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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

20 março, 2018

Motivos

Aleatoriamente um toque de poesia



O sono não quer chegar,
estou pensando nas coisas que envolvem cada um de nós nessa vida.
Eu acredito que ninguém chega ao outro por acaso, assim como não é por acaso que estou neste lugar.
Não consigo explicar essa maneira intensa que tenho de gostar, nem de sentir pelo outro um enternecimento.
Hoje uma senhora me pediu para que lhe deixasse tocar meu cabelo.
Não entendi o motivo, mas pelo carinho que senti imediato
por ela e sua idade, permiti. Senti que de alguma forma para ela foi bom.
Depois, ela caminhou um pouco, e sentou-se com o olhar direto para o horizonte.
Disseram-me que ela há muito tempo vive por aí, caminhando calada e triste,
depois se aquieta e fica com pensamentos tão seus.

Sempre fui de observar, gosto desse aprendizado antes de me pronunciar nas coisas.
E aquela senhora sofria por amor.
Lembrei-me do segundo maior mandamento: “Amai o teu próximo como a ti mesmo”.
Olhei da janela, a noite estava coberta por nuvens de chuva, a rua silenciosa,
havia iluminação forte lá fora.
Os pingos da chuva começavam a “cantar” em cima do telhado,
esse barulhinho para mim é maravilhoso, parece sinfonia.
E eu com a lembrança daquela senhora na mente.

Pensei comigo: Se sentíssemos  um amor grandioso, sem distinção, tudo seria tão possível.
Onde andará aquela senhora agora? Será que se alimentou? Por que será que quis tocar nos meus cabelos? Por que seus olhos estavam tão chorosos?
Senhor cuida daqueles que choram por arrependimento, por saudade, por carinho, por solidão.
Afaga suas almas com teu amor de pai e lhes dê o conforto carecido.

Faz-nos aprender que através da oração estamos protegidos e fortes.
Que a força de vontade seja um instrumento de fé naqueles que precisam subir degraus por ela,
que cada filho teu, mesmo aquele que não tem consciência de seus atos,
saibam reconhecer e se arrepender de algum erro que os machuca a alma.
Estamos aqui Pai, nesse mundo pela tua permissão.
Se há algo por detrás disso, é para nosso próprio bem.
Se a cruz for pesada dai-nos força para carregá-la.
Se a raiva ou o ódio cruzar nosso caminho, mostra o amor,
aquela semente que plantaste em cada coração vivente,
e que nós ainda não aprendemos regar da maneira certa,
e ela não cresce como deveria.

Eu sei Senhor do alto,
que cada um tem sua semente.
Uns regam melhor, outros não fazem muito esforço para que floresçam.
Por isso peço-te: ajuda-nos.
Por favor acolhe aquele coração que me afagou os cabelos hoje,
era um coração humilde e ferido.
Talvez eu esteja errada, mas pelas vezes que eu guardei minhas tristezas
e desabafava com as estrelas eu senti,
que aquela senhora precisa ser amada.
Aquelas lágrimas eram de solidão.

Sabe? muitas vezes não é fácil entender o amor ou amar
mas basta seguir o coração porque o amor habita em nós,
e há um anjo com suas asas protegendo cada filho de Deus.
Eu senti tuas asas nas noites e dias quando vivia nas ruas,
o teu coração de Pai, ele me guiou até a luz,
onde o caminho refletia brilhos.
Você foi meu cobertor,
acariciava minha face
e deixava que eu me maravilhasse com o lindo azul do céu,
enquanto a chuva de dentro inundava meus olhos.

Sou muito grata Pai...

Você me fazia sonhar quando eu nem sabia o que era sonho, e caminhávamos por entre amores de todas as raças.
Eu via o Sol nascer,
com a alegria de quem esteve no paraíso segurando tua mão,
numa viagem linda entre nuvens e estrelas.
Eu  a filha e tu o Pai, eu segui o rumo do meu coração nessa bela viagem,
e morei na essência e ganhei um amor infinito de presente.

Eu voei com o AMOR todos os dias e esse AMOR se tatuou eterno em mim.
Eu vi o AMOR caminhando nas ondas do mar,
eu vi Ele dormindo nas calçadas,
comendo restos, e se aquecendo com folhas de papel.
Eu vi, seus pés no chão e suas vestes rasgadas.

Eu voei num pedaço do céu, segurando as asas de um anjo.
A chuva cai valiosa e eu deixo minha mão tocá-la majestosamente.
Obrigada Senhor do alto.
Por tudo


Texto e imagem:
M. Fernanda

5 comentários:

  1. Ahhh que bonito isso! Puxa! Uma mistura de amor, de caridade, de entrega, de fé, de benevolência, de generosidade, de luz!! E gratidão! ;)

    beijos!!

    https://ludantasmusica.blogspot.com.br

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  2. "Eu voei num pedaço do céu, segurando as asas de um anjo". Tão belo! Por isso escreveu este magnífico e sentido texto...
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  3. Muito lindo seu olhar para a vida, para o mundo e assim mergulhar neste mundo em reflexão sobre o minimo que se espera do ser humano integrado perfeitamente com os reinos e em sintonia com o Criador e assim se inspirar numa linda forma de orar e ser grato ao Pai.
    Lindo Fernanda.
    Deus te ilumina e enche teu coração de todas as forças para seguir a trilha do bem e para o bem.
    Bom sempre vir aqui e passear pela sua pagina e lhe sentir cada vez mais forte e mais poesia.
    Depois volto mais.
    Bjs amiga querida.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)