✿Aguarde os próximos capítulos...✿

Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

07 outubro, 2025

O delicado gesto de comentar

Aleatoriamente um toque de poesia



Não consigo comentar um texto sem explicá-lo detalhadamente. Talvez isso soe exagerado, mas para mim, ler é um gesto de afeto  e comentar, um prolongamento desse gesto. Quando gosto de um texto, quero tocá-lo por dentro, entender suas dobras, suas intenções, o modo como uma frase se encosta na outra como quem busca abrigo.

Há quem leia e apenas diga: “bonito”. E está tudo bem  às vezes a beleza é mesmo indizível. Mas eu, não. Eu preciso dizer por que achei bonito. Preciso destrinchar o sentimento, como quem abre uma flor com cuidado para ver o miolo.

Explicar um texto é, para mim, uma forma de gratidão. É dizer ao autor: “eu te vi”. Vi o esforço entre as linhas, percebi o silêncio antes da vírgula, o suspiro depois do ponto. E, principalmente, senti o que quiseste dizer ou até o que tentaste esconder.

Talvez eu explique demais. Mas é que a leitura, quando me toca, não me deixa em paz.
E então, em vez de guardar, eu devolvo com palavras, sempre com palavras 
porque comentar um texto é, no fundo, uma forma de amar. 

Mas de maneira alguma quero ser inconveniente.
Por ser extremamente vertical dessas pessoas que mergulham de cabeça gosto de comentar o que penso, embora o que penso, às vezes, seja entendido de outro jeito. Há sempre o risco do mal-entendido à espreita, o ruído entre o que se quis dizer e o que o outro escuta.

Ando com medo de comentar, sabe? Medo de parecer demais, de soar arrogante, de entrar onde não fui chamada. Medo de que o meu entusiasmo seja visto como intromissão.
Mas comento mesmo assim.
Com medo mesmo.

Porque o silêncio me parece mais perigoso do que a exposição. Porque deixar de dizer o que senti ao ler algo bonito seria quase uma omissão e omitir-se diante da beleza também dói.

Então sigo comentando, mesmo tremendo um pouco por dentro, com o coração batendo entre as linhas e as intenções. Sigo tentando transformar o medo em cuidado, e o comentário em gesto.
Talvez comentar, no fim das contas, seja apenas isso: falar com respeito, mas não calar o que o coração percebe. 

E é curioso quanto mais "medo" tenho, mais vontade sinto de continuar comentando. Como se as palavras que me escapam fossem também uma forma de resistência, uma maneira de dizer: ainda me importo. Porque é isso o que está por trás de cada comentário meu: o interesse genuíno. A presença. A tentativa de criar carinho em vez de muros.

Já pensei em silenciar, sim. Em ler e guardar pra mim, sem deixar rastros. Mas sempre me parece um desperdício como assistir a um pôr do sol e não chamar ninguém pra ver junto. O comentário é o chamado: “olha que bonito isso, olha o que senti aqui.”

Às vezes, sou mal interpretada. Outras, recebo respostas tão gentis que o medo se recolhe um pouco, envergonhado. E então percebo: não é errado sentir medo, errado seria deixar que ele me calasse por completo.

Por isso sigo meio temerosa, meio corajosa dizendo o que penso com cuidado, tentando costurar palavras que não firam, mas que toquem.
Porque comentar, pra mim, é um modo de existir com delicadeza no mundo:
um gesto pequeno, mas cheio de alma. 

Aquele que gosta de um breve comentário, deixe aqui.
Diga sinceramnete por favor!
Prometo que, quando for lhe visitar, cumprirei seu desejo, ok? Serei breve, como quem toca de leve uma flor para não despetalar.

Nem sempre é fácil conter as palavras elas me escapam feito água graças a Deus, correm pelos dedos, querem dizer tudo o que sentem. Mas respeito o gosto de cada um: há quem prefira o comentário curto, aquele aceno gentil que diz “li, gostei, estou aqui”. E isso também é bonito.

Porque, no fundo, o comentário seja longo ou breve é uma forma de presença.
É o modo que encontramos de dizer uns aos outros: você foi lido, foi visto, foi sentido.
E talvez seja isso o que todos queremos, no fim das contas: um olhar que nos reconheça,
mesmo que em uma linha só.



Fernanda


Comentar é
 entrar no coração do texto sem se perder de vista 
é tocar o centro da ideia com a ponta dos dedos da alma.😉

15 comentários:

  1. Minha querida amiga Fernanda, boa tarde de paz!
    Veja bem, estou num dia cheio de atividades e me recuperando de uma 'virose', que eu mesma detectei, corpo ficou molenga, discreta dor de cabeça e uma sensação febril... chá de limão, alho, louro e melissa ou erva-doce, alternadamente.
    Já fui à rua repor as frutas.
    Sei que nada tem a ver com seu texto, rs...
    Mas entro aqui e me sinto tão bem, sabendo que não vai me enxotar... que relaxo e falo como se tivesse conversando com você na varanda (lembra?.
    Daqui a pouco terei coral e memorização.

    Vamos lá, querida:
    Pode comentar grande ou pequeno, com poucas palavras ou muitas.
    Pode comentar grande ou pequeno, com tempo ou sem tempo...
    Pode comentar grande ou pequeno, com ética (grande), só por compromisso (pequeno).
    E por aí vai...
    Quem dera que todos comentassem como você... temos muitos amigos que o fazem por amor.
    Entram num dos meus e não me dizem só lindo, mas dizem: belas flores... é o mesmo.
    Com o tempo, vemos que há um exercício de comentar quase de cartão de ponto sem sentimento algum... sem elegância, sem ética mesmo.
    Fazer o quê?
    Todos sabemos que só damos o que temos...
    Tem quem ame e não beije na boca... sabe aquele comportamento prostituído?
    Não se intimide, minha flor.
    Dê sua elegância e quem fala pode estar morrendo de inveja sua, porque se percebe o quanto você entende de tudo que lê. discorre sobre assuntos vários e sua inteligência vai atrair muita inveja.
    As pessoas não têm tempo de comentar com calma, mas têm de disparar, por trás, o que ainda é pior, bobagens para denegrir a imagem de quem está bem e blogando 'politicamente correto', como você.

    Vai sair grandão...
    Hoje, no grupo do nosso coral, colocaram um vídeo político, aí, uma amiga nossa bem idosa (bem mais do que eu) pediu encarecidamente que se poupasse coisas do tipo para não melindrar amizades.
    Com os comentários, se sucede o mesmo...
    Se eu não concordar, não preciso melindrar...
    Educação faz parte do mundo virtual.

    Siga, querida,
    Adorei quando disse que diga AQUI, se não gostar de comentário grande.

    Você não é metida, não tem culpa de saber de coisas várias e da vida.
    Quem quiser que estude e TODOS temos potencial de crescimento em muitos níveis que ainda não sabemos.

    Falar por trás não resolve nada.

    Ainda um último ponto:
    Para que se segue um blog que não se gosta do blogueiro?
    Vejo como um paradoxo.

    Vou me preparar agora para minha tarde alegre num grupo de bem com a vida.
    Fique com Deus, querida!
    Beijinhos fraternos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que mensagem linda, Roselia!!!🥰

      O que você escreveu é, na verdade, uma verdadeira crônica sobre o valor da presença sincera mesmo na vida virtual. A maneira como costura suas reflexões com o cotidiano, o chá, o coral, a conversa na varanda, faz o texto ganhar calor humano e verdade. Seu comentário vai muito além da gentileza: é um lembrete sobre ética, afeto e autenticidade. Você fala de algo essencial a diferença entre comentar por compromisso e comentar por amor, com atenção, como quem realmente quer dialogar. E nisso há uma sabedoria rara. Gostei especialmente quando você diz que
      “todos damos o que temos”. É simples, mas contém uma profundidade enorme. Fala sobre maturidade emocional, sobre entender que cada um só pode agir a partir do nível de consciência em que está. Há ainda um toque de firmeza bonita: esse chamado à elegância, ao respeito, à educação coisas que, como você mostra, são o verdadeiro alicerce das boas relações, virtuais ou não. Seu texto, Roselia, é um abraço com conteúdo: acolhe, ensina e inspira.
      Obrigada por suas palavras tão generosas e pela lição silenciosa de humanidade que vem junto com elas.
      😘🙏🏻

      Excluir
  2. MaFe Barbie Big Foot.
    Porque com medo de comentar, minha amiga?
    Bobagem.
    Se a pessoa escreve e deixa os comentários em aberto, é para que comentem.
    Não precisa ter medo de acharem isso ou aquilo de você.
    Nada a ver.
    Lá no meu blog, pode comentar o que bem enten der.
    Inclusive, eu nem modero os comentários, porque não acho certo.
    Eu deixo publicado todos os comentários.
    Bons ou ruins.

    Um abração minha amiga!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Andre

      Você sempre tão direto e gentil obrigada!
      Não é bem medo, sabe? É mais aquele cuidado bobo de quem pensa demais antes de falar (ou escrever). Às vezes fico receosa de me alongar demais, de parecer intensa mas, veja só, já estou me explicando demais de novo! (risos)
      Gosto da sua liberdade com as palavras, dessa confiança no que se sente. Acho bonito isso de deixar o espaço aberto, sem filtros.
      Prometo comentar mais, e do meu jeito com afeto e umas voltas a mais nas ideias.
      Um abraço cheio de luz,🙏🏻😊

      Excluir
  3. Fernanda querida, pois está aqui um texto que eu não saberia escrever com tanta perfeição, tanto sentimento, um toque direto ao coração!
    Sabe, coisa maravilhosa eu fiz ontem, fui lendo algumas crônicas minhas de anos atrás, e o que me alegrou muito foi ter lido os comentários de amigos que estão até hoje juntos e outros que já voaram para as redes sociais. Que pena. Quanto carinho, quanto interesse, e eu adorei ter visto gente de muitos anos que ainda estão com seus Blogs. Há uns comentários teus, também!
    Essas pessoas, de fato, adoram escrever. A Blogosfera é para os que gostam de escrever, para quem gosta de poesia, crônicas, contos, artigos etc.
    Continue com teus excelentes comentários, querida, são muito especiais, gentis e carinhosos! Quem vai reclamar disso se falas do texto, do escritor, do sentimento de quem escreve?
    Querida amiga, siga mostrando o que teu coração diz!
    Beijinho e uma linda semana!
    Gracias siempre! 💚💛💜❤️

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tais, minha querida
      Suas palavras me tocaram profundamente! Que alegria saber que meus comentários já se cruzaram com os seus em tantos caminhos da blogosfera. É como se cada texto, cada mensagem, tivesse guardado pedaços de amizade e carinho que o tempo não apaga.
      Concordo contigo: a blogosfera é para quem ama escrever, sentir e partilhar. E poder comentar é, para mim, um jeito de estar presente, de reconhecer o coração de quem escreve, de agradecer por cada história que se abre diante de nós. Obrigada por suas palavras tão gentis, pelo incentivo e por esse olhar afetuoso. Vou continuar comentando, sim, sempre com o coração, porque é assim que faço amizade e espalho um pouco de luz por aqui.

      Beijinho enorme,🙏🏻😘

      Excluir
  4. Nanda, naõ vou responder grandão, pois o meu jeito é outro,rs...
    Mas adoro teus comentários e não posso imaginar quem deles não goste! Podemos não gostar quando chegam coisas que podem ferir a nós e outros, mas nunca foi o teu caso!
    Pode continuar por mim,rs...
    beijos praianos, chica

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Chica, minha querida 🌷
      Você pode comentar sempre do seu jeitinho, que é doce, direto e cheio de carinho e eu amo! Cada palavra sua chega com afeto, como uma brisa leve no meio do dia.
      E eu também comento como sei, às vezes me alongo (risos), mas é só porque gosto de conversar, de me demorar um pouco nas coisas e nas pessoas.
      Fico feliz demais em ter você por aqui e tenho certeza de que todos sentem o mesmo.
      Você é especial no meu coração há muitos. E muitos anos 🥰😘
      Beijos com carinho,

      Excluir
  5. Olá, Fernanda!
    Medo de comentar? Não diga isso, minha amiga. Quem escreve num blog é porque gosta que as pessoas comentem. Se não, porque escreveria?
    Medo das opiniões sobre você? Esqueça! Debate e troca de opiniões é saudável e nos faz crescer, pois atua no campo das ideias.
    Lá no meu blog você pode comentar à vontade, até porque não modero os comentários, não acho certo, prefiro deixar publicados, inclusive os que externarem opiniões contrárias às minhas. Não tem o menor problema. Gosto muito dos teus comentários, são ótimos e irretocáveis, tua escrita é fluente, clara e objetiva. Pode comentar (longo ou resumido), do jeito que lhe der na telha. Combinado?
    Bjs, Marli

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Marli

      Obrigada, minha querida! Saiba que escrevo porque amo é a maneira que encontrei de participar, refletir e me conectar. Já falei um pouco sobre isso em outro post, mas não custa reforçar: comentar é uma forma de carinho, mais do que obrigação ou medo de opinião alheia.
      Só que, ando recebendo comentário abusivos e isso é muito
      Complicado. Não deletei nenhum mas não postei ainda.
      Isso assusta!
      E fico feliz em saber que meus comentários são bem-vindos no seu espaço, seja longos ou curtos, do jeito que meu coração pede naquele momento.

      Obrigada

      Excluir
  6. Aí é estilo de cada um. Alguns são prolixos, outros sucintos, e os dois são sempre bem-vindos. Um bom comentário enriquece um bom texto e um bom comentário até melhora um texto ruim...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eduardo, querido,

      concordo plenamente!
      Cada um tem seu estilo e é justamente essa mistura de vozes, tamanhos e jeitos que torna o diálogo tão rico.
      Um bom comentário é quase uma extensão do texto, não é?
      Ele traz outro olhar, outro sentimento, outro tom…
      E quando há respeito e sinceridade, até o texto mais simples se ilumina.

      🙏🏻😘

      Excluir
  7. Eu sei lá, acho que você deve ser o que você é. Se gosta de escrever um livro em cada comentário, então escreva, ué. Acho que ninguém melhor do que você mesma para saber como deve comentar.
    Eu gosto dos seus comentários, mas é porque nunca ninguém comentou assim. Cheguei a pensar que fosse alguém usando truque de IA. "ChatGPT, faz um ocmentário pra mim sobre isto aqui", daí a pessoa copiava e colava tudo o que a IA lhe fornecia. Ah, Ah! Se for isso mesmo, vou aderir.
    Fico um pouco com medo, pois geralmente a pessoa pode estar esperando o mesmo tipo de reciprocidade, e eu sou o mestre em quebrar expectativas nos outros, mas eu sou assim, então, o que se há de fazer? Quem quiser, que me aceite assim. O mesmo vale para você. Seja você. As pessoas que aceitem você asim.
    Um abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fabiano,

      você me fez rir com essa história de IA! 😂
      Mas não, sou eu mesma em carne, osso e muitas palavras! rs
      Escrever muito é o meu jeito de estar no mundo… acho que comento como quem escreve cartas, e às vezes saem mesmo pequenos capítulos.Também acredito nisso: cada um tem seu modo de ser, de sentir e de se expressar. E que sorte a nossa quando encontramos quem entende ou ao menos se diverte com isso!
      Obrigada pelo carinho e pela sinceridade.
      Um abraço cheio de texto (como não poderia deixar de ser 😄),
      🤗

      Excluir
  8. Querida Amiga, vim aqui hoje e fiquei deveras " pasmada ", com as reacções maldosas aos teus comentários e também às tuas publicações. Não acho correcto visitar um blog e simplesmente escrever, " muito bonito, gostei muito". Com certeza não lêem o que lá está. A Fernanda, de certeza que me encontrou por aí, pelos blogues que sigo e comento há 16 anos e vê o tamanho dos meus textos. Eu leio tudo, com muita atenção e comento, deixando sair aquilo que me ficou na alma depois da leitura. O que me preocupa não é fazê-lo curto ou longo, mas, sim, mostrar o meu agrado pelo tema e a mensagem que dele tirei. Não sei ser de outro modo e só visito e comento os blogues que me dizem alguma coisa e que me respeitam; tenho conquistado belas amizades neste mundo dos blogues e não tenciono deixar o meu Começar de novo, mesmo que me ofendam ou ameacem. Ele faz-me muito bem e não desistirei dele. Fernanda querida, continua com os teus belos e assertivos comentários, com os teus maravilhosos posts que deliciam todos os teus Amigos, estes são os que importam e não os maldosos que só carregam rancor em seus corações, Amiga, Deixo -te muito beijinhos e a. minha sincera
    amizade e apoio neste momento tão desagradável, mas que saberás ultrapassar. Boa noite!
    Emília 🌻 🌻

    ResponderExcluir

depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)