Às vezes,
nem eu sei explicar. Quando escuto a pergunta dita com espanto, admiração ou
pura curiosidade eu sorrio. Não é um sorriso de resposta pronta. É um sorriso
de quem vive, sente e resiste.
Tenho quatro
filhos do coração e quatro de minha barriga. Aos quais há trigêmeos. O
caçula, é o mais novo deles que André e eu geramos. A primogênita já é uma
mocinha. Para mim ainda é “criança”. Ainda me chama quando tem pesadelo, quando
quer conversar, quando não entende o próprio coração. E mesmo assim, já é
referência para os irmãos. Já ensina, já cuida, já empresta seus olhos mais
maduros a um mundo que ela mesma ainda está aprendendo a decifrar.
Ser mãe de
oito é viver num turbilhão que também é ninho. É acordar com chorinho de bebê
e, no mesmo dia, responder perguntas existenciais de uma adolescente. É
preparar café da manhã com um no colo, dois puxando a barra do vestido e outros
três cantando alto demais. É rir da” bagunça”, lagrimar no banho rsrs e, no
fim, agradecer.
É não
lembrar mais como é comer quente. É saber que silêncio demais na casa não é paz
é suspeita. É conhecer cada choro, cada
jeito de andar, cada olhar que pede sem palavras.
Mas também é
ver o amor se multiplicar de forma impossível de calcular. É entender que o
coração não se divide, ele se expande. É ver os irmãos se abraçando sem que
ninguém mande, compartilhando brinquedos, risadas, sonhos, broncas e camas.
Não é fácil,
nem romântico. Há dias em que tudo parece demais. Em que a tranquilidade some e
a exaustão pesa. Mas há também os dias em que olho ao redor e vejo um lar que não tive, uma família que
nasceu da coragem e da fé. Cada filho é um pedacinho da minha história
recontada com mais ternura. São vidas que brotaram da esperança, do amor e da
escolha diária de cuidar.
Eu escolhi c
u i d a r.
Escolhi ser Mãe!!!
Ser mãe de
oito é, no fundo, ser abrigo para oito mundos inteiros e descobrir, a cada dia, que também sou
abraçada por eles. Sou amada oito vezes
E sei que Deus
me ama em cada filho amado. Essa frase não é apenas um pensamento meu. Não, não
é. É uma certeza que mora no meu coração. Cada olhar, cada gesto, cada pequeno
cuidado que dou e recebo dos meus filhos é uma lembrança viva do quanto sou abençoada.
Ao invés do espanto, imagine a importância de tudo isso.
Ser mãe de
oito não é só missão, é milagre diário. É ver o amor multiplicado, refletido em
diferentes vozes, risos, jeitos. É entender que Deus, em Sua infinita bondade,
escolheu me amar também através deles. E mesmo nos dias difíceis, nos
silêncios, nas dores, eu sei: sou amada oito vezes. E em cada
amor que dou, Deus me abraça de volta porque conhece inteiro meu coração.
PS: minha viola, também tem seu valor rsrs. Basta que eu toque e eles se reúnem para escolher a canção.