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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

25 setembro, 2025

O que os olhos ainda não viram

Aleatoriamente um toque de poesia


Você já prestou atenção?
Todos os dias travamos batalhas. Algumas são leves, quase imperceptíveis, como pequenas pedras no caminho. Outras nos exigem força média, aquelas que conseguimos suportar com algum esforço. Mas há também as pesadas, as que nos deixam sem fôlego, as que parecem querer arrancar de nós até a esperança. E é justamente nessas que mais precisamos lembrar: não estamos sozinhos.

Há um Pai que jamais nos abandona nas lutas. Ele caminha conosco, ainda que a estrada seja árida. O problema é que, tantas vezes, queremos respostas imediatas e grandiosas, como se a voz de Deus viesse sempre em trovões ou milagres espetaculares. Mas não. Ele fala de muitas formas, e nem sempre estamos atentos para escutar.

Às vezes, é num abraço inesperado que chega na hora exata. Outras, num gesto pequeno de bondade que nos lembra que ainda existe beleza no mundo. Pode ser também num livramento silencioso  aquele atraso que nos salva de algo pior, aquele desvio de rota que muda todo o desfecho. Muitas vezes, a voz de Deus é apenas uma certeza suave no peito, uma paz que não sabemos explicar, mas que insiste em nos sustentar.

E então ecoam aquelas palavras tão antigas quanto atuais: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou o coração humano, o que Deus tem preparado para aqueles que O amam.”

É um lembrete de que, mesmo quando tudo parece desmoronar, existe algo maior sendo tecido longe de nossos olhos. Algo que os nossos olhos ainda não alcançam. O coração humano é limitado demais para imaginar a grandeza do que Deus tem para nós. E, por isso, a fé é necessária: porque ela nos dá a coragem de acreditar no que ainda não vemos.

Quantas vezes me vi diante do impossível quando perdi Felipe e minha filha Manuela? Foi tão dificil. Sabe? eu pedia apenas forças para atravessar mais um dia? E foi nesse limite que experimentei a presença mais íntima de Deus. Não como quem retira as pedras da estrada, mas como quem oferece os pés firmes para continuar a caminhada. Ele não promete ausência de batalhas, mas companhia em todas elas conosco.

Talvez seja essa a beleza da fé: confiar mesmo sem entender, esperar mesmo sem ver, amar mesmo sem possuir todas as respostas. Porque, se não enxergamos ainda, é porque o melhor ainda está por vir. O tempo de Deus é outro, e os Seus planos são infinitamente maiores do que as nossas expectativas.

Então, se a tua cruz hoje está pesada, segura firme. Respira. Olha ao redor e tenta perceber os pequenos sinais da presença d’Ele. Talvez não venham em palavras, mas em gestos, em encontros, em detalhes. O Pai nunca nos deixa sozinhos.E lembra sempre: o que Ele tem preparado para ti vai muito além do que teus olhos podem ver agora.



Fernanda

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)