✿Aguarde os próximos capítulos...✿

Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

24 agosto, 2016

Teria sido o Batom?


 
 
Engraçado, não sou muito de me olhar em espelho.
Mas hoje fiz isso e passei um batom.
Parece até que havia feito algo espetacular em mim.
Sr. Simão porteiro do prédio, deu-me uma flor.
Agradeci.

Na rua um rapaz perguntou: posso carregar teus livros?
Agradeci fiz gesto que não e segui.
Na padaria o cafezinho ficou de graça, mesmo eu fazendo tudo para pagar.
- Meu Deus do céu o que está acontecendo hoje? Falei para seu Quin, o dono da padaria.
Ele- delicadeza compra delicadeza menina.

Fui trabalhar havia uma rosa vermelha em cima da minha mesa, sabem de quem?
Dos colegas de traballho.
Achei tão bonitinho...

Na volta para casa, meu pai me buscou e levou um saco de pipocas.
Ai, eu adoro pipocas!
Também chocolate, morango congelados, sorvetes, e empada.
Não, não, ele não me trouxe isso tudo!
Apenas a pipoca, o resto são coisas que eu também gosto de comer.

Mais tarde fomos a pé à padaria meu pai e eu.
E no caminho era tal de oi Fernanda e eu oi.
Assim foi na ida e na volta.

Paizinho me disse: filha como conhece todas aquelas pessoas?
-Do ponto de ônibus, do café na padaria e de ir comprar pão.
Ele - tua alma é muito bela meu anjo.
Fiquei vermelha rsrsrs
-Aprendi a ser assim pai.

Mas tome cuidado filha!
-Por quê Paizinho?
Por nada Fernanda, deixa pra lá, é apenas meu jeito de te proteger.
-Ah ta!
-Obrigada pai.
Por nada filha.

Fiquei pensando.
Teria sido o batom?


Maria Fernanda
Imagem: Minha

5 comentários:

  1. Tua aura é que atrai o bom! Lindo te ler! bjs, chica

    ResponderExcluir
  2. Oi Fernanda
    Muito obrigada, pela visita e comentário delicado deixado no bloguinho.
    É um prazer te reencontrar.
    Certamente todos estes pequenos gestos de carinho são uma resposta, uma retribuição do seu modo de conviver e lidar com as pessoas.
    Beijo, querida.

    ResponderExcluir
  3. Oi Fernandinha, com certeza não foi o batom, que apenas realça sua beleza externa. Mas foi sim sua maneira de ver a vida, ver o mundo à sua volta. Seu olhar de cativar almas perfumadas.
    Quando estamos neste missão de faze por nós tudo para sermos melhores, estas coisas acontecem.

    Uma semana linda para voce.
    Bjs de paz amiga querida.
    Depois se veja lá no mineirinho.
    Inté mais amiga.

    ResponderExcluir
  4. Menina linda e iluminada!
    Muito temos a aprender contigo.
    Linda tua narrativa.
    Um excelente fim de semana.
    abração com carinho

    ResponderExcluir

depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)