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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

19 maio, 2018

Pai

Aleatoriamente um toque de poesia


Olho o Céu e esta noite tem um misturado particular em meu coração.
Penso: há um amontoado de sentimentos que não sei expressar, mas, o que me move é o que se faz necessário. Preciso esta noite talvez, de uma alimentação espiritual onde me nutra de coragem, força e ciência.
Temos cada um uma história no livro da vida, e a cada hora do dia escrevemos as sementes que plantamos nele. Desde menina nunca fui de criar expectativas, procurava vivenciar a vida dando a ela uma parte de delicadeza, coragem, fé e amor. As decepções que a minha existência ofereceu, eu tratei, adubei e plantei sentimentos capazes, e doei da melhor forma para aqueles que deles necessitavam. Continuo fazendo assim porque está na minha essência ser o que sou, e tenho a humildade de dizer que não existe nada que preencha a bondade, caridade e amor.
Esta noite, meu jardim está tristonho, minhas flores murchas e essa jardineira aqui sem brilho, entrosamento, direção, sem chão. Não sou a única nesse universo eu sei. Quantos hoje não viram um de seus sonhos sem entretom? É cruciante.
Aprendi que devemos agradecer por tudo! E é assim mesmo. Talvez tudo que nos aborde precise ser do jeito que está sendo, para que de alguma forma possamos nos alimentar mais do amor de Deus.
Olhando o Céu refleti que muitas vezes orei por resignação e coragem, e consegui ser corajosa todo esse tempo, mas sou feita do mesmo material que todos os humanos. São inadequações ao que aflige e fere, talvez seja peculiar de quem vive nesse planeta.
Então me dou o direito de escrever o que preciso e partilhar o que ainda necessito aprender, sou autônoma e não há contexto quando o assunto é seguir em frente. Mas preciso de tempo, a questão é: ele precisa passar do jeito que eu quero, ou preciso esperar o seu momento? Seria um bom conselho o segundo item, contudo não é o que penso por hora, entretanto não está nas minhas mãos. Contemplo a noite e um enigma surge. Não tem jeito o meu jeito de refletir por agora. É um fato.
Fiquei em silêncio contando estrelas, e de alguma forma consegui ouvir a mudez que se faz na noite extensa e gelada. Ah, eu sei que Deus sabe o momento de ninar os corações, e peço que nine por favor demoradamente o meu.
Pai,
Estou em conflito, pensei que pudesse colocar na escrita a voz que não sai, o que está preso na profundeza de minha alma, mas não consigo, pois essa alma está desatinada, em choque.
O cheiro de lembranças vem no faro da brisa, uma gargalhada ladina, um riso, um hálito, um tom de voz parecendo notas musicais que com tanto amor pronunciou “mamãe eu te amo!”.
Eu fui poeta de uma poesia-estrela que difundiu em mim seu brilho admirável, e eu fui ao ápice e apreciei um anjo por um tempo que se fez eterno. Eu sinto que por hora apenas procuro amenizar essa dor. No momento há muitas razões para isso.
Obrigada por tê-la o tempo que precisou comigo!

Texto e imagem:
M. Fernanda

4 comentários:

  1. Profundas, sentidas e vindo do fundo do teu coração tuas palavras,Nanda! Que fiques bem! bjs, chica

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  2. Como há anos atrás , o caminho abre- se para te procurar . Percebo o limite de ser humano , de se pensar quando a imaginação fica feita bola de neve fazendo - nós cair em cada passada que damos . E a fraqueza aumenta na medida em a imaginação nós come por dentro .
    Parar , já que a nossa pequenez por mais que queiramos subir e entender nos obriga a ficar mudos , quietos , cegos . Pára. Aquieta- te. Aquieta o teu sossego no sossego da noite . Porque o Mistério há- de ser sempre Mistério. Essa “ Estrela” , era para mim também outra estrela . É outra estrela . Pára. Fica. Olha.Aquieta o teu coração . EAT

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  3. Um texto muito belo e sentido. Como se diz: "o coração tem razões que a razão desconhece"...
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  4. É certo que temos estes momentos na vida. Talvez seja um tempo de depuração do espirito. Sei de suas fraquezas, mas sei de gigante força de querer e ela que lhe coloca no prumo pronta para mais uma etapa vencer. E você vence.
    Paz no seu coração Fernandinha e que neste momento você esteja superada e de bem com a vida.
    Nós também te amamos de muito tempo e isso você Crê.
    Gostamos e apostamos em você.
    Beijos amiga.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)