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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

27 agosto, 2025

Noite

Aleatoriamente um toque de poesia
Poema 


Noite, deixa que eu repouse
o cansaço em teus braços,
como quem entrega ao colo escuro
a fadiga do dia.

Quero imiscuir-me em teu silêncio,
fundir-me ao mistério da sombra
que acolhe, sem pressa,
os segredos que o dia dispersou.

Languidamente, entrego-me
ao ritmo suave do teu respirar,
como marés que vêm e vão
num compasso eterno.

E na entrega absoluta,
quando o tempo já não exige,
sinto a plenitude nascer:
um descanso que não pesa,
uma paz que apenas é.


Fernanda

6 comentários:

  1. O poema é bonito demais.
    A noite é ambígua, não é não?
    Ao mesmo tempo como diz seu poema, pode ser o abraço do cansado mas pode ser também, o terror de quem precisa da luz.

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    1. Eduardo,

      que bonita sua leitura! A noite guarda mesmo essa ambiguidade: repouso para uns, inquietação para outros. Talvez seja esse o seu mistério… mostrar que luz e sombra sempre caminham juntas.
      Obrigada por suas palavras tão sensíveis! Um abraço com amizade.

      😘🙏🏻

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  2. Boa tarde de Paz, querida amiga Fernanda!
    A noite é magica e a entrega ao outro é sublime.
    Lindo demais como passa sua emoção sensível na poesia!
    Tenha um entardecer abençoado!
    Beijinhos fraternos

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    1. Boa noite de paz, querida Roselia!

      Que alegria receber suas palavras tão gentis… realmente, a noite tem esse encanto mágico, e a entrega ao outro é mesmo um gesto sublime que toca a alma.
      Obrigada por ler minha poesia com tanto carinho. Que seu anoitecer seja igualmente abençoado e cheio de serenidade!
      Beijinhos fraternos com afeto!

      😘🙏🏻

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  3. Querida Fernanda, parece que todos os astros se alinharam para que nós dois escrevessemos um texto abordando o mesmo tema! A noite!...
    Uma sintonia perfeita, até nos conceitos que expressamos e sentimos. Existem na verdadade coincidências que nos surpreendem.
    Tal como tu, também eu me converto inteiramente a uma entrega sem limites ao fascínio da noite! Sinto um apelo irresistível, um ímpeto quase natural, que me leva para os braços da noite - mística e sedutora - como as águas de um rio caudaloso correndo para os braços do mar!...

    Que tenhas um bom fim de semana.
    Um abraço com carinho.

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    1. Querido Albino,

      que encantadora sintonia a nossa! É mesmo fascinante como, às vezes, os pensamentos se encontram e os sentimentos se entrelaçam como se já soubessem do outro.
      Sua descrição da noite é tão viva e intensa…
      Desejo a você um fim de semana sereno e cheio de inspiração.
      Um abraço com muito carinho!

      🙏🏻😘

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)