Aguarde os próximos capítulos...
16 abril, 2025
Asas em silêncio parte I
2 comentários:
depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)
Olá Fernandinha, que bela criativa trazer esta anja com um espirito forte e lindo. Eu parei no deixou ir. Isto passa por sabedoria, aceitação das mudanças da vida. Uma anja que a gente ama pelo que ela nos passa em resignação, aceitação dos movimentos de um mundo, que talvez nao seja mais o seu. Muito bom amiga.
ResponderExcluirVamos seguir do alto desta colina, donde pode-se ver o Sol nascer.
LIndo amiga.
Bjs e paz e uma Feliz Páscoa no coração.
Olá, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluir"A beleza de um amor que foi inteiro… mesmo sem final feliz."
Eu vivi um amor assim. Com um final muito infeliz e de muito sofrimento para mim.
Preciso seguir...
Tenha um tríduo pascal abençoado!
Beijinhos fraternos