Kalil veio
correndo com os pés descalços, o rosto iluminado de entusiasmo e uma mãozinha
estendida na minha direção. “Mamãe, olha!”, ele disse, com um brilho nos olhos
que só criança feliz tem. Na palma suada da mão, uma aranha pequena, indefesa,
quase invisível. Meu coração deu aquele salto instintivo de mãe, mas segurei o
susto e respirei fundo. “Eu sou o Homem-Aranha!”, ele declarou com orgulho,
como quem revela uma verdade universal. A turminha ali perto já olhava para ele
como se fosse um herói de verdade.
José queria
saber se ele já tinha lançado teia, Clara perguntou se a aranha era amiga ou
inimiga. E Kalil, no centro de tudo, com a coragem de quem ainda não aprendeu a
ter medo, continuava firme em seu papel.
A cena era
engraçada, doce, e de um simbolismo profundo. Como é bom ver essa coragem que
nasce do imaginário infantil, essa confiança de que se pode tudo até conversar
com aranhas e salvar o mundo com as próprias mãos.
Peguei Kalil
no colo, sussurrei que ele era mesmo muito valente e juntos devolvemos a aranha
ao jardim, com todo o respeito que um super-herói dá aos seus aliados.
Depois André
deitou em sua pequena mãozinha uma
aranha de plástico branca e ele ficou todo feliz. Porque às vezes, o susto é só
um convite para olhar melhor. E rir depois
Ele me olhou
sério e disse: “Mamãe, ela vai contar pros amigos que conheceu o Homem-Aranha
de verdade”.
E eu sorri.
Porque sim, ela vai. E eu também. Porque hoje, no quintal, fui testemunha de
uma aventura épica dessas que só os pequenos são capazes de viver… e ensinar.
Olá, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirConfesso que pude brincar mais com os meninos dos meninos... Tinha mais tempo, fiz tanta brincadeira e rimos tanto que chegava a ficar cansada de tanto rir com os pequerruchos.
O tempo passa tão rápido e eles crescem depressa. Aproveitemos bem os meninos enquanto estão na infância. Que fase linda de encantos mil!
Tenha um abençoado domingo!
Beijinhos fraternos
Uma grande verdade, Roselia… eles crescem tão rápido que, às vezes, o coração nem consegue acompanhar! Obrigada pelo carinho de sempre, querida. Que teu domingo seja cheio de ternura, paz e pequenos encantos que fazem o “coração” sorrir.
ExcluirQue amor,Nanda!
ResponderExcluirHoje vim em modo despedida agtradecer todos carinhos sempre! Mas o ciclo chica blogueira encerrou! Obrigadão por tudo! bjs, chica
Chica querida,
ExcluirNem sei bem como começar… talvez porque despedidas mesmo as que acontecem em palavras sempre me embargam um pouco a voz. Hoje você veio se despedir dos blogs, e embora eu saiba que os ciclos mudam e os caminhos se renovam, é impossível não sentir um nó doce no peito.
Você esteve aqui por anos. Foi presença, foi colo, foi riso compartilhado, foi afeto costurado em posts, comentários, histórias.
Quantas manhãs mais leves porque te li. Quantos dias mais inspirados porque você esteve. Sua escrita tinha esse dom: de parecer vizinha, irmã, amiga de varanda. Gente que chega com café e coração.
Mais que palavras, você semeou vínculos. Fez dos blogs um quintal de afetos, onde a gente podia correr descalça entre memórias, desabafos e alegrias simples. E mesmo agora, com sua partida desse cantinho virtual, sei que a sementinha que você plantou em cada um de nós segue viva, florescendo.
Obrigada por tudo, Chica. Pela partilha generosa, pela constância, pelo carinho que sempre soube atravessar telas e tocar fundo. Você deixa saudade, mas também deixa luz.
Vai e segue onde o coração mandar leve como você sempre foi.
E, se um dia der saudade daqui volta. A gente vai estar esperando, de braços e olhos abertos.
Com amor,
Nanda
Os super-heróis sempre fascinaram as crianças e por vezes tantos adultos. Quando assim é tornam-se mais fáceis as brincadeiras. Gosto do seu jeito de escrever.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Olá, Graça!
ExcluirOs super-heróis realmente têm esse poder de fascinar, né? Encantam os pequenos… e a gente também acaba entrando na brincadeira!
Muito obrigada pelo elogio, querida. Vindo de você, que é uma grande poetisa, é uma honra e um carinho que guardo com gratidão. Obrigada!
Essa fase onde eles não têm medo de nada é tão fascinante quanto perigosa. Aqui , quando meu filho tinha um ano e pouco, ele simplesmente se trepou no berço e se lançou no ar...como um super-heroi...ainda bem que eu estava no quarto e os reflexos estavam dia, pois dei um pulo da cama e o segurei ainda no ar. Ele riu pra valer..
ResponderExcluirNossa! grande verdade, Eduardo. Mesmo que eles os pequenos ainda não tenham medo ou plena consciência dos perigos, nossa responsabilidade como adultos permanece. Precisamos, sim, agir com prudência, sempre. Aqui em casa, eles são curiosos, corajosos, cheios de energia… mas a gente aprende, com o tempo, a cuidar sem alardear. A proteger sem espalhar pânico. Porque o excesso de medo também machuca, confunde, deixa marcas. Então seguimos nesse equilíbrio delicado: orientando com firmeza, mas com doçura. Cuidando por eles, mas torcendo para que, um dia, cuidem de si com sabedoria, com coragem… e com o mesmo amor que hoje colocamos em cada gesto.
ExcluirMuito obrigada e bom domingo!