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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

Amor sempre....

Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

18 abril, 2025

O silêncio que ecoa eternidade

Aleatoriamente um toque de poesia


A Sexta-feira Santa amanhece com um certo peso no ar. 
Não o peso do desespero, mas o de uma profunda reverência. É como se o mundo, em sua correria habitual, precisasse pausar por um instante não por obrigação, mas por necessidade de silêncio.

Nesse dia, somos convidados a mergulhar em um mistério que atravessa os séculos: a entrega total de um homem que, sendo Deus, escolheu o caminho do sofrimento por amor. 
A cruz, símbolo de dor, torna-se também símbolo de esperança. 
Em meio à escuridão daquele Calvário, acende-se a luz da redenção.

A sensibilidade da Sexta-feira Santa não está apenas no luto, mas na beleza do sacrifício. Na grandiosidade de um amor que não exige nada em troca, que se oferece inteiro, mesmo diante da ingratidão. É um amor que cala o mundo, que nos convida a olhar para dentro e confrontar nossas próprias sombras  não com medo, mas com fé.

É um dia de silêncio, de contemplação, de escuta interior. As palavras se tornam escassas, e o coração é quem fala mais alto. É quando o céu parece mais próximo da terra, e cada alma é chamada a lembrar que, antes da ressurreição, há sempre um momento de cruz. E que, mesmo na dor, há sentido. Há propósito. Há promessa.

Que essa Sexta-feira Santa nos alcance com sua profundidade, nos transforme com sua verdade e nos prepare para a luz que, silenciosamente, já começa a surgir no horizonte.
Obrigada Jesus!

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Feliz Páscoa!

5 comentários:

  1. Lindo,Nanda! E logo a LUZ surgirá! beijos, chica

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  2. Olá, querida amiga Fernanda!
    "O coração é quem fala mais alto."
    Hoje é o Dia do Amor Maior que se ofereceu na Santa Cruz para nos salvar.
    Tenha uma continuação de Tríduo Pascal!
    Beijinhos fraternos

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  3. Olá, Fernanda, maravilhosa reflexão para um mundo mais entristecido, mais carente. Hoje podemos sentir o maior amor que existe, só pensar um pouco nele que foi crucificado por nós. Que loucura quando penso na crucificação!
    Beijinhos, saudades!! 😅 🙋‍♀️
    A gente se perde, mas se encontra novamente!
    Uma Feliz Páscoa!!

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  4. Bom dia. Bonita publicação. Deixo votos de uma santa e feliz Páscoa.
    Cumprimentos poéticos

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  5. Olá, tudo bem?

    Muito bom seu texto e mais ainda, a sua mensagem. A páscoa cristã tem esse poder de unir cristãos ou não cristãos, devotos ou apenas nominais, em torno de uma mensagem muito forte: a vitória sobre a morte e sobre "as mortes" que nos acometem a cada dia.

    Ótima páscoa pra todos aí.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)