erros alheios do que das próprias dores. Como explicar que o perdão é, muitas vezes, o maior remédio?

E não é só dentro da clínica. Caminhando pela rua, ou no supermercado, vejo a pressa estampada nos rostos, a falta de paciência em filas, a incapacidade de sorrir para o desconhecido. É como se estivéssemos todos hipnotizados pela rotina e tivéssemos esquecido de que a vida é um sopro que pode se desfazer num segundo.

Olhar o mundo hoje é, de fato, sentir-se um pouco louco. Como pode tanta banalidade ocupar tanto espaço? Conversas sobre compras, disputas por coisas passageiras, ofensas lançadas com a leveza de quem joga papel no vento. Mas quando se fala de alma, de amor, de Deus… aí sim o silêncio toma conta, e quase ninguém se aproxima.

O fio da meada não está perdido. Ele continua em nossas mãos. Só que alguns o deixaram enrolar demais, nós sobre nós, esquecendo que desenrolar exige calma, paciência e coragem de recomeçar. Talvez seja isso que o Criador nos pede: menos gritos, mais escuta; menos correria, mais presença; menos medo, mais fé.

E se o planeta está doente, é porque nós, seus filhos, também estamos. O mundo não precisa apenas de tecnologia, mas de afeto. Não precisa apenas de progresso, mas de humanidade. Quem sabe, se cada um reencontrar dentro de si o fio da própria meada, possamos costurar um tecido novo  mais leve, mais justo, mais divino.

Hoje foi outra criança. Trazia os olhinhos marejados e um silêncio profundo, desses que gritam mais do que qualquer palavra. A mãe, aflita, queria respostas rápidas: exames, remédios, soluções. Mas a pequena não tinha dor de cabeça, não tinha dor de estômago, não tinha febre. O que havia nela era uma dor invisível  a dor de viver em uma casa onde ninguém escuta.

Enquanto a mãe falava, percebi que a menina se encolhia ainda mais. Pedi que me contasse sobre suas brincadeiras. Ela demorou a responder, como quem busca na memória algo esquecido. Por fim, disse baixinho: Não tenho tempo de brincar. Mamãe e papai brigam muito.

Deus do céu, pensei de novo. Quantas crianças carregam pesos que não são seus? Quantos pequenos estão sendo moldados pelo barulho das discussões, pela frieza dos gestos, pela ausência de abraços? O estresse que chega cedo demais rouba a infância e marca para sempre o adulto que virá.

É curioso e triste perceber que muitos adultos buscam remédio para curar sintomas, quando o verdadeiro tratamento começa no afeto. Um abraço, um pedido de desculpas, uma conversa sem pressa, uma refeição compartilhada em paz: eis terapias que não se vendem em farmácia.

Hoje, ao ver aquela menina, senti ainda mais forte que o planeta não está doente sozinho. Ele apenas reflete os adoecimentos que nascem dentro de cada lar, dentro de cada coração. E, ao mesmo tempo, me veio uma certeza doce: se a doença começa em nós, a cura também começa.

Talvez a lição esteja nisso: perceber que cuidar de uma criança, ouvir seu silêncio e respeitar suas lágrimas é, de alguma forma, cuidar do mundo inteiro.

Eu a sentei no colo e contei uma história. Daquelas simples, inventadas na hora, em que uma borboleta perdida encontra um jardim cheio de flores coloridas. Enquanto falava, vi os olhos dela se acenderem, vi sua respiração ficar mais leve. A cada detalhe que eu criava, ela mergulhava no enredo como quem, finalmente, tinha um lugar para descansar a alma.

Logo, estava sorrindo. O rosto que antes era sombra se tornou luz. As mãozinhas, antes fechadas, se abriram para brincar com o meu anel, como se ali estivesse a chave de uma nova esperança. A mãe, observando ao lado, parecia não acreditar: como uma história pode fazer mais do que tantas palavras de repreensão?

Foi então que percebi: talvez o que mais falte no mundo não sejam soluções complexas, mas gestos singelos. Contar uma história. Sentar-se junto. Ouvir sem pressa. Um colo pode ser mais terapêutico que qualquer remédio.

O planeta está doente, sim. Mas sua cura começa em pequenos sorrisos restaurados. Em cada criança que volta a brincar. Em cada adulto que se permite perdoar. Em cada família que reaprende a escutar. Não precisamos esperar milagres grandiosos: o milagre já está acontecendo quando alguém encontra amor em meio a confusão.

E enquanto a menina, corria pelo corredor com passos leves, senti dentro de mim uma certeza profunda: se quisermos um mundo novo, precisamos apenas lembrar que somos todos fiandeiros da mesma meada. E que cada gesto de amor é um ponto de costura no grande tecido da vida.
Pense nisso!



por Fernanda

Pessoa

Aleatoriamente um toque de poesia




Recebi seu e-mail. Li com atenção, respirei fundo e decidi responder, mas com calma afinal, Aleatoriamente é meu divã, e é nele que coloco tudo que sinto.

Suas palavras poderiam até machucar, se eu deixasse. Mas deixo claro: não machucaram. Chego a cada canto do meu jeito, no meu tempo, porque amo comentar, brincar, visitar… amo o que faço. Não me obrigo a nada, porque sigo sempre meu coração. Cobrança? Essa deixo bem longe dele.

Você disse que parece que tenho “amigos cativos”. Na verdade, só visito mais a eles. Isso não procede. Mas lhe digo: meus amigos de muitos anos são como família para mim, somos laços de estima, compreensão e respeito. Mas os novos amigos também são viu? Esses são os valores que realmente importam. E sim, aqueles que me chamam de Nanda, Fernandinha, ou qualquer outro apelido carinhoso, são valiosíssimos no meu coração. Temos histórias de blogs antigas.

Então, respire. Respire comigo, Pessoa. Relaxe seu coração, se despeça de pensamentos negativos, flua. O mundo é grande demais para pequenos ataques. E, cá entre nós, o Aleatoriamente sempre terá espaço para rir, refletir e seguir em frente.

Hoje pensei muito sobre o que significa realmente respeitar alguém. Respeito não é apenas um gesto educado, um “por favor” ou um “obrigada” pronunciado no momento certo. Respeito é acolher o outro em sua essência, nas suas histórias, nas suas dores e nas suas alegrias. É olhar para o coração alheio e saber que, ali, existe um universo inteiro que merece ser tratado com cuidado.

Entenda que o carinho, por sua vez, é a forma mais delicada de linguagem que temos. Ele não se impõe, não se cobra, não exige retorno imediato. O carinho é uma trilha silenciosa que liga almas. Está nas palavras que escolhemos, no tempo que dedicamos, no olhar que demora um pouco mais, atento e ternamente presente. É um ato de amor que floresce devagar, mas que permanece.

E o cativar… ah, cativar é um exercício diário de atenção e gentileza. Cativar é reconhecer o brilho do outro sem ofuscar, é celebrar suas conquistas sem inveja, é estar ao lado sem sufocar. Cativar é transformar encontros cotidianos em pequenas eternidades. É deixar que o outro se sinta seguro, valorizado e acolhido. Se não se sente assim talvez seja um problema só seu.

Cresci vendo que os laços mais duradouros não nascem da obrigação ou da conveniência, mas do cuidado contínuo, da escolha consciente de se importar. Amigos que resistem ao tempo, companheiros de jornadas que atravessam décadas, amores que se fortalecem a cada desafio: todos eles são construídos sobre o tripé do respeito, do carinho e do cativar.

Mesmo nos momentos difíceis, quando a vida parece exigir apenas pressa e resultados, é preciso lembrar que essas três forças silenciosas respeito, carinho e cativar  são os alicerces de tudo que é verdadeiro. Elas ensinam que não precisamos gritar para sermos ouvidos, nem competir para sermos notados. Precisamos apenas existir com atenção, com amor, com presença.

No final, quando olhamos para trás, percebemos que o que realmente importa não são as palmas ou os títulos, mas as mãos que seguramos, os abraços que demos, as vidas que tocamos com cuidado. Porque é assim que se constrói algo que não se perde com o tempo: com respeito, com carinho e com o simples, porém poderoso, ato de cativar.

Não gosto deste tipo de texto, mas não há outro meio de me posicionar. Suas palavras agora precisam ser vistas, analisadas, absorvidas, porque cada gesto, cada frase que lançamos ao mundo tem peso.

Não falo por obrigação, nem para acusar ou ferir. Falo porque amo respeito, amo carinho, amo cativar. Falo porque acredito que tudo que é verdadeiro se manifesta sem pressa, sem necessidade de provar algo a alguém. E você é especial. Se não vou frequentemente é porque não tenho todos os links.
E comento entre um intervalo e outro do meu cafezinho.

Se minhas visitas, meus comentários, meu jeito de estar perto incomodam, saiba que não é meu problema moldar minha essência para caber no desconforto alheio. Quem me conhece sabe que chego quando posso, com alegria, com atenção e com amor, e não há regra que me obrigue a ser de outra forma.Gosto de comentar o que sinto na hora.

E assim, Pessoa, espero que estas palavras sirvam não como resposta fria, mas como reflexão. Que possamos, de alguma maneira, lembrar que a vida é muito maior do que pequenas disputas de vaidade. Que é possível conviver, rir, aprender, e mesmo discordando, respeitar.

Não busco palmas em meus textos. Não busco vitórias sobre ninguém. Não busco egoísmos.Busco apenas cuidar do que tenho de mais precioso: minha essência, meus afetos, minhas relações. Porque no final, é isso que constrói algo que não se perde com o tempo.

E se, por um instante, minhas palavras chegarem até sua mente provocarem reflexão, então já cumpri meu papel. Que possamos todos, Pessoa, aprender a respirar, a respeitar, a amar com carinho e a cativar sem cobranças.

Espero não ter que escrever sobre isto novamente. Porque há maneiras de saber, de descobrir e-mails… de entender o que se passa sem precisar vir expor. Só um lembrete.
Mas creio que não será necessário.

Acredito no bom senso, na capacidade que temos de perceber sem precisar de confrontos constantes. Minha intenção aqui não é criar conflito, mas mostrar o que é essencial: o respeito, o carinho e o cativar que regem minha forma de viver e me relacionar.

Se ainda houver dúvidas sobre quem sou ou como ajo, que este texto sirva como registro: não sou de ataques, não sou de cobranças, não sou de forçar ninguém a aceitar minha presença. Eu chego pelo que sinto, pelo que compartilho de verdadeiro, e só. Quem me conhece sabe disso.

E é exatamente isso que espero que fique claro para você: meus gestos, minhas palavras, meus contatos não são instrumentos de obrigação ou manipulação. São simplesmente expressões de afeto, atenção e cuidado. Amo o que faço.

Não desejo prolongar nada que seja pequeno diante da grandiosidade da vida. 
Percebo que depois que voltei, tenho recebido de você estes constantes embates. Pare!!!✋ 

Eu sigo, escrevendo, amando estar por aqui e cuidando do que é realmente precioso: minhas relações, meu coração, meus desabafos e escritas e a liberdade de ser quem sou.



 Fernanda

20 agosto, 2025

Trilhas do Infinito

Aleatoriamente um toque de poesia


Há caminhos que se abrem diante de nós,
uns largos, iluminados,
outros estreitos, quase invisíveis,
como se apenas a coragem pudesse revelá-los.

E nesses caminhos, às vezes, há freios que nos detêm: um silêncio inesperado, um obstáculo que parece pedra,
mas é aviso, pausa, ar.

As almas seguem, cada qual em seu ritmo, umas apressadas, como se temessem o tempo,
outras lentas, saboreando cada passo. Todas, porém, trilhando a mesma estrada tateando o futuro.
que conduz ao centro do ser.

As estrelas nos vigiam do alto, testemunhas antigas dos sonhos humanos.
Brilham como lanternas suspensas, lembrando-nos que a noite também guarda
seus portais de esperança.

Trilhando a escuridão e a claridade, descobrimos que a vida não é linha reta,
mas curva, dança, espiral.
Cada passo é um instante de aprendizado,
cada desvio, um convite a recomeçar.

Momentos se acumulam como pequenos rios,
ora mansos, ora caudalosos,
formando a grande corrente
que nos leva adiante.

E ao final, o que nos resta
não é a pressa, nem os freios, nem mesmo os tropeços do caminho.
O que fica é a memória luminosa dos instantes em que fomos inteiros,
das estrelas que vimos acender, dos momentos em que nossa alma
sentiu-se infinita.




Fernanda

18 agosto, 2025

Conversa

Aleatoriamente um toque de poesia
Diário 

Noite, minha amiga de silêncios e mistérios,
você chegou correndo hoje, cheia de vida, arrastando consigo a dança mansa da chuva.
Ouço o barulhinho gostoso dos pingos no telhado, como uma canção só nossa, feita para embalar pensamentos adormecidos. Fico aqui, do lado de dentro, olhando o mundo molhado lá fora, sentindo um abraço que não precisa de braços, apenas de presença.
Como é bom te ter assim, leve, brincando de enfeitar o escuro com suas gotas cintilantes.
Entre uma batida e outra da chuva, minha alma respira devagar e sorri.
Obrigada, Noite, por me lembrar que há beleza até nos dias cinzas e música até no silêncio.



Fernanda

Um domingo em família

Aleatoriamente um toque de poesia



Neste domingo, o tempo parecia correr devagar e ainda bem. Fiquei em casa, cercada pelos meus, e foi maravilhoso. Senhor, como é grande a Sua generosidade na minha vida.

Os filhotes espalhados pela sala, gargalhadas que iam e vinham, histórias contadas entre filhos e pais, e até meus pais ali também, os dois casais de avós. Do coração brotaram conversas sobre caráter e amor, e percebemos, mais uma vez, como esses dois pilares fazem uma diferença tão enorme no viver.

As crianças já estão de pijama, prontas para a escola de amanhã. Histórias contadas, sonhos embalados. A casa repousa em silêncio, mas meu coração continua em festa.

E eu? Venho para o meu “preguicinha” o computador que ainda não me deixou na mão.
 (Que continue assim, por favor! Rsrs).

Entre a tela que brilha e o dia que termina, guardo a certeza de que esses encontros simples são a verdadeira herança da vida: o amor que se multiplica no aconchego do lar.

E enquanto escrevo aqui no meu “preguicinha”, sinto que o domingo não terminou. Ele se prolonga em mim, feito aquele cheiro de bolo que fica na casa mesmo depois que já acabou.

As vozes, as risadas, as conversas tudo ecoa ainda. A cena dos avós com os netos, os filhos dividindo histórias, eu observando de canto, tentando guardar cada detalhe. Parece pouco, mas não é. É muito. É imenso. É herança invisível.

Agradeço, Senhor, porque sei que cada momento assim é um presente que não se compra, não se repete e não se garante para sempre. É só hoje, só agora. E por isso vale tanto.

As crianças dormem. A casa descansa. Eu, entre teclas e memórias, faço a prece que cabe neste instante: que nunca me falte a consciência daquilo que realmente importa.

Sei que amanhã a rotina volta, com despertador, correria, lancheira, trânsito. Mas guardo este domingo como quem coloca uma joia dentro da caixinha mais bonita. Porque a vida é isso: uma sucessão de dias comuns, que, quando vividos com amor, se tornam eternos.

Senhor, eu agradeço.
Pelo teto que nos abrigou neste domingo,
pelo riso que se espalhou entre os cômodos,
pelos pais que ainda posso abraçar,
pelos filhos que me ensinam diariamente o que é amor verdadeiro.

Agradeço pela mesa farta, pelo abraço sincero,
pela saúde que sustenta nossos passos
e até pelas pequenas diferenças,
porque nelas aprendemos a olhar além de nós mesmos.

Peço, Senhor, que abençoe o sono das crianças,
a coragem dos adultos,
a sabedoria dos avós
e a minha fé.

E que o amor, esse fio invisível,
continue nos costurando como família sempre.

Amém.

E depois da prece, o coração repousa.
Não é que a vida seja perfeita sei que não é.
Mas nesses instantes em que consigo ver o essencial,
parece que o céu se aproxima só para me lembrar:
“Tudo valeu a pena.”

Então desligo o computador, abraço o silêncio
e me deito com a alma leve,
na esperança de que amanhã, na correria da segunda-feira,
eu não esqueça que fui inteira feliz neste domingo.




Fernanda