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13 junho, 2025
Um dia para lembrar.
5 comentários:
depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)
Querida amiga Fernanda, amo cantar em Coral, já vivi muitas emoções. Aqui, revivi as minhas nas suas...
ResponderExcluirO rosa da esperança fez-se espetacular pois observei seu rosto de entrega... é o que conta muito além das cores.
"Se eu pudesse, estaria exatamente onde o amor se faz presença, mesmo na ausência."
Tão, mais tão lindo o que escreveu aqui...
Tem coisas que eu leio e a emoção embarga meu coração, tenho que parar e respirar fundo.
Aconteceu agora quando te li.
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos fraternos de paz e bem
*tão, mas tão lindo...
ExcluirQuerida Roselia,
ExcluirReceber suas palavras é como ouvir uma voz doce entoando algo que toca fundo como um solo no meio do coral, que nos faz parar e sentir. Saber que você se reconheceu nas entrelinhas do que escrevi me emociona profundamente, porque há um eco bonito entre nossas vivências, como se nossas almas conversassem baixinho. O rosa da esperança que você viu… talvez seja justamente isso: essa capacidade de enxergar além, de sentir verdade onde o olhar já repousa com ternura. Sua sensibilidade me alcança com delicadeza e me lembra do valor de seguir escrevendo com o coração aberto. Obrigada por esse carinho que chega leve, mas fica grande aqui dentro. Que sua voz continue sendo instrumento de beleza no mundo no canto, nas palavras, na fé.
Um final de semana iluminado para você também,
Com carinho e gratidão,
Fernanda
Nanda, chove enquanto leio seu poema em prosa. É sempre um texto poético o que rola aqui no seu cantinho. Aliás, desde ontem chove muito por aqui, dizia eu antes, enquanto... fiquei pensando: O que essa menina escreve por aqui está sempre carregado de emoção. Por que será? Ou emoção está comigo? A verdade é que se apreende nos seus textos o movimento das marés e da lua, sem mistérios. E nele, no movimento, nos embalamos esteja você rosa ou de branco, rsrs.
ResponderExcluirBeijinhos, Nanda!
Eros, tua leitura é uma espécie de chuva mansa daquelas que não molham só por fora, mas entram pela pele e tocam fundo.
ExcluirGosto dessa tua pergunta sutil: será a emoção que está comigo, ou com o texto? Talvez seja o encontro entre as duas, esse instante em que tua alma aberta reconhece algo da tua própria maré nas palavras que escrevo. E aí, não há mistério: o que nos embala é o mesmo sopro seja em rosa, branco ou qualquer outra cor com que a vida nos vista.
Obrigada por ler com o coração à flor da pele. Isso, sim, é poesia.
Abraço 🤗
Nanda