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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

29 julho, 2025

Mural da saudade

Aleatoriamente um toque de poesia




Haverá dias em que estarei aqui um pouco mais.
Outros, serei só um pingo. Um gole apressado de café antes da vida começar.
Mas com a graça de Deus estarei.
Inteira.

Não importa o tempo ou o tamanho da presença.
Eu venho. Venho como posso. Venho do jeito que dá.

Às vezes leio tudo e fico quieta, rindo sozinha como quem escuta conversa boa na mesa ao lado. Noutras, participo, comento, falo demais como quem reencontra velhos amigos e esquece da hora. Porque aqui, nesse cantinho feito de palavras e afeto, já se formou uma família.

Tem gente que chega devagarinho, comenta uma vez só, mas deixa saudade.
Tem quem vem sempre, com jeitinho de casa, e já virou presença cativa.
Tem os engraçados, os poetas, os que escrevem com alma. Cada um é um café que eu tomaria sem pressa num domingo qualquer.

E eu fico aqui, admirada.
Com o tempo de vocês.
Com o carinho gratuito.
Com esse jeito único de se fazer presente num blog que nasceu no intervalo da vida entre um plantão noturno e um boletim escolar.

Porque, sim, manter um blog fazendo plantão à noite é difícil. Assim como é difícil lembrar de assinar a agenda do filho, revisar a tabuada do outro, preparar um lanche decente e ainda inventar histórias na hora de dormir (geralmente mais cansada que a criança).

Mas sabe o que me dizem?
“Você é multi.”
Uma das mães me chamou assim: multi. Não sei se é elogio ou diagnóstico, mas abracei. Sou muitas.
Uma para cada tarefa, para cada menino, para cada texto. E mesmo com sono, sigo com fé.

Hoje só vim agradecer.
A visita de cada um.
A palavra deixada.
O carinho escondido entre linhas. Porque aqui não é só blog, não é só escrita: é troca. É aconchego.
E eu carrego vocês comigo, num lugar reservado, entre os afazeres e os sonhos.

Se um dia eu sumir por uns dias, não se assustem.
É só o pingado que virou café coado no silêncio.
Mas volto. Sempre volto.

Porque quem escreve com o coração nunca parte de verdade. E quem encontra amigos assim… ah, esses a gente guarda pra sempre.

E olha, não estou dizendo que vou sumir de novo, hein.
Nada disso. Mas, se acontecer… já deixo esse bilhetinho afixado aqui no mural da saudade: não se preocupem, tá?

Às vezes, a vida me puxa pelas beiradas. Tem semana que eu viro poeira dentro de um jaleco, misturada com as histórias dos plantões, com as perguntas das crianças, com os assuntos infinitos das mães da escola. Tem dia que eu sou só uma sombra passando pelo corredor com um café numa mão e uma lista de coisas na outra. E tem noite que eu sento para escrever e… durmo no segundo parágrafo.

Não é falta de vontade, juro.
É excesso de realidade.

Mas mesmo quando eu não apareço por aqui, tô sempre espiando. Do cantinho do celular, entre um compromisso e outro, leio vocês como quem acende uma luzinha dentro de mim.
Cada comentário é abraço.
Cada visita é presença.
Cada nome que aparece aqui, mesmo em silêncio, já me é familiar como cheiro de casa.

E é por isso que volto. Sempre volto. Porque esse espaço não é meu.
É nosso.

É uma varanda onde a gente senta pra conversar sobre tudo desde as dores que não cabem até as alegrias que a gente nem sabe como contar. É o lugar onde eu posso ser inteira… mesmo quando só consigo aparecer em versão reduzida: tipo pingado, sabe? Pouco leite, muito sentimento.

Então fica combinado:
Se eu der uma sumida, não é adeus. É só a vida me emprestando pra outro canto, por um tempinho.
Mas eu volto. E quando eu voltar, espero encontrar vocês aqui com a mesa posta, a risada pronta e o coração em paz. Porque, no fim das contas, blog é isso: Um jeito bonito de lembrar que, mesmo longe, a gente continua perto.

Mas só se eu sumir hein kkkkk. Por hora estou dando conta da “ carga” Risos .



Fernanda

16 comentários:

  1. Que lindo!!!! Estaremos sempre por aqui, Fernanda! Um beijo grande no coração! <3

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    1. Vanessa querida, obrigada pelo carinho de sempre! Saber que vocês estão por aqui aquece meu coração. Seguimos juntas, sempre! Um beijo enorme no seu também!

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  2. A vida real nos toma tempo!
    Então ficamos felizes sempre que tu conseguir aparecer . Não te preocupa! Te esperamos sempre mas comporeendemos muito bem tua vida pra lá de cheia de tarefas! beijos, tuuuuuuuudo de bom,chica

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    1. Chica querida, que delícia ler teu comentário tão acolhedor! 💛 A vida é mesmo uma correria danada, mas saber que tem gente linda me esperando com compreensão e carinho já deixa tudo mais leve. Obrigada de coração! Beijo grande, com tudo de bom pra ti também!

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  3. Bom.dia de Paz, querida amiga Fernanda!
    Você me fez recordar os tempos antigos do blog, como vinha gente de todo canto, mil comentários, pessoas amorosas que não se intimidavam em demonstrar afeto, não vinham para fazer comentários 'bonitos', 'chiques', sabe? Vinham para abraçar a gente com carinho e fui me apaixonado pelo mundo virtual... comentavam e abraçavam concomitantemente.
    Os blogs nos abraçavam com palavras sinceras saídas do fundo da alma.
    Era extramente cativante.
    Você me reporta aquele tempo inaugural.
    Hoje em dia, as pessoas não valorizam a afetividade.
    Tem exceção?
    Por sorte nossa sim, algumas e eu, particularmente, digo que até tenho muitas para mim, graças a Deus!
    Seria horrível escrever para um bando de metidos a intelectuais retrucando e criticando tudo. Deus me livre.
    Gosto de Gente como você, afetuosa, mesmo sendo um cabedal de cultura. Aquelas que não demonstram pisar em nós, que nos respeitam como somos. Ainda se dão ao luxo de nos retribuir os comentários-abraços que damos. Não são macacos de imitação ou seja repetições por interesse de retribuição.
    Vão com a alma, inteiros, como você vai.
    Por isso que, quando somem, a gente sente muita falta. A saudade corta nosso coração.
    Como sentir falta de brutos? De ligeiros de alma? De narcisistas metidos a intelectuais?
    Não, você não é assim.
    Continue quando puder porque você nos abraça em palavras e é raríssimo Gente Gente.
    O ser humano anda des-afetado.
    Seu texto é pérola.
    Os 'poucos' que aqui vêm são sedentos de afeto e amizade verdadeira.
    Seja para nós, não só esteja, seu Carinho e Palavras nos fazem falta para derrubar o gelo dos blogueiros reinantes.
    Lembra que eu prometi deixar a porta aberta?
    Deixe a sua também...
    Vamos esperando as pessoas do bem e da paz.
    Tenha plantões, escola doa meninos, casa, coração do seu André, tudo em dia... volte quando der, fique!
    Beijinhos de uma amiga blogueira que ama encontrar "Blogueiros não prostituídos" como você. Deus te abençoe!

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    1. Querida Roselia,

      Seu comentário foi um verdadeiro abraço em palavras. Daqueles que a gente sente chegar mesmo de longe, como uma brisa boa vinda de um tempo em que a internet era mais afeto do que aparência, mais encontro do que performance. Também me lembro com saudade dos tempos inaugurais dos blogs… quando os comentários vinham carregados de verdade, sem filtro estético ou vaidade intelectual. Eram mãos estendidas, olhares cúmplices, sorrisos que a gente adivinhava. Era gente escrevendo com alma, e não para agradar algoritmo.
      O que você escreveu me emocionou profundamente. Porque é raro encontrar quem ainda valorize o “estar inteiro” não só passar pelos espaços, mas habitar as palavras com sentimento. O que você disse é exatamente o que sinto: a afetividade virou um bem escasso. E por isso, os poucos que a preservam tornam-se tesouros vivos. E você é um deles.
      Sim, deixemos nossas portas entreabertas. Pode ventar um pouco, pode demorar para que alguém entre… mas que seja gente do bem, da paz, daquelas que chegam sem sapato sujo, mas com o coração limpo, disposto a ficar um pouco, ouvir, trocar, amar.
      Obrigada por tanto carinho, por essa sensibilidade luminosa, por me fazer sentir que vale a pena continuar escrevendo. Mesmo que poucos leiam, se forem como você, já é muito mais do que suficiente.
      Beijo com todo o meu afeto,

      😘🙏🏻

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  4. Oi Fernanda.
    Cheguei no seu blog hoje, justamente nesta postagem tão linda.

    Eu também estou no blog há muito tempo e, em algumas épocas da vida, não consigo estar tão presente como desejo.

    Mas, é isso que você disse: Quem escreve com o coração não vai embora do blog.

    Abraço.

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    1. Olá querida,

      Que alegria receber sua visita justo nessa postagem… Coincidência bonita ou delicadeza do tempo? Fico feliz em saber que você também caminha por esse mundo dos blogs há tanto tempo há uma ternura especial em quem permanece, mesmo que às vezes precise se ausentar.
      Sim, quem escreve com o coração não parte de verdade. Pode silenciar por um tempo, mas nunca deserta. As palavras voltam. E com elas, a gente também.
      Seja sempre bem-vinda por aqui. Nos reconhecemos nessa estrada entre pausas, retornos e afetos.

      Um abraço cheio de carinho,
      😘🙏🏻

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  5. “Não se preocupem, tá?” Já acionamos os avisos luminosos preventivamente e já colocamos um chip nos seus sapatos. Não foi difícil, você sabe, não houve dificuldade. E não ficou visível, apesar dos pezinhos que Deus lhe deu, rsrsrs, você está sendo monitorada para não desaparecer, ainda que seja por breves momentos. Não aceitamos que você tenha escrito uma “crônica de um desaparecimento anunciado”, rsrsrs, parecia até Gabriel García Marquez, com seu texto cativante como o dele. Mas sabemos ou imaginamos o quanto sua vida é agitada, ocupada, transbordante de afeto e atividades. Saberemos entender se acontecer momentaneamente esse desaparecimento, saberemos esperar expectantes a sua volta.
    Abraços, Nanda!

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    1. Eros, meu querido,

      Ri 🤭 alto aqui com o chip nos sapatos! Espero que ele não acione alarme quando eu entrar em casa ou na clínica, rsrs… Que delícia ler você! Seu comentário foi uma daquelas visitas boas que chegam com leveza, humor e um tantinho de poesia também esse “monitoramento afetivo” me deixou com o coração mais tranquilo. Às vezes a vida me engole um pouco, sim. Mas é bom saber que, mesmo quando a gente parece sumir, há quem esteja de olho… não por controle, mas por cuidado. E isso faz toda diferença.
      Obrigada por essa presença tão gentil como quem chega com um café quente e palavras que abraçam.
      Abraços cheios de riso e gratidão,

      🙏🏻😘

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  6. Querida Fernanda, eu pensei muito nisso, nas suas postagens, visitas e respostas aos comentários!
    Amiga querida, a grande parte dos blogueiros postam uma vez por
    semana e outros a cada 10 dias. Temos muitas coisas a fazer e você
    muito, muito!!
    Você não pediu, mas eu vou lhe dar um conselho, isso porque não quero que você saia da nossa convivência adorável!
    Poste uma vez por semana que vai aliviar muito, aqui em casa nós
    fazemos isso desde sempre. Vai folgar muito em suas atividades.
    Responder os comentários e visitar a todos que lhe visitam, é tempo, sim,
    mas postando menos, vai folgar muito, querida. Você é adorável, carinhosa,
    participativa, escreve maravilhosamente, estou fazendo uma forcinha para você não desistir! Nós postamos nos sábados ou nos domingos, há mais tempo.
    Beijinho, amiga, você é muito importante para todos nós, seus leitores e colegas
    da Blogosfera! 🥰🙋‍♀️😘🙏🎍

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    1. Minha querida Taís,

      Seu comentário me tocou profundamente. Você tem uma delicadeza rara dessas que aconselham com doçura, como quem estende uma manta sobre nossos ombros num dia frio.
      A verdade é que eu ando mesmo tentando conciliar tudo, e às vezes me sinto no limite entre o encanto de escrever e o peso de não conseguir estar tão presente como gostaria. Seu conselho foi como uma luzinha serena dizendo: dá pra continuar, sim, mas com mais leveza. Mas por hora tá tudo certo. Fico feliz com esse carinho.
      Saber que vocês me acolhem mesmo com uma postagem por semana, que entendem o que há por trás das pausas e torcem pela permanência, faz toda a diferença. Obrigada por me lembrar que é possível seguir sem me perder de mim. Fico com essa sugestão generosa no coração e na agenda também, viu?
      Beijinho cheio de gratidão,
      com carinho,

      😘🙏🏻

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    2. É que não queremos te perder, sinto isso nos nossos amigos, também, então comecei a pensar...
      Você é muito valiosa, querida!
      Beijinhos mais carinho.

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    3. Tais, que delicadeza nas tuas palavras…
      É bonito e raro quando o afeto se manifesta assim, com verdade e cuidado.
      Saber-se querida é uma das maiores curas da alma. Obrigada por lembrar disso com tanto carinho.
      Também te sinto valiosa! ♥️

      Beijinhos com gratidão e afeto sua lindona!🥰😘🙏🏻

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  7. Qué hermosa tu entrada, Fernanda, cuánto cariño transmiten tus palabras, y qué agradecida eres.

    Este mundo es como una familia bloguera, las palabras que escribimos son latidos que salen de nuestro interior, y en cada palabra vamos dejando nuestras reflexiones interiores, nuestra alma está latente. Nos sinceramos ante un cristal que sabemos que nos van a leer, y que esas palabras que dejamos nos transmiten tanto cariño, y tanta fuerza. Yo creo que estar aquí nos da un chute de energía. Es como una droga que no se puede faltar. Porque aunque tengamos mucho que hacer afuera, al final, después de unos días, necesitamos volver. LO NECESITAMOS. Esa es la palabra. Porque este mundo es enriquecedor para el alma. Es tan bonito escribir lo que nos va dictando cada latido que sale del corazón.

    Por eso, Fernanda, aunque tienes mucho que hacer afuera, por tus responsabilidades, sé que en unos días, volveremos a verte. Además, te conozco de hace unas horas, y ya te tengo cariño, de verdad. Porque tus palabras llegan cálidas, son como caricias.

    Gracias enormes por tu precioso comentario dejado en mi blog, me ha llegado al alma, es tan bonito lo que has dicho.

    Por aquí me tendrás porque ya me he hecho adicta a tus palabras, y a este precioso blog. Si te vas, por favor, no tardes en volver.

    Un abrazo enorme.

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    1. Querida María,

      Ler você foi como abrir uma janela e deixar o sol entrar…
      Que coisa linda essa sua maneira de perceber o mundo dos blogs como uma família. Senti exatamente isso enquanto lia seu comentário, tão cheio de verdade, de ternura e de sensibilidade. Sim, é isso mesmo: há algo de essencial nesse espaço. Algo que nos nutre, nos acalma, nos acolhe. E mesmo quando a vida lá fora nos exige tanto, é aqui que encontramos uma forma de voltar a nós mesmas. Voltar pelo coração. Suas palavras me abraçaram com tanta doçura, que nem parece que nos conhecemos há tão pouco tempo… já sinto sua presença como dessas que aquecem, que fazem bem, que chegam com afeto verdadeiro. Obrigada por tanto carinho, obrigada por me fazer sentir que vale a pena continuar aqui ainda que às vezes demore um pouquinho para voltar.
      Também me tornei leitora e admiradora sua, e vou adorar continuar essa troca de alma com alma, palavra com palavra. Um abraço imenso, com gratidão e afeto,

      😘🙏🏻

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)