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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

Amor sempre....

Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

22 julho, 2025

Quando o humor escapa do tom

Aleatoriamente um toque de poesia




Hoje, fiquei triste com uma tristeza que parecia vir de mim mesma. Pensei no comentário que fiz no blog do André, aquele post com humor que quis ser leve, mas acabei exagerando.

Pedi desculpas, sim. Porque percebi que, mesmo sem querer, minhas palavras talvez tenham causado um desconforto. E isso me doeu mais do que qualquer crítica que eu pudesse receber.

Sabe, às vezes a gente acha que o humor é o caminho mais fácil para falar de algo complicado. Que uma pitada de ironia, uma dose de exagero, vai aliviar a conversa. Mas não é sempre assim. Para mim, pelo menos, humor não é minha praia. Não ainda.

E aí, o que era para ser brincadeira virou uma ponte  balançando e eu temo ter deixado o André triste. Justo ele, que sempre me recebe com tanto cuidado nas palavras dele.

Mas é assim, né? A gente aprende pisando no escorregadio. E cada tropeço é um convite para olhar para dentro, entender os próprios limites e respeitar os do outro.

Hoje entendo que às vezes o silêncio vale mais do que uma piada mal colocada. Que a delicadeza no tom é tão importante quanto a intenção.

Ainda quero tentar brincar, rir, ser leve. Mas com mais cuidado. Com mais empatia. Porque a amizade e o respeito são pratos que a gente não pode deixar sem tempero.

E então, sigo aqui, aprendendo. Nem sempre acertando. Mas sempre tentando, com o coração aberto e o desejo sincero de não machucar quem a gente gosta.

Fernanda

6 comentários:

  1. Nanda, nem te preocupa! Vi lá e André é faixa, amigão e não fizeste nada demais. Fica tranquila! Amigos sabem se entender! beijos,boa noite!
    chica

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    1. Ah, Chica… obrigada, viu?
      Você tem esse dom de soprar alívio no coração da gente. E é verdade: amizade de verdade tem espaço pra tropeço e também pra riso depois dele. André é mesmo faixa… e você também!
      Beijo grande, com gratidão e ternura.

      Boa noite!

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  2. Querida amiga Fernanda, boa noite de Paz!
    Tanta delicadeza existe no coração de quem só pensa no bem e na feliz convivência.
    Blogar é assim mesmo, pedir desculpas e continuar sem medo de ser e fazer feliz.
    Como diz a Palavra: sacode a poeira dos pés e vai!
    Só que, no caso, o amigo em comum não levará a mal uma palavra dita espontaneamente.
    Gostei muito da sua ética, poucos a têm.
    Confio em quem nos conhece e sabe que não somos capazes de ofender propositalmente.
    Parabéns pela sua elegância virtual!
    Vale a pena!
    Tenha um anoitecer abençoado!
    Beijinhos fraternos



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    1. Roselia, querida,
      que acolhimento bonito o teu… A gente segue assim mesmo: com verdade no peito, humildade nos gestos e confiança de que quem nos conhece de verdade, sente a intenção.
      Sacudimos a poeira e Obrigada por cada palavra tão fraterna.
      Um anoitecer abençoado pra ti também

      🙏🏻😘

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  3. Se me permiti, Fernanda, li seu comentário no texto do André e não vi nada demais, nada que pudesse ofender ou causar desconforto. E se ainda fosse, qual o problema de causar desconforto? Faz parte às vezes das trocas de ideias.
    Eu uso e abuso do humor e da ironia. Já passei do ponto? Certamente, e não me preocupo com isso. Se estou certo que minha intenção nunca foi ofender, atacar, menosprezar, pelo simples prazer de ofender, atacar e menosprezar, fico de boa.
    Tenho certeza que você não ofendeu o André - você apenas expressou um argumento com o qual ele não concorda, e qual o problema disso? Eu também não concordo em julgar o passado pelo presente, para mim isso é anacronismo, porém, há quem queira arrumar e consertar o passado a partir de determinadas visões políticas ou filosóficas. Acha isso um erro. Se outro não acha, tudo bem. Que se coloque os argumentos na mesa de forma honesta.
    As pessoas devem ser livres para contradizer, argumentar, discordar, ainda que com humor e ironia.
    E sabe, como humor e ironia é melhor.

    Abraços e como diria um bom nordestino, não se avexe com isso...rs

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    1. Eduardo, querido,
      te agradeço imensamente por esse comentário tão claro e generoso.
      Sabe, às vezes a gente escreve com leveza ou até com humor como foi meu caso mas a palavra, uma vez solta, pode chegar no outro com um peso que não esperávamos. E por mais que a intenção não tenha sido ofender, a escuta do outro também merece cuidado. Por isso, me dispus a falar, pedir desculpas e esclarecer, mesmo acreditando que não houve maldade naquilo que escrevi. Mas você disse algo fundamental: a honestidade na troca de ideias é o que mais importa. E sim, o humor e a “ironia “podem ser excelentes ferramentas de pensamento só que nem todos os dias, nem todos os espaços, estão abertos a esse tipo de diálogo.
      Então sigo tentando: com sinceridade, ética e, sobretudo, disposição de aprender e refinar o gesto.
      De coração, obrigada pela escuta amiga.

      Obrigada! 🙏🏻

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)