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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

15 novembro, 2025

Pequeno mapa de mãos

Aleatoriamente um toque de poesia



Abro a janela como quem abre um livro antigo,
respiro o silêncio que ficou nas dobradiças.
Há pó de sol no parapeito e um bilhete de vento
que insiste em voltar com promessas de manhã.

Minhas mãos sabem caminhos sem precisar de mapa:
sabonete, caneca, caderno trilhas de afeto.
Elas guardam as histórias que o corpo não conta,
costuram memórias com pontos de chá e suspiro.

Às vezes a cidade toca uma música lenta,
e eu me deixo levar na preguiça generosa do tempo.
Colho um verso perdido, ponho-o no bolso, esqueço-o,
e ele volta mais risonho, pronto para ser contado.

Durmo com as mãos aquecidas de pequenos acertos,
acordo com vontade de apagar todas as pressas.
A vida, se a gente cuida devagarinho, cabe inteira
num olhar que demora e num abraço que fica.



Fernanda


Que este sábado se desenrole com a elegância das pequenas alegrias: que cada xícara de chá ou café, seja acompanhada de pensamentos leves. Que as palavras lidas, ou escritas, encham o coração de vocês  encantamento, e que a simplicidade dos gestos cotidianos se transforme em poesia. Que seus momentos sejam doces, discretos e memoráveis, como uma conversa à sombra de um jardim tranquilo.🥰


10 comentários:

  1. Oi, Fernanda! Tu carregas em suas palavras uma essência poética, não é mesmo? A poesia, em sua natureza mais pura, revela um poder profundo e transformador no tecido da vida cotidiana. Ela não se limita a ser uma forma de arte, mas se apresenta como uma ferramenta de autodescoberta e cuidado, fortalecendo laços sociais. Esse encantamento poético promove a escuta atenta, o diálogo respeitoso e a empatia, criando espaços acolhedores que geram sentimentos de gratidão, esperança e significado nas existências.
    A poesia eleva as experiências simples e aparentemente triviais do dia a dia, conferindo-lhes dignidade e importância, enquanto desperta uma percepção aguçada da beleza que permeia o cotidiano. Essa dimensão poética facilita a construção de uma cidadania mais consciente, melhora a saúde mental e inspira ações voltadas ao bem comum, revelando que a poesia transcende o mero luxo intelectual — é uma prática acessível e profundamente transformadora em sua simplicidade.
    Assim, a poesia não deve ser apenas compreendida de forma racional, mas, como você bem disse, deve ser sentida e vivida. Ela toca a essência da alma e altera a percepção da realidade, iluminando nossas vidas de maneira leve e repleta de significado. Que sua manhã, de fato, seja leve, banhada por essa brisa poética que acaricia a alma. E viva a poesia. Abraço minha amiga!

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    1. Luciano,

      Permita-me dizer que suas palavras, tão afetuosamente compostas, lembram-me de como os sentimentos mais nobres encontram sempre um modo gracioso de se exprimir, mesmo nos cenários mais simples da vida. A poesia, tal como a descreve, não é um luxo reservado aos salões ou às conversas elegantes, mas um delicado estado de espírito que torna mais digno de atenção e encantamento.
      Aprecio especialmente sua lembrança de que a poesia deve ser vivida, não apenas entendida pois nada é mais verdadeiro. Os corações sensíveis reconhecem que a beleza sutil das coisas tem o singular poder de elevar o ânimo, aclarar o pensamento e inspirar generosidade.
      Receba, portanto, meu sincero apreço por essas palavras tão bem escritas. Que sua manhã seja tão gentil quanto suas reflexões, e que a poesia continue a lhe acompanhar como uma velha amiga constante, elegante e sempre reveladora.

      Um abraço,
      Fernanda 🙏🏻

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  2. Lindo,Nanda e tu tens a poesia na hora que quiseres e mais ainda, ela te chega do nada, de um sopro, de uma luzinha, de tudo...Essa vontade de apagar as pressas...Muito lindo! beijos, ótimo fds! chica

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    1. Obrigada pelo teu carinho tão cheio de luz. Acho que a poesia, às vezes, me visita mesmo assim de surpresa, como quem abre a porta sem bater e entra espalhando claridade pela casa inteira. Talvez porque tu, com tua sensibilidade, também a reconheças de longe. Recebo tuas palavras como quem acolhe um abraço que acalma.
      Beijos, e que teu fim de semana siga leve e bonito, do jeitinho que mereces.
      🙏🏻😘

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  3. Boa.noite de sabado, querida amiga Fernanda!
    Hoje tive um dia assim:
    "Que este sábado se desenrole com a elegância das pequenas alegrias ".

    Viajamos a outra praia rústica, fizemos visita a uma igreja construída pelos Jesuítas (patrimônio) que foi restaurada.
    Abri a janela da minha alma... vi outros cenários...
    Um dia de convivência com amigas é escrever numa página de livro antigo com ares de novo...
    Deixei-me levar pela preguiça do tempo...
    Novos versos foram escritos em minha alma pelo Deus poeta.
    Apaguei as pressas...
    Encontrei espaço para versos e poemas novos... mesmo estando cada dia mais "antiga".
    Adoro sentir seus poemas.
    Tenha um domingo abençoado!
    Beijinhos fraternos

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    1. Roselia, querida,

      Que encanto é ler teu sábado transformado em paisagem e oração. Há dias em que a alma realmente pede para abrir as janelas e deixar o mundo entrar devagarinho e tu descreveste isso com uma delicadeza que aconchega.
      É bonito perceber como Deus, esse Poeta maior, continua escrevendo linhas novas em nós, mesmo quando já nos sentimos “antigas”. Talvez seja justamente aí que a poesia se faz mais nítida.
      Obrigada por sentir meus versos com tanta ternura.
      Te desejo um domingo igualmente abençoado, desses que repousam suavemente no coração.
      Beijinhos fraternos.
      🙏🏻

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  4. Nanda, amiga, é tão bom vê-la entrar e sair da minha casa, pois lá se não é um livro antigo, as dobradiças nos fazem sonhar quando não estão em silêncio e o bilhete do vento quase sempre trazem notícias alvissareiras e fazem-me reaprender que o viver não pede pressa.
    Adoro seus comentários cheios de carinho e amizade.
    Um domingo de muita paz, doce amiga!
    José Carlos

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    1. Querido Eros,

      Você sempre me recebe com esse encanto de casa antiga onde até as dobradiças parecem guardar histórias e o vento sabe chegar com recados bons. É uma delícia passear pelas suas palavras e deixar que elas me desacelerem, lembrando que a vida tem seu próprio ritmo, manso e sábio. Obrigada pelo afeto de sempre. Que seu a semana continue cheia de paz e poesia.

      Com carinho,🙏🏻😘

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  5. Nossas janelas mostram a vista linda da Praia de Boa Viagem e também posso ver edifícios, Praças, árvores, carros, gente.
    E gosto dessa variedade.
    Beijo,

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    1. Liliane,

      Que privilégio ter uma janela que abra para tantos mundos ao mesmo tempo o mar, as árvores, a cidade, as pessoas passando. Essa variedade faz a vida pulsar, não é? Cada olhar traz uma história diferente.
      Obrigada por compartilhar essa paisagem tão viva.
      Beijo,

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)