Há heranças que o tempo apaga são papéis, posses, paredes frias. Há outras que o tempo abençoa raízes invisíveis, plantadas com fé e silêncio. A herança material pode ser medida, contada, distribuída em partes iguais.
Mas a espiritual… ah, essa não se mede. É o gesto que ensinava sem palavras, o olhar firme e terno, a oração sussurrada no quarto, o pão repartido mesmo na escassez.
Bens podem ser herdados. Mas valores são absorvidos. A honestidade que molda, a compaixão que sustenta, a fé que acalma. Herança espiritual não entra em testamento, mas permanece no jeito do filho andar, na memória que aquece, no conselho que ecoa mesmo depois da partida.
Talvez Deus nos confie, enquanto vivemos, não só a tarefa de acumular, mas de semear. Porque o que fica de nós não é o que deixamos nas mãos, mas o que deixamos nos corações.
Você está certa. A herança espiritual, valorativa, humana, é a mais importante. A herança material, esta, quase sempre é disputada a tapas, quase sempre causa inimizades entre irmãos. Disputas, processos...a pose de uma boa herança espiritual faria com que a herança material fosse vista por uma outra perspectiva.
ResponderExcluirOlá Eduardo.
ExcluirPenso se as famílias colocassem mais esforço em cultivar vínculos do que bens, haveria menos processos e mais abraços. Porque o que fica, no fim, não é o que se divide é o que permanece entre os que ficam.
Obrigada pelo comentário amigo!
É isso, Fernanda. O tempo não apaga tantas coisas, além dos papéis, das posses e das paredes frias. Aliás, você o diz com propriedade e mostra que, para a espiritual, não há fita métrica. Certa feita, fui ao Rio de Janeiro para realizar um trabalho e, ao voltar, um amigo e colega da universidade, me perguntou e aí: ”trouxe quantos centímetros de livros, Zé”. Respondi: “Trouxe 28cm para mim e quatro para você”, sua companheira me ajudou a escolher. E se pudéssemos medir desse modo a herança espiritual, ah, o mundo não teria graça. São as diferenças individuais que nos singularizam.
ResponderExcluirFique com o meu abraço, Fernanda!
Eros, que beleza essa imagem dos “centímetros de livros” ela me atravessa com ternura e sentido.
ExcluirPorque, sim, se pudéssemos medir a herança espiritual em centímetros, talvez o mundo perdesse mesmo a graça. Há coisas que não cabem em régua, nem em cálculo: o afeto que se dá sem alarde, a lembrança que aquece em silêncio, a sabedoria que se compartilha só com o olhar.
E é justamente isso que nos torna únicos essa medida invisível do que somos e deixamos no outro.
Obrigada pelo abraço generoso e pelas palavras que me fizeram sorrir com o coração.
Receba o meu também, com gratidão.
Excelente reflexão! Gostei bastante de conhecer essa abordagem!
ResponderExcluirBjxxx,
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Obrigada!!!
ExcluirBem-vinda!