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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

Amor sempre....

Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

09 maio, 2025

Como é ser mãe de oito crianças?

Aleatoriamente um toque de poesia:
Entre risos, choros e milagres cotidianos
Poderia postar no domingo, mas mães somos todos os dias.

Às vezes, nem eu sei explicar. Quando escuto a pergunta dita com espanto, admiração ou pura curiosidade eu sorrio. Não é um sorriso de resposta pronta. É um sorriso de quem vive, sente e resiste.

Tenho quatro filhos do coração e quatro de minha barriga. Aos quais há trigêmeos. O caçula, é o mais novo deles que André e eu geramos. A primogênita já é uma mocinha. Para mim ainda é “criança”. Ainda me chama quando tem pesadelo, quando quer conversar, quando não entende o próprio coração. E mesmo assim, já é referência para os irmãos. Já ensina, já cuida, já empresta seus olhos mais maduros a um mundo que ela mesma ainda está aprendendo a decifrar.

Ser mãe de oito é viver num turbilhão que também é ninho. É acordar com chorinho de bebê e, no mesmo dia, responder perguntas existenciais de uma adolescente. É preparar café da manhã com um no colo, dois puxando a barra do vestido e outros três cantando alto demais. É rir da” bagunça”, lagrimar no banho rsrs e, no fim, agradecer.

É não lembrar mais como é comer quente. É saber que silêncio demais na casa não é paz  é suspeita. É conhecer cada choro, cada jeito de andar, cada olhar que pede sem palavras.

Mas também é ver o amor se multiplicar de forma impossível de calcular. É entender que o coração não se divide, ele se expande. É ver os irmãos se abraçando sem que ninguém mande, compartilhando brinquedos, risadas, sonhos, broncas e camas.

Não é fácil, nem romântico. Há dias em que tudo parece demais. Em que a tranquilidade some e a exaustão pesa. Mas há também os dias em que olho ao redor  e vejo um lar que não tive, uma família que nasceu da coragem e da fé. Cada filho é um pedacinho da minha história recontada com mais ternura. São vidas que brotaram da esperança, do amor e da escolha diária de cuidar.

Eu escolhi c u i d a r. 

Escolhi ser Mãe!!!

Ser mãe de oito é, no fundo, ser abrigo para oito mundos inteiros  e descobrir, a cada dia, que também sou abraçada por eles. Sou amada oito vezes 

E sei que Deus me ama em cada filho amado. Essa frase não é apenas um pensamento meu. Não, não é. É uma certeza que mora no meu coração. Cada olhar, cada gesto, cada pequeno cuidado que dou e recebo dos meus filhos é uma lembrança viva do quanto sou abençoada. Ao invés do espanto, imagine a importância de tudo isso.

Ser mãe de oito não é só missão, é milagre diário. É ver o amor multiplicado, refletido em diferentes vozes, risos, jeitos. É entender que Deus, em Sua infinita bondade, escolheu me amar também através deles. E mesmo nos dias difíceis, nos silêncios, nas dores, eu sei: sou amada oito vezes. E em cada amor que dou, Deus me abraça de volta porque conhece inteiro meu coração.

PS: minha viola, também tem seu valor rsrs. Basta que eu toque e eles se reúnem para escolher a canção.



8 comentários:

  1. Ser mãe é lindo! Sou de 4 filhos e posso bem imaginar o turbilhão de ter 8! Mas é um belo turbilhão, sempre novidades, sempre algo acontecendo! Deixo 8 beijos pelo nossodia! chica

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    1. Chica querida,
      Sim, é mesmo um belo turbilhão! Às vezes parece que a casa gira mais rápido que o mundo tem barulho, tem tropeço, tem riso solto e um cansaço que vem com gosto de missão cumprida.
      Ser mãe de oito é viver com o coração repartido em muitos pratos de comida, tarefas escolares, abraços apressados e silêncios compartilhados.
      Recebo teus 8 beijos com carinho e retribuo com 8 abraços cheios de gratidão pelo nosso dia esse dia que é de quem ama com alma inteira.

      Com afeto,
      Fernanda

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  2. Olá, querida amiga Fernanda!
    "Escolhi ser Mãe!"
    Eu também, pois só eu quis ter meus filhos.
    Teria tido mais se tivesse sido possível.
    Minha avó teve 12 e nunca esteve só até onfinal da sua vida.
    Posso dizer que venci. Eles criaram asas e voaram para longe.
    Fico imaginando mães sofridas com filhos pendurados dependentes
    Dou graças a Deus pela minha vitoria.

    Parabéns pela sua garra!
    Abençoado e feliz Dia para você.
    Que seu coração sinta semore que valeu muito a pena!
    Nada como uma boa roda de violão com eles ao redor. Que lindo!
    Beijinhos festivos

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    1. Querida Roselia,
      Tuas palavras me abraçam como quem entende o caminho esse de ser mãe com escolha, com entrega, com todas as lutas e bênçãos que vêm juntas.
      Sua história ecoa fundo na minha: essa força silenciosa de quem cria asas nos filhos mesmo com o coração tremendo por dentro.
      Também dou graças a Deus por cada passo, por cada dia em que posso olhar pra trás e dizer: “valeu a pena”.
      E sim, nada como uma roda de violão, com risos e olhos brilhando em volta.
      Obrigada pelo carinho de sempre. Que teu coração continue colhendo paz por tudo que semeou com amor.

      Beijinhos 😘
      Fernanda

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  3. Li sua resposta ao meu comentário anterior.
    É curioso que essa família grande, com muitos filhos, já foi um padrão. E só lembrarmos de quantos filhos tiveram nossas avós...por isso, nos dias atuais, uma mãe de 8 filhos causa surpresa. O número de natalidade em vários países europeus e também no Japão vem caindo a cada ano. Muitas mulheres simplesmente adotaram a ideia de que filhos atrapalha suas vidas, é muito gasto e muita responsabilidade. Não deixa de ser, porém, o declínio do número de nascimento é também o declínio de um país. Sofre o mercado de trabalho, a previdência, etc. São questões do nosso tempo que teremos que discutir. Não acho que seja salutar obrigar as mulheres a terem filhos. Tem país europeu que o governo paga um valor para casais que tenham mais de um filho. Por outro lado, na China, durante muito tempo foi proibido se ter mais que um filho.
    Mas é bom ver que você consegue gerir bem a casa, com as dificuldades inerentes de se ter muitos filhos hoje em dia.
    Eu só tenho um e fiquei nele. Mas talvez eu gostasse de ter mais uns 2, já que me dou bem com crianças e adolescentes (sou meio bobão igual a eles...rss)

    Agora, tua frase eu já ouvia da minha mãe:

    "...saber que silêncio demais na casa não é paz é suspeita..."

    Exatamente isso!!!!

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  4. Eduardo, teu comentário é quase uma crônica do nosso tempo lúcida e cheia de nuances. É verdade: nossas avós eram mães de muitos, e naquela simplicidade barulhenta cabia uma lógica de afeto, partilha e resistência. Hoje, o silêncio de uma casa pode parecer alívio, mas em muitas vezes esconde uma solidão que não escolhemos sentir. Não acredito que toda mulher precise ter filhos, mas acredito que toda criança precisa, sim, ser filha de alguém e nem sempre isso acontece. Quando a vida me levou a encontrá-los, eu apenas estendi os braços que me faltaram um dia. Cada um deles é também um pedaço da minha cura. Gostei de saber que você se dá bem com crianças e adolescentes esse “ser meio bobão” é dom raro, viu? Eles precisam de adultos que saibam rir com eles, sem perder a firmeza de amar com responsabilidade. E sobre a frase que também tua mãe dizia rsrsrs eu ouvia da minha… Ah, essa herança é preciosa. Às vezes, quando tudo está quieto demais, eu também suspeito e corro para ver onde está o caos gostoso da vida.

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  5. Não sou mãe, é óbvio, rsrsrs, sou pai de duas moças. Adultas e bem adultas, mas não me deram netos.... Tive a casa com cinco irmãos..., mas não vou contar-lhe a história da minha mãe, ela “repousa na mão de eternamente”. É uma história dramática a dela e a nossa. Mas vencemos... Louvo o seu desprendimento, a sua energia, e lhe desejo um radioso Dia das Mães cercada pelos oito filhos com a música do violão ao fundo, o mais brasileiro dos instrumentos musicais, há um em qualquer canto. Leio sempre com entusiasmo as histórias aqui contadas com simplicidade, ternura e amor.
    Um abraço,

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  6. Poxa Fernanda.hoje fazendo uma atualização de suas postagem, me deparo com esta onde vejo uma guerreira de coração pronto para doar amor e só me resta aplaudir e pedir ao Bom Deus, que lhe dê sempre saúde e forças para levar esta novas crianças ao caminho da redenção. Sabia dos trigemeos até voce sumir daqui pelos seus motivos. Preocupação sempre pairava no ar, muitas vezes perguntei a Chica, se sabia de você. E voce voltou para nossa alegria, pois acabamos criando afeições às pessoas que interagimos.
    Linda familia num padrão antigo, que hoje praticamente inexiste, pela falta de condição neste capitalismo. Conseguir o que faz é mesmo obra de Deus.
    Bjs e cuide-se bem de você.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)