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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

Amor sempre....

Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

01 agosto, 2025

Ele Veio

Aleatoriamente um toque de poesia



Fomos a um café, eu e as colegas do curso. Era o nosso último encontro antes da volta pra casa, e havia em cada conversa aquele sabor agridoce das despedidas: a alegria por tudo o que vivemos e a pontinha de saudade antecipada que vinha com cada abraço dado nas amigas dos outros estados.

Ficamos por horas ali, misturando risadas, confidências e despedidas apertadas. Desliguei o telefone por escolha e por carinho  porque às vezes é preciso estar inteira no momento, sem notificações, sem pressa. Só depois, já a caminho do hotel, liguei de novo.

E lá estavam: várias ligações dele.

Meu amor. Meu coração bonito.
Preocupado com a esposa dele, imaginando mil coisas, achando que talvez eu tivesse me "perdido" por aí ou que o tempo tivesse me levado pra longe demais. Tão bonitinho…

Mas eis que, pasmem ele veio!!!

Sim, ele mesmo.
Enquanto eu lia as mensagens e ouvia os áudios apressados e cheios de ternura, ele apareceu. Chegou. Com aquele jeito de quem não suporta a ideia de me deixar só por muito tempo. Com aquele olhar que diz tudo sem dizer nada.

E eu? Eu derreti.

Porque tem surpresas que não vêm embrulhadas em caixas, mas em gestos.
Tem André com jeito romântico que não manda flores, entrega pessoalmente.
Que  diz eu te amo o tempo todo. E tem encontros que, mesmo depois de muitos sustos,
 ainda fazem a gente pensar: “como é que eu dei essa sorte?”

Vim te buscar amor!
Ele, transformou o fim da tarde em cena de amor.
Daquelas que a gente não esquece.
E amanha, voltamos.




Fernanda


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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)