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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

24 novembro, 2025

É sempre por amor.

Aleatoriamente um toque de poesia

Aqui eu sendo a cobaia hahaha


Ontem dia de Spar mãe e filha.
Nossos cabelos entregue uma a outra risos..
Mas acho que eu virei cobaia primeiro rsrsrs
Enquanto eu a esperava...

Clarinha chegou na sala como quem pisa num segredo. Os olhos semicerrados, a testa franzida, aquele ar de quem trouxe uma dúvida que pesou demais no" bolso" do peito.
Mamãe… começou, arrastando a voz quando a gente faz algo por alguém e essa pessoa fica agradecida… quando ela disser “obrigada”, eu digo “por nada”?

Fiquei alguns segundos olhando pra minha menina, tão "pequena" e já tão ocupada com as etiquetas do mundo. Essas palavrinhas que a gente vai repetindo sem pensar, como quem aperta um botão automático. Sorri devagar, chamando-a pra perto.

De maneira alguma, filhinha falei, passando a mão nos seus cabelos. Diga “foi um prazer”. Ou “fiquei feliz em ajudar”.

Ela arregalou os olhos, talvez surpresa com a ideia de que o coração também tem maneiras de responder.

Expliquei, como quem descasca um sentimento:
Quando você diz “por nada”, parece que o que você fez não valeu. Parece que o seu gesto não existiu. Mas ajudar alguém é sempre algo. É presença, é cuidado, é amor em movimento.

Clarinha apoiou o queixo nos joelhos, pensando.
Então… eu posso ficar feliz porque ajudei?

Pode. E deve. A gratidão do outro não apaga o seu gesto ilumina.

Quando terminamos.
Ela levantou e me abraçou num pulo, como quem entendeu uma senha importante da vida. 
Antes de sair, virou-se e soltou um sorriso feliz: Estamos linda mamãe!
e eu disse você está mais amor.
Obrigada, mamãe.

E eu, com o coração derramando ternura, respondi: Foi um prazer, meu amor. Sempre é.

Nesse instante, percebi: ensinar palavras é fácil. Difícil é ensinar que cada frase pode carregar um abraço. E que, no fundo, a educação dos nossos filhos é também a reeducação dos nossos silêncios.

Porque na vida e na alma nada é “por nada”. É sempre por amor.



Fernanda

2 comentários:

  1. Oi, Fernanda! Bom dia! É de extrema beleza contemplar o amor que une vocês duas. Mãe e filha em perfeita sintonia ligadas pelo amor. Onde reina o amor, a essência do ser se torna plena, resplandecendo como um farol constante no vasto oceano da existência. Contudo, na ausência desse vital sentimento, a alma, tal qual vela ao vento, esmorece gradativamente, diminuindo seu fulgor até que, finalmente, esvaia-se por completo, meritório de lamentação, mas parte inexorável do ciclo natural da vida. O amor é o combustível maior de nossas vidas. Abraço querida!

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  2. Nanda, além do belo texto, ternos e doces ensinamentos mãe e filha, fiquei curiosa por esse apetrecho para os cabelos. Deve funcionar muito bem! Adorei te ler nesse início de semana que desejo seja ótima! beijos, chica

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)