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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

04 setembro, 2025

Sob as Colunas do Tempo

Aleatoriamente um toque de poesia
Poema 



Sob as colunas frias da praça,
caminham homens de gestos medidos.
O vento leva folhas e murmúrios,
e a luz do sol desenha o destino nos passos.

A virtude é pedra firme na estrada,
a amizade, sombra doce na tarde quente.
Quem conhece a si mesmo caminha seguro,
mesmo quando a cidade ruge em vaidade e briga.

Oliveiras antigas guardam segredos,
o tempo passa, mas a alma observa.
Cada gesto justo, cada palavra ponderada,
é semente que floresce além da vida.

E mesmo sob o peso do mundo,
há beleza em olhar para o céu estrelado,
pois até na confusão da existência
resplandece a ordem do espírito.


Fernanda

4 comentários:

  1. Boa tardinha de paz, querida amiga Fernanda!
    Que poema propício para um finalzinho de tarde onde estou na costumeira serenidade do meu espírito!
    As folhas caem soberbamente por aqui também... oxalá caiam as ´posturas exacerbadas!
    Menina, a última estrofe ficou uma beleza descomunal.
    A ordenação dos afetos nos traz ordem ao espírito.
    Lindo!
    Tenha um anoitecer abençoado!
    Beijinhos fraternos

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    Respostas
    1. Querida Roselia,

      que alegria receber suas palavras tão cheias de ternura!
      É bonito pensar que as folhas que caem diante de nós também nos ensinam a deixar ir o que já não precisa permanecer sejam posturas, dores ou excessos da alma.
      Fico feliz que a última estrofe tenha tocado seu coração… talvez seja justamente nessa ordenação dos afetos que encontramos o silêncio bom que nos pacifica.
      Desejo que sua noite seja bordada de serenidade e bênçãos!

      Um beijo fraterno e grato,

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  2. Quando nosso espírito em ordem está, podemos atravessar todos os problemas que tiramos de letra e ainda conseguimos ver belezas e ter um sorriso nos lábios! Mas esse sorriso só tem valor se vier não apenas dos lábios, mas do coração! beijos praianos, chica

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    1. Querida Chica,

      que linda reflexão!
      Realmente, quando o coração sorri, mesmo diante das tempestades, o mundo se mostra mais leve e cheio de beleza. É nesse equilíbrio do espírito que encontramos força, paz e a capacidade de abraçar cada momento com leveza.

      Beijos cheios de carinho e energia praiana.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)