✿Aguarde os próximos capítulos...✿
13 setembro, 2025
Cântico da Madrugada
7 comentários:
depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)
Bom domingo de Paz, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirUm requinte poético nos brinda...
Amei as pinceladas de mel como representação do momento do dia.
As auroras boreais são belíssimas.
Precisamos sim despertar a nossa...
"Um poema em estado de nascer"
A poesia vai vingar nas mãos da poetisa de alma, certamente...
Lindo momento da minha alvarada tive aqui.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos fraternos de paz
Sensações lindas da madrugada antes do dia novo nascer,Nanda! Escreves maravilhosamente SEMPRE!
ResponderExcluirbeijos praianos, lindo domingo! chica
Li o poema com o carinho de sempre, mas ainda não posso demorar-me na frente do computador ou do telefone móvel.
ResponderExcluirO oftalmologista recomendou afastamento desses aparelhos depois da cirurgia de catarata.
Meu abraço e um bom domingo!
José Carlos
Querida Fernanda, é muito belo o teu poema!
ResponderExcluirVou deixar-te um poema que fiz há muitos anos, e que de certa forma se complementa com o teu. Achei curioso!
O segredo é amar. Amar a vida
com tudo o que há de bom e mau em nós
Amar a hora breve e apetecida,
ouvir todos os sons em cada voz
e ver todos os céus em cada olhar
Amar por mil razões e sem razão.
Amar, só por amar,
com os nervos, o sangue, o coração.
Viver em cada instante a eternidade
e ver, na própria sombra, claridade.
Amar o ramo em flor que há-de nascer
No silêncio da tímida raiz.
Amar cada pedra, cada ser,
Amar cada olhar doce e feliz
Amar o tronco, a folha verde,
amar cada alegria, cada mágoa,
pois um beijo de amor jamais se perde
e cedo refloresce em pão e água!
Neste final de tarde de domingo, deixo para ti um terno e fraterno abraço!
Escutar a vida como se fosse a primeira vez e deixar que as sensações lhe esculpam na pele os momentos sagrados onde encontra o poema em estado de nascer. Tão belo, minha Amiga Fernanda!
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Pero qué bonito, querida Fernanda, ¿sabes que me he quedado con ganas de leer más?
ResponderExcluirMe produce una serenidad y una paz increíble esta entrada. Y es que has escrito todo un poema con las sensaciones brillando a flor de poesía en un paseo interior, un paseo lleno de calma y relajación, has ido caminando y nos has hecho caminar de la mano de tus letras, querida amiga y has dibujado en nuestra piel, melodías de paz.
Qué belleza, hermosísimo texto, igual que la fotografía.
Que tengas una muy feliz semana.
Besos enormes con cariño.
Seu poema é absolutamente deslumbrante, uma verdadeira viagem sensorial e espiritual que transita entre o etéreo e o íntimo com uma leveza rara.Parabéns por criar uma peça tão rica, sensível e refinada. É poesia em seu estado mais puro.
ResponderExcluir