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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

20 março, 2016

Felicidade

Felicidade é algo tão simples,
E faz parte das nossas vidas todos os dias.
Felicidade é o sorriso da criança,
Quando alguém lhe afaga a cabeça.
É o vestidinho que se põe aos domingos, para ir à pracinha, saborear o céu.
 
Felicidade é ter um lar para voltar, tirar os sapatos que apertam os pés.
É adotar a alegria e compartilhar enxugando uma lágrima.
Felicidade é se apaixonar e sentir essa paixão se transformando em amor, amor pra toda vida.
É conhecer a liberdade, sem punhados de milho nos joelhos.
É pedir a Deus para proteger aqueles que amamos, e aqueles que vamos amar.
 
Felicidade é não carregar preconceitos, metidos conceitos.
É correr ao encontro da alegria que nos espera.
É chorar por não saber como comportar tanta felicidade.
É enxugar as lágrimas de alguém, usando sua própria mão.
É abraçar e dar a certeza a essa pessoa que pode contar contigo!
Felicidade é ela imediatamente sentir que pode contar.
 
É enxergar o outro com ternura.
Felicidade é ter pai, mãe e irmãos, e saber que não importa o que aconteça, eles estarão sempre ao seu lado.
É saber que contar com eles é tudo de certo.
Felicidade é ficar quando a decepção te pede para seguir em frente, mas você preferiu ouvir o coração que a razão.
Felicidade é lamber cada ofensa, e sentir que aquele sabor amargo, só precisa do mel que possui o amor.
 
Felicidade é deixar o sol acordar o amanhã bem diante dos seus olhos, e receber o mais precioso presente de enxergar isso. É o barulho das ondas do mar, é olhar sua imensidão e se sentir tão privilegiado por sua humildade.
Felicidade é ver a noite vestindo o pijama mais bonito que alguém já imaginou.
É as estrelas iluminando o mundo para todos sem distinção, a lua encantado os casais com sua poesia, e a dama-da-noite prestigiando tudo com seu cheiro único de flor formosura.
 
É amar tanto a natureza que ela entranhou na sua alma e lá fez morada.
Ahh! Felicidade é recitar sem ser poeta, e sentir que a poesia te habita mesmo assim.
Que o valor das coisas não se pode medir, porque cada um tem o valor que comporta. E o mais belo de tudo isso é que é na sua própria medida exata.
Felicidade é saber que um dia a minha meninice foi algemada até os 6 anos, e depois a liberdade me deu asas, e eu deixei de ser Fernandinha do orfanato e fui ser Fernanda na vida.
 
Felicidade é saber que fui embora apenas do que me machucou e fiz morada no amor para sempre.
Clarice, a sábia Clarice, já disse em um poema: “A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.”

Eu digo que a felicidade nunca se foi, todos podemos senti-la de perto.
Pena que na maioria das vezes esperam que ela esteja no mais alto padrão, mas a felicidade é simples, e seu reino está na essência, na maneira verdadeira de cada um.
Não a espere numa grife de roupa, nem num brilhante, isso passa, e o que é passageiro não contém sentimento real.

A verdadeira felicidade está nos pequenos grandes detalhes, e cada um de nós carrega a sua.
Estou sendo feliz agora, escrevendo o que sinto, comendo um pão brotinho com manteiga e café com leite, ouvindo o barulhinho da chuva e esperando o telefonema de Felipe.
Felicidade é observar uma criança correndo, com um sorriso de felicidade no rosto, porque sente-se segura e protegida, sob o olhar de sua mãe.
Felicidade é de graça, basta saber conduzir.
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Maria Fernanda

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)