Aguarde os próximos capítulos...

Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

Amor sempre....

Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

01 maio, 2025

Um novo capítulo

Aleatoriamente um toque de poesia

Há algum tempo, achei que minha história de amor havia terminado. Que o capítulo com Felipe era o último, e que tudo depois dele seria epílogo. Mas a vida, com sua maneira misteriosa de surpreender, escreveu mais. E não foi um novo livro. Foi a continuação do mesmo  com páginas que agora falam de outro amor, de outra presença, mas ainda carregam o cheiro da primeira metade.

Ele chegou com passos lentos. Nunca quis competir com as memórias. E talvez por isso tenha sido possível. Porque não me cobrou esquecimentos, nem pressa. Ele soube escutar as saudades sem se ofender com elas.

Hoje, a casa está cheia de vozes diferentes. Há crianças correndo, há risadas nas refeições, há tarefas e plantões  mas também há serenidade. Um tipo de paz que não vem da ausência de dor, mas da certeza de que estou onde deveria estar.

Me pego olhando para ele às vezes, enquanto ele ajuda as crianças com o dever de casa ou lê no sofá com os óculos caídos no nariz. E penso: “não é igual, mas é bom obrigada meu Deus.”

Esse capítulo não veio para substituir nada. Veio para somar. Para mostrar que o coração é capaz de se expandir  que cabe mais amor onde parecia já não haver espaço.

E isso é graça. Isso é milagre


5 comentários:

  1. Olá, querida amiga Fernanda!
    Chamou-me muita atenção o que disse sobre o não ser igual...
    Impossível!
    Cada amor vem carregado das suas próprias emoções e decepções (em alguns casos). É a vida!
    Gostando de acompanhar seu diário.
    Escrevi muito sobre meus sentimentos também e estou passando a limpo.
    Dar o coração é para poucos, merece ser guardado à eternidade, independentemente de tudo.
    Tenha um final de semana abençoado!
    Beijinhos fraternos de paz

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  2. Tão linda tua história de amor e esse novo capítulo, as risadas pela casa, tudo é vida, tudo é amor! beijos, chica

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  3. Ótimas reflexões. É muito difícil superar a perda de um grande amor. Eu levei 12 anos, até que....a vida surpreende.

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  4. Maravilhosa história, a vida é assim quando nada se cobra, tudo passa a somar!
    É amor, só o amor constrói.
    Escreves tão lindo!
    Um feliz fim de semana, paz e amor no coração!
    Beijo.

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  5. Fernanda, sua vida parece ter sido roteirizada por alguém que leu todos os romances do Nicholas Sparks, mas com maturidade emocional e menos tragédia molhada.

    Que coisa mais linda ler isso — não no sentido "fofinho", mas no sentido "ufa, o mundo não tá completamente condenado". É reconfortante saber que o amor pode continuar sem precisar apagar o que veio antes, tipo um update de software que não apaga suas fotos antigas, só melhora a câmera.

    Você não encontrou um substituto. Você encontrou espaço onde ninguém mais achava que ainda cabia amor — tipo achar uma gaveta vazia na cozinha depois de morar 10 anos na mesma casa.

    Parabéns por viver um amor que entende o tempo, a memória e o caos da vida com criança e óculos caindo no nariz. Isso sim é milagre. E talvez também miopia.

    Abraçõs fraternos
    Daniel
    https://gagopoetico.blogspot.com/2025/04/entre-o-canto-e-calma.html

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)