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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

25 outubro, 2025

A poesia mais bela

Aleatoriamente um toque de poesia
Diário


As férias acabaram.
Cada um voltou à sua rotina  as crianças, os adultos, a casa que outra vez desperta com cheiros de café e pressa. Foi maravilhoso.

Agora, me arrumo para trabalhar.
André continua de folga e vai com as crianças mais tarde, fazer algumas atividades, aproveitar o dia.
Enquanto isso, eu sigo meu pequeno ritual: arrumo os cabelos, faço minha trança, termino minhas preces e agradeço.
O tempo parece voltar ao seu compasso normal, e há uma doçura nisso.

Porque a poesia mais bela não está nos grandes acontecimentos,
mas neste cotidiano simples que nos sustenta.
Em acordar com saúde, em ter um trabalho que nos chama, em ver os filhos crescendo, em sentir o amor de quem fica em casa te esperando.

A rotina, tão desprezada às vezes, é um milagre discreto.
Ela é o chão firme da vida, o abrigo onde o coração descansa.
E, enquanto tomo meu café antes de sair, penso:

Obrigada, meu Deus,
por cada pequeno movimento que me leva de volta ao essencial.
Por me permitir viver a poesia escondida nas coisas comuns.



Fernanda


6 comentários:

  1. Olá Fernanda, minha amigona!
    Que bom que está voltando à rotina, e pelo que parece... Com todo gás.
    Tenha um lindo final de semama.

    Um abração!!!

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  2. Bom sábado de plantão, querida amiga Fernanda!
    Lendo seu magnífico post/diário, eu fico, mais uma vez, pensando nas pessoas que têm alguém a lhes esperar em casa (que seja uma) e não estão satisfeita, reclamam de tudo...

    Sua trança é maravilhosa, adoro trançar e até poema já fiz com elas, é um ato poético, de fato. Parece o trançar a própria vida nos embaraços que ela nos dá.

    Sim, as coisas simples são as mais interessantes mesmo que não sejam empolgantes.
    Acabo de chegar da caminhada, mesmo com a chuva querendo vingar, corro e desço assim que dá uma brechinha (e deu...).

    Viva a vida de quem valoriza o simples ato de acordar e abrir os olhos, alguns não o fizeram na madrugada, estão já noutro patamar.
    Deus merece que vivamos por Ele.
    Tenha um dia abençoado e cheio de vigor"
    Beijinhos fraternos
    Sejamos gratos por tudo.

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  3. Oi, Fernanda!
    Sejas bem vinda à vida como ela é!
    Desejo que estejas renovada, cheia de propósitos e boas energias. As férias sempre nos trazem alguma coisa nova, um novo pensar, um novo jeito de afinar a música. Aí a gente comprova em nós mesmos, como o descanso mental é importante, como estarmos em comunhão com nossos afetos faz a diferença na vida. Fisicamente a gente volta das férias cansada, (pelo menos é assim comigo) porque muda toda a rotina, mas mentalmente é um novo sopro de vida individual e familiar. Plantamos recordações e toda a família colhe os frutos.
    Bjs, querida.

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  4. Muito lindo seu texto, me tocou de uma forma muito genuína. parabéns :)

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  5. A rotina por muito tempo foi acusada de ser ruim, de ser uma prisão. Precisamos repensar isso.

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  6. Rotina e disciplina caminham lado, por isso, aprimoram o nosso crescimento.
    Uma leitura inspiradora.
    Boa semana, Fernanda.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)