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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

Amor sempre....

Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

19 abril, 2025

Diário de Fernanda 19 de abril

Aleatoriamente um toque de poesia


Hoje pensei sobre gestos. Esses pequenos movimentos que às vezes passam despercebidos, mas carregam tanto. Um olhar que demora um segundo a mais, uma mão que toca o ombro no momento certo, um silêncio que acolhe. Às vezes é só isso que a gente precisa: alguém que não tente resolver, mas que esteja ali… inteiro.
Eu tenho aprendido que a doçura é uma forma profunda de coragem. Porque ser doce no meio do caos é resistência. E não falo daquela doçura que se cala por medo mas da que escolhe falar com cuidado, agir com leveza, mesmo quando o coração está exausto.
Essa doçura traz consigo uma responsabilidade iluminada. É como se, ao acender uma luz dentro da gente, a gente passasse a ver melhor o outro também. E não dá mais pra fingir que não vê. Viver assim é saber que cada gesto importa. Que a forma como a gente trata o mundo se transforma no mundo.
Talvez, no fim das contas, o que mais salva seja isso: a gentileza de continuar oferecendo o que é bonito em nós, mesmo quando tudo parece pedir o contrário.
Ainda guardo essa fé.

3 comentários:

  1. Olá, tudo bem?

    Muito interessante teu texto. Ao longo da vida somos confrontados com encontros de todos os tipos. Os encontros que nos marcam profundamente de forma positiva e também negativa. Ninguém é uma ilha. Procurar levar a vida da forma mais leve possível é bom, apesar de muitas coisas que tornam a "bagagem pesada'.
    Como dizia aquela canção da propaganda antiga do Mcdonalds, "quanta coisa cabe em um abraço".

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  2. Olá, queria amiga Fernanda!
    "A doçura é uma forma profunda de coragem.
    mesmo quando o coração está exausto.
    a gentileza de continuar oferecendo o que é bonito em nós, mesmo quando tudo parece pedir o contrário."

    Eu também, pela fé, sobrevivo assim.
    Tenha uma Oitava de Páscoa feliz e abençoada!
    Beijinhos festivos e pascais

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)