Casei-me novamente.
Por fora, parece simples dizer isso. Por dentro, foi uma travessia. Quando se amou muito alguém que partiu, o amor seguinte nunca chega sozinho vem acompanhado de memórias, de ausências que ainda moram em cantos da casa, de olhares que comparam sem querer.
Mas André
chegou diferente. Com uma ternura serena, sem invadir. Com um jeito de me ouvir
em silêncio, como quem sabe que o tempo é o único que pode abrir portas
fechadas pelo luto. Foi ficando cuidando, rindo baixinho nos dias difíceis. Um
homem sábio, inteiro, e que nunca tentou ocupar o lugar de Felipe, mas
construiu o seu próprio, com calma e verdade.
Hoje ele
dirige comigo uma das clínicas. Dividimos mais que papéis e plantões. Dividimos
a vida. E o mais bonito é ver como ele se tornou também um segundo pai para as
crianças. Com cada um, ele tem um jeito diferente respeita as histórias que
vieram antes, mas escreve novas, com presença.
E tem mais:
meus sogros, os pais de Felipe, agora vivem conosco. É curioso, e às vezes até
poético, como a vida arranja espaço para tudo. Para o novo e o antigo, para o
que ficou e o que recomeçou. Eles, que tanto me amaram como filha, continuam
sendo meu porto. Mesmo sem o filho, escolheram permanecer.
Essa casa é
cheia de camadas. Cheia de vozes, de saudades, de risos novos, de lembranças
que às vezes doem e outras vezes aquecem. Mas é minha. É nossa.
E é aqui,
entre o passado que me aperfeiçoou e o presente que me acolhe, que continuo
escrevendo minha história.
Fico muito feliz em saber que chegou André e te faz bem feliz junto a essa maravilhosa família! Sejam muito felizes todos SEMPRE!
ResponderExcluirbeijos, chica
Olá, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirA bênção não alcança a todos...
Que vocês sejam ricamente abençoados!
Vale a pena estar junto de quem nos valoriza.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos fraternos