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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

Amor sempre....

Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

24 julho, 2025

A rosa em cima da minha mesa

Aleatoriamente um toque de poesia



Ela estava ali.
Silenciosa, delicada, viva.
Uma rosa em cima da minha mesa.
Não fazia barulho, não exigia atenção, mas sua presença falava.

Era um lembrete de beleza no meio da rotina.
Entre papéis, xícaras, compromissos e telas,
a rosa permanecia inteira, como se dissesse:
“Respira. Ainda há poesia.”

As pétalas, com sua suavidade, contrastavam com os dias corridos.
E mesmo sabendo que logo murcharia,
ela me ensinava sobre o presente:
que o agora é tudo o que temos para florir.

A rosa em cima da minha mesa me ensinou a olhar.
A parar por alguns segundos.
A perceber que há vida nos detalhes,
e que o essencial nem sempre faz alarde.

Ela não resolveu meus problemas,
mas tocou meu dia com beleza.
E isso… já era muito.


E você? Já teve uma “rosa” assim na sua vida?
Algo pequeno, mas cheio de sentido?
Me conta… quero muito saber.

12 comentários:

  1. De fato. O essencial nem sempre faz "alarde". Geralmente a minha "rosa" é olhar para o céu. Entre as nuvens do dia e as estrelas da noite eu percebo o quão pequeno somos. Que os problemas que não são de fato grandes, devem ser enfatizados em sua pequenez.

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    1. Dell,

      Teu olhar é prece silenciosa. E tua rosa essa de levantar os olhos para o céu é das mais puras e antigas formas de oração. Também acredito que o essencial se esconde no sutil, e talvez por isso passe despercebido aos que só ouvem o que faz barulho. Mas há um tipo de sabedoria que só floresce no silêncio, entre nuvens e estrelas. Teu gesto de comparar os problemas à vastidão do céu é um convite à humildade e à perspectiva. Somos mesmo pequenos e ao mesmo tempo imensos, quando conseguimos olhar com essa delicadeza que você compartilha. Obrigada por dividir tua rosa com a gente. Ela tem perfume de eternidade.

      Com carinho,
      Fernanda🙏🏻

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  2. Boa noite de paz, querida amiga Fernanda!
    Você é eternamente responsável pela "Rosa" que cativa...
    Quanta ternura por aqui!
    Sim, já tive rosas ofertadas pelo meu jardineiro. Guardo-as todas em meu coração, no silêncio, elas serão tapetes para quando entrarem todos os que amo no Céu.
    Eu rego cada uma com o orvalho que cai como agora na minha face, elas continuarão viçosas eternamente, não morrerão.
    Agora, sairei em silêncio, como a rosa colocada em sua mesa.
    Tenha um abençoado descanso!
    Beijinhos fraternos e perfumados

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    1. Querida Roselia,

      Seu comentário é como uma prece sussurrada entre as pétalas dessas que a gente lê com o coração nas mãos. Que beleza há em sua forma de cuidar das rosas, do silêncio e da eternidade que cabe nos gestos de amor!
      Fico tocada com suas palavras, com a imagem desse tapete florido à espera dos que você ama… Que coisa mais pura e luminosa! Saiba que suas rosas também perfumaram meu dia. Receba meu carinho grato e que Deus siga regando seu jardim com delicadeza e fé.

      Beijinhos com perfume de alma,

      😘🙏🏻

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  3. Que linda rosa que faz toda diferença no dia a dia! Por mais canseira que tenhas, ela mostra a poesia da vida! Todos temos que encontrar "rosas" assim, seja no sorriso e sempre presença do maridão ou nas risadas com filhos e netos! Tão bom!
    beijos, lindo dia! chica

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    1. Chica querida,

      Você sempre chega como um raio de sol no jardim das palavras! Sim, que bênção é reconhecer essas rosas do cotidiano mesmo entre cansaços, elas florescem, firmes e doces. Às vezes vêm na risada inesperada dos netos, filhos, noutras no abraço silencioso do marido que entende tudo sem dizer nada… A poesia da vida mora nesses pequenos milagres, né? E que bom ter olhos como os seus pra enxergar tudo isso com tanto afeto. Obrigada pela presença sempre tão leve e amorosa!
      Beijos floridos no seu coração,

      😘🙏🏻

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  4. Confesso que não fico preso ao movimento das marés e das luas, Nanda, mas conheci dentro de mim o movimento das marés junto com a minha família durante sete anos, parecia uma provação, mas minha mãe encarava aquela situação com tanto estoicismo e enfeitava a nossa casa com folhas de pitangas em qualquer circunstância que, faz tempo, descobri que as pitangas sempre foram a rosa dos banquetes de nossos dias, ainda que as marés nos "castigassem" nas luas cheias.
    Ainda hoje sinto que as pitangas me olham com uma olhar cúmplice como se rosas fossem.
    Um bom final de semana, Nanda!
    Deixo meu carinho e o perfume das pitangas com você.


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    1. Confesso que não fico preso ao movimento das marés e das luas, Nanda, mas conheci dentro de mim o movimento das marés junto com a minha família durante sete anos, parecia uma provação, mas minha mãe encarava aquela situação com tanto estoicismo e enfeitava a nossa casa com folhas de pitangas em qualquer circunstância que, faz tempo, descobri que as pitangas sempre foram a rosa dos banquetes de nossos dias, ainda que as marés nos "castigassem" nas luas cheias.
      Ainda hoje sinto que as pitangas me olham com uma olhar cúmplice como se rosas fossem.
      Um bom final de semana, Nanda!
      Deixo meu carinho e o perfume das pitangas com você.

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  5. Hummmmmmmmmmm... Ganhou uma rosa!!!
    Que lindo!
    E olha que essa rosa tem mesmo cara de rosa... Diferente de umas margaridas por aí...

    Agora, falando sério: Muito bonita a sua postagem.
    E a rosa, pode vir não em forma de rosa, mas em forma de uma frase, um abraço, um sorriso, o lamber de um gatinho, àspero na mossa mão, o balançar de rabo de nosso cachorro... São pequenas rosas que fazem nossos dias melhores...

    Você anda muito poética viu... Ganahando rosas então...

    Um abração minha amiga! E tenha um lindo fim de semana.

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    1. André querido,

      Pois é… ganhei uma rosa! Daquelas que fazem a gente suspirar antes mesmo de entender por quê.🙃
      E olha, tenho que concordar: tem muita “margarida disfarçada” por aí tentando bancar a rosa mas essa não enganava, era rosa mesmo, com alma, perfume e um quê de gentileza antiga.😜
      Adorei sua leitura, sempre cheia dessas imagens que abraçam: o lamber áspero do gato 🐈‍⬛(que eu bem conheço), o rabinho feliz do cachorro, 🐕 uma frase que chega na hora certa… tudo rosa 🌹 que a vida inventa de entregar assim, fora do buquê, mas direto no coração. E sim, ando poética talvez porque tenha nascido poesia 😊 ou seja culpa das rosas, ou dos silêncios, ou das memórias que andam pedindo flor.
      Risos…
      Um abração bem florido pra você também! Que seu fim de semana venha leve e perfumado, do jeitinho que a vida gosta de surpreender.

      Com carinho,
      😘🙏🏻

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  6. Uma rosa é sempre uma rosa. Mais importante que ela própria, é o gesto de quem colocou-a sobre a mesa.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)