✿Aguarde os próximos capítulos...✿

Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

24 maio, 2025

A pequena rosa do príncipe

Aleatoriamente um toque de poesia


Ela não sabia do mundo.
Sabia do vento que bagunçava suas pétalas,
do sol que a aquecia pela manhã,
e da redoma que a protegia do que ela ainda não compreendia.

Era vaidosa, sim 
mas quem disse que não se pode ter beleza e fragilidade ao mesmo tempo?
Ela temia os espinhos dos outros
mais do que confiava nos seus.

A rosa do príncipe era pequena,
mas ocupava um planeta inteiro.
Porque onde há afeto, não há medida.

Ela ensinou que o amor não se grita, se cuida.
Que a presença não se impõe, se rega.
E que o essencial  ah, o essencial 
é saber florir mesmo em planetas solitários.

O príncipe partiu, é verdade.
Mas levou no peito o perfume dela.
E onde quer que fosse,
a rosa seguia viva 
porque quando se ama de verdade,
ninguém fica para trás.

5 comentários:

  1. Bom final de sábado, querida amiga Fernanda!
    Que interessante coincidência!
    Em nosso Clube da Leitura do mês, foi debatido na semana sobre o Pequeno Príncipe.
    Preparei minha fala, mas, devido à virose, enviei meu material à outra pessoa e resumo um pouco aqui a questão que adentra seu poema.
    Gostei das interrogações por você levantada.
    Claro que não perdemos a beleza interior por ter os fragilidades.
    "Ela temia os espinhos dos outros
    mais do que confiava nos seus."
    Quando já fomos muito feridas, resta-nos confiar na potencialidade dos nossos.
    Eles são úteis para nossa rosa por motivo de proteção, legitima defesa somente.
    Jamais para o bel-prazer.
    No amor, não cabe maldades.
    Que lindeza o que escreveu no verso abaixo:
    "Saber florir mesmo em planetas solitários."
    Dimensão altruísta de perseverança típica do amor benevolente por excelência.
    Sabe, querida, mesmo que nos abandonem, não podem arrancar de nós a essência do nosso Amor.
    Sentimento magnânimo de bem-querença que só Deus pode extrair do nosso peito, mais ninguém tem poder tão grande.
    Adorei o tema que nos trouxe num final de semana de chuva fina por aqui.
    Tenha um domingo abençoado!
    Ontem recebi um buquê de rosas vermelhas. Feliz coincidência com seu post!
    Veio de Santa Rita de Cássia o meu.
    Beijinhos fraternos de paz
    🌹 🦹



    ResponderExcluir
    Respostas
    1. *por termos as fragilidades.
      Bjm

      Excluir
    2. Querida Roselia,

      Que alegria receber sua mensagem tão carregada de ternura e sentido. Há encontros que as palavras tecem com a mesma delicadeza de um buquê e sua partilha foi exatamente isso para mim: um ramo de afeto, fé e comunhão espiritual. Fico emocionada ao saber dessa sincronia com O Pequeno Príncipe esse livro que continua desvendando camadas do nosso próprio coração. Que suas palavras tenham circulado no clube da leitura como perfume de rosa em manhã de silêncio, mesmo à distância, é sinal de que a essência do que sentimos e refletimos encontra sempre um jeito de chegar a quem precisa. Você disse algo tão verdadeiro: mesmo que nos abandonem, ninguém pode arrancar de nós a essência do nosso amor. Isso ecoa fundo… Porque o amor verdadeiro é presença, mesmo na ausência; é raiz, mesmo quando os galhos se quebram. E os espinhos, sim, podem ser defesa mas nunca arma. Que saibamos usá-los com sabedoria, com a alma desarmada e o coração inteiro. Receber rosas vermelhas de Santa Rita de Cássia não poderia ser apenas coincidência há sinais que nos visitam como bênçãos. Que esse buquê continue florindo em você coragem, esperança e gratidão. Obrigada por trazer luz a esse espaço. Que o seu domingo siga envolto em paz, cura e poesia.

      Com carinho e flores do coração,
      Fernanda!

      Excluir
  2. Fernanda,
    Seus textos sempre espargem poesia e sabedoria, não há como negá-lo. E poesia brota dos seus com tanta espontaneidade e simplicidade que nos comovem, no sensibilizam. Não como fugir desse lugar comum. Parabéns pelos belos textos.
    Abraços,

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Querido Eros,

      Receber tuas palavras é como escutar um elogio vindo de alguém que também conhece os segredos da linguagem e sabe reconhecer quando ela se despe de artifícios para tocar o outro com verdade.
      Fico muito tocada por saber que meus textos chegam até ti com essa simplicidade comovente, que não busca impressionar, mas apenas partilhar como quem acende uma pequena luz no caminho. A poesia, para mim, é esse gesto de oferenda: nasce de dentro, mas só ganha sentido quando encontra um coração disposto a senti-la. E o teu, Eros, é sempre esse lugar generoso de acolhimento e beleza.
      Muito obrigada pelo carinho e presença constante.
      Recebe meu abraço com gratidão e ternura,
      Fernanda 🙏🏻

      Excluir

depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)