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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

17 julho, 2016

Carrego um anjo no peito


Gostaria de saber,
 por quê uma jovem senhora de 19 anos,
 precisa dar explicação quanto a sua escolha de vida?
A certeza me habita quando digo: hoje quero ser filha, e mãe.
Por quê incomoda alguns a nossa escolha sempre?
Meu universo interno tem dono, minha escolha tem nome.
Há um rio fluindo em mim todos os dias, um rio de banzeiros graves.
Quero deixar fluir...
Até haver nascente para que ele se acalme, e siga com leveza,
cores de céu azul.
O amor nasce aos pouquinho, feito uma semente na terra arada.
Quanto tempo precisa para crescer forte e bonito?
Não se tem um tempo, só se tem adubo, jeito, química.
Agradeço Deus pelo presente.
Carrego um anjo no peito e ele habita o céu.



Maria Fernanda
Imagem: Net
17/07/2016



2 comentários:

  1. Nanda, que alegria te ver por lá! Estava sem teu blog na minha lista mas agoira, estaremos juntinhas novamente! Como estão as crianças todas? E tu? Tudo bem? Pouco a pouco vou te lendo por aqui, já acrescentei na lita ! beijos, tuuuuuuuuuuuuuudo de bom,chica

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  2. A alegria foi minha em ir Chica.
    Oba! Estava com saudades...
    Sim agora um dia de cada vez e eu consigo reorganizar meu coração, para que apenas sinta saudades sem doer.
    Obrigada!
    Beijinho

    ResponderExcluir

depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)