Aguarde os próximos capítulos...

Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

Amor sempre....

Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

20 abril, 2025

Autoconhecer

Aleatoriamente um toque de poesia


Hoje, olhando uma árvore solitária no meio do campo, pensei em mim. Não como quem se sente só, mas como quem começa a compreender o valor de estar consigo mesma.
Aquela árvore, firme no chão, com raízes que ninguém vê e galhos que dançam com o vento, parecia me dizer: “há beleza em permanecer, mesmo quando ninguém está olhando.” A solidão dela não era tristeza. Era presença. Era força silenciosa.
Pensei que talvez o autoconhecimento seja isso: ficar de pé no nosso próprio terreno, mesmo quando o mundo lá fora segue correndo, barulhento e distraído. A árvore não tem pressa. Ela não se compara com a flor ao lado, nem se inquieta com as folhas que caem. Ela apenas é.
E, no fundo, o amor mais puro começa assim: quando a gente aprende a estar com a própria sombra, com a própria luz, com as estações que nos atravessam por dentro.
A solidão de uma árvore não é ausência. É encontro.
E eu sigo tentando ser um pouco mais árvore a cada dia.

Fernanda

5 comentários:

  1. "Começa a compreender o valor de estar consigo mesma."
    "Não é ausência. É encontro."
    Olá, querida amiga Fernanda!
    Vamos tentando ser árvores... dar sombra a quem está fatigado.
    Tenha uma Oitava de Páscoa abençoada!
    Beijinhos festivos pascais

    ResponderExcluir
  2. Ei Fernanda.
    Acabo de chegar aqui no seu Blog.
    Vou passear entre seus textos
    e voltarei para comentar
    de fato.
    Enquanto isso, vou amar se
    receber sua visita no meu
    Espelhando.
    Mas já digo que gosto daqui.
    Bjins
    CatiahôAlc.

    ResponderExcluir
  3. Olá, tudo bem?

    Que bela reflexão!

    Fiquei pensando na majestosa presença da maior árvore da Amazônia que li em uma matéria. é um angelim-vermelho, encontrado na divisa entre o Pará e o Amapá.

    A árvore tem quase 10 metros de circunferência e 88 metros e meio de altura, o equivalente a um prédio de 30 andares e que tem entre 400 e 600 anos...

    Imagina! 600 anos lá, firme e forte...

    abraços

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nossa Eduardo!
      Com certeza ela exala imponência pura o tipo de presença que faz qualquer um se sentir pequenininho diante da natureza! E o mais impressionante: que essa gigante já pode ter entre “400 e 600 “anos de vida? É quase um patriarca da floresta, testemunha de séculos de histórias (e ainda de pé, firme e forte)?🤯”
      Uau!!!!
      Obrigada 🙏🏻

      Excluir
  4. Este olhar para a natureza é preciso sempre Fernandinha. Ela nos diz muito tanto quanto nos traduz. Sabe uma arvore atravessar as quatro estações com paciencia para as suas mutações. E nós arvores andantes temos que espelhar e assim seguir nossa travessia nesta grande floresta com reliencia, perseverança tornando nossas raizes cada vez mais poderosas no sustento. Lindo olhar e analogia amiga.
    Bjs de paz.

    ResponderExcluir

depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)