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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

07 junho, 2018

Divã

Aleatoriamente um toque de poesia


Mar,
você  tem suas técnicas,
 é  um mestre em grandeza. 
Te olho através dos fluxos e  em mim
passam um desenrolar de emoções. 
Hoje,
 há uma desesperança vestindo meu peito,
 face sem riso,
poesia sem cor enfim,
há  todo um contexto de saudade em blues.
presenciar esse azul
é  um remeter de reações aqui dentro...
Um corte, um enredo, 
um sal, uma dor
e  um embaçar
que a distância selou.
Mar,
Esses olhos meus  e tua prosa 
fragmentam minúcias, agarrando entrelinhas 
e aquele tempo singular...
Arquétipos, pequena estações 
e um coração agigantado de cortes.
Sim eu sei  é  outro dia...
O som de suas ondas,
 o sussurrar da brisa
sempre me dizendo algo mais,
 e  esse algo me disse  baixinho
 que, o tempo é  mesmo narrador passivo de dores  fortes. 
Mar,
Aprendi contigo que a vida
é  asa que voa em todos os planos 
cercada de um chamado mimoso
 do Pai protetor e amoroso
Trazendo em sua engrenagem
 milagre, certeza e  coragem
Na cicatriz que se marca,
 na estrada  do coração.
Que caminha com flash-back
mas sempre a alma adverte!
 Que o lenço da paciência
é  a maior experiência
doando com excelência
 lágrimas de amor, por amor.
Diante do mar que se altera,
e deste  Céu que se revela
Prometo com honra sincera
Sempre em Deus esperar
Sabendo porém
que cada tempo que voa
 não voa nem passa atoa
 sem o seu comandar.
Assim, até que eu expire,
Ou uma emoção que me inspire
continuarei a acreditar
agradeço  por este momento
Elevando meu pensamento
a vida, a certeza  e fé
 onde quer que eu estiver
Deus,
Sempre será meu  divã.

Texto e imagem
M.Fernanda 


2 comentários:

  1. Que lindo e profundo poema...Poesia e saudade mescladas! beijos, fiquem bem! Como estão todos? chica

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  2. Oi querida Fernandinha!
    Lindo este encontro com o gigante e todas estas reflexões e analogias.Um olhar que faz crescer e ser tão grande quanto ele. Você é grande como o mar e assim sei sabe bem navegar nestes momentos de depuração, de recolhimento das emoções. E numa onda que se eleva alça o voo da vida, do prosseguir e assim será o lindo voo.
    Um bom fim de semana com paz no coração.
    Beijo amiga e seja feliz com força.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)