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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

19 maio, 2025

Para o mundo que eu quero descer

Aleatoriamente um toque de poesia

“Pare o mundo que eu quero descer.” Já dizia Raul Seixas e hoje, essa frase ecoa como um clamor diante do caos e da desconexão espiritual que nos cerca.
Vivemos um tempo em que a superficialidade reina e a profundidade foi deixada de lado. Um mundo onde o material se sobrepõe ao espiritual, onde o ego inchado sufoca a alma e a urgência cega nossos olhos para o invisível. Há uma profanação diária do sagrado em nossos atos  banalizamos a vida, o amor, o respeito, como se tudo fosse descartável.

E nesse mundo, onde muitos pisam forte para subir sozinhos, poucos se lembram do caminho do silêncio e da humildade. Poucos reconhecem que o verdadeiro poder está em se entregar ao invisível, em se abrir para a graça que cura, em se dobrar diante do mistério que nos transcende.
Quero descer desse mundo que insiste em acelerar rumo à ruína da alma. Quero descer da loucura da vaidade, da pressa do consumo, da cegueira do orgulho. Quero descer para reencontrar a simplicidade do encontro com Deus que está no silêncio, na natureza, na compaixão silenciosa.

Descer não é fuga, é um retorno. Um chamado para desacelerar e olhar para dentro. Para perceber que a verdadeira revolução começa quando nos rendemos à espiritualidade que nos sustenta.
Quando deixamos o orgulho de lado e abraçamos a humildade.
Quando trocamos a pressa pela presença.
Quando permitimos que o amor divino transforme nosso olhar e nossas ações.
Sim, o mundo está quebrado mas ainda há quem escolha a luz no meio das trevas.
Por esses, vale a pena descer  para depois subir, renovados, conscientes e verdadeiros.

4 comentários:

  1. Olá, querida amiga Fernanda!
    "O verdadeiro poder está em se entregar ao invisível, em se abrir para a graça que cura, em se dobrar diante do mistério que nos transcende."
    Ele é Luz nossa sempre acesa e sua Graça sempre me alcançou, alcança e alcançará.
    O Invisível é tão visível a quem recebeu o dom de crer.
    Parabéns pelo dom da fé! Tão escasso hoje em dia.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos fraternos de paz

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    1. Querida Roselia,

      Que bênção é acolher sua presença tão cheia de fé e doçura… Sim, o Invisível quando tocado pela alma que crê se revela com tanta força e ternura que é impossível não se dobrar em gratidão. Sua luz nos guia mesmo quando tudo parece escuro… e a graça, ah, essa nunca falha. Sempre alcança o coração disposto. Obrigada por esse olhar tão cheio de verdade e esperança. Que sua semana também seja abençoada, leve, e profundamente iluminada pelo Amor que tudo sustenta.

      Beijinhos com carinho e paz,
      Fernanda

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  2. E isso, Fernanda, quem diria que um dia poderíamos tomar como dogma um verso de Raul Seixas: “Pare o mundo que eu quero descer.” Sempre que falamos de Raul Seixas me lembro das suas primeiras apresentações na Cidade Baixa em Salvador. Um grande poeta.
    Está difícil mas subiremos renovados, conscientes e verdadeiros para uma mundo melhor. Eu acredito...
    Abraços, Fernanda!

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    1. Querido Eros,

      Sim… quem diria, não é? Raul, com sua alma inquieta e provocadora, nos legou verdades em forma de versos dessas que atravessam o tempo e, hoje, parecem quase um grito coletivo. Também me lembro da Cidade Baixa… da atmosfera viva, das primeiras notas ecoando como profecias urbanas. Ele era, sem dúvida, um poeta disfarçado de roqueiro.
      Está difícil, sim. Mas sigo contigo nessa esperança a de que subiremos, mesmo que aos poucos, com mais consciência, mais verdade, e um tanto mais de amor.
      Obrigada por partilhar essa memória e essa fé.

      Um abraço apertado,
      Fernanda

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)