O que Deus quis nos ensinar
Porque Deus trabalhou até o sexto dia e no sétimo descansou?
Se Ele poderia, num piscar de olhos, ter criado o universo inteiro mares, montanhas, estrelas, amores por que escolheu o tempo, a pausa e o processo?
Fico pensando que talvez o Criador, na Sua infinita paciência, quisesse nos ensinar algo que a pressa humana ainda não entendeu: que o fazer tem valor tanto quanto o resultado.
Deus não precisou de seis dias penso, mas quis precisar.
Quis experimentar o intervalo entre o gesto e a forma, entre o sopro e a vida.
Quis mostrar que até o divino respeita o ritmo das coisas.
Há um ensinamento minucioso nisso:
criar não é só realizar, é demorar-se.
É olhar o que se fez e dizer: “está bom.”
É descansar não por cansaço, mas por gratidão.
Talvez, quando Ele parou no sétimo dia, Deus não estivesse exausto.
Estava contemplando. Estava nos ensinando o prazer de olhar o caminho e perceber que o sentido também mora no meio, não só no fim. Estava dizendo, em silêncio: “Não é preciso correr. Até o sagrado tem etapas.”
E nós, que insistimos em acelerar tudo o perdão, o sucesso, o amor, a cura esquecemos que há um Deus que criou o tempo não como limite, mas como gesto de ternura.
Ele poderia ter feito tudo num instante, mas preferiu nos ensinar o milagre do passo a passo, a beleza da demora criadora, a arte do descanso confiante.
No fundo, Ele quis nos dizer:
“Cria com calma. Vive com alma.
E quando o sexto dia da tua luta terminar,
descansa comigo.”
E foi aí que compreendi o descanso de Deus não foi um fim, foi um ensinamento vivo.
O sétimo dia não é sobre parar, é sobre celebrar o que já foi feito.
É um convite à confiança: o universo continua girando mesmo quando a gente decide não controlar tudo.
Porque há um instante em que o trabalho deixa de ser construção e vira fé.
É quando você entrega, solta, respira. Quando entende que nem tudo depende das tuas mãos, que há uma parte Dvina que continua a obra enquanto você dorme.
E é aí que mora a sabedoria: trabalhar como quem serve, mas descansar como quem confia.
Deus quis nos ensinar que a criação sem pausa vira exaustão, e que o descanso sem propósito vira fuga.
O equilíbrio está em fazer com amor e, depois, silenciar com gratidão.
No sétimo dia, Deus nos mostrou que o mundo não precisa de pressa, precisa de presença.
E desde então, toda vez que a vida me exige demais, lembro d’Ele descansando não por fraqueza, mas por amor à própria criação.
E digo a mim mesma, baixinho:
“Já é o sexto dia, Fernanda.
Agora, deixa Deus cuidar do resto.”
Olá Fernanda.
ResponderExcluirMenina, tem dias que eu me pego confabulando comigo mesmo sobre Deus e sobre a Bíblia.
Sou cristão evangèlico, mas tem coisas que a teologia quer explicar e não consegue.
Será que Deus poderia mesmo, num piscar de olhos fazer tudo como fez em seis dias?
E Jesus? Se Ele era mesmo um plano de Deus para a salvação de todos, porque também não foi num piscar de olhos?
Teve que ter os patriarcas, depois a época da escravidão, depois o êxodo, depois as guerras, reinados, juízes, tempo de paz, tempo de contenda e só depois veio Jesus.
Será que Deus pode mesmo fazer num piscar de olhos, ou ele faz as coisas com muita preparação, porqeu é assim que ele pode fazer?
Como aquela pergunta malvada: Deus é capaz de fazer uma pedra tão grande que Ele não possa levantar?
Perguntas que só saberemos quando o encontrarmos.
Quanto a nós, meros mortais.
Infinitamennte menores e menos capazes, as vezes um dia de descanço nem basta.
Tenha uma linda semana.
André,
Excluirque bom tuas perguntas. São as melhores, porque não se contentam com respostas prontas.
Sobre tua primeira dúvida: sim, penso, que Deus poderia ter criado tudo num piscar de olhos. Mas escolheu o tempo, os dias, as pausas. Por quê? Porque o processo ensina. O “sexto dia e o descanso no sétimo” não mostram limitação, e sim propósito pedagógico: Deus quis nos mostrar o valor do ritmo, da ordem e da contemplação. A criação, assim, não foi um ato apressado, mas uma lição de paciência e sentido até o divino respeita o tempo das coisas.
Quanto a Jesus, também poderíamos pensar: se Deus queria salvar, por que não o fez de uma vez? Mas o amor não acontece de uma vez ele se revela. A história de Israel, os profetas, as esperas e os enganos, tudo isso preparou os corações humanos para compreender o gesto de um Deus que se faz homem. A salvação não veio como espetáculo, mas como encontro. Jesus não “resolveu” o mundo com poder, mas o transformou com convivência, dor e ternura.
Tu te perguntas se Deus precisa de tempo para agir. Eu creio que não, mas escolhe o tempo para se relacionar conosco. Ele não cria por pressa, mas por amor. O tempo é o espaço onde Ele nos convida a participar da obra: a plantar, esperar, aprender, confiar. Deus trabalha com processos porque o amor é processo e nos inclui neles.
E quanto à tua “pergunta malvada” se Deus poderia criar uma pedra tão grande que Ele mesmo não pudesse levantar é um clássico paradoxo humano. A onipotência divina não é força bruta, é sabedoria perfeita. Deus não faz o impossível lógico, porque o que é contraditório não é criação, é absurdo. Ele não se contradiz e isso não limita Sua grandeza; ao contrário, revela que Sua perfeição é coerente e íntegra.
No fim, como tu disseste com tanta simplicidade: “Perguntas que só saberemos quando o encontrarmos.” Talvez seja isso mesmo. Mas o bonito é que, enquanto caminhamos, perguntar é também um modo de crer. Quem pergunta a Deus, já O está procurando.
E sim às vezes um dia de descanso não basta. Mas talvez o sétimo dia não tenha sido criado só para o corpo, e sim para o espírito aprender a repousar em Deus.
Com carinho e respeito pela tua busca,
Tedesejo tbm uma linda semana 🙏🏻
Linda essa ceerteza,Nanda! ELE cuida mesmo, de verdade! Podemos descansar e ir com calma... beijos, ótima semana, chica
ResponderExcluirAh, Chica tão querida!
ExcluirÉ tão bom ler isso…
A gente se perde às vezes nas pressas e esquecimentos, mas é verdade: ELE cuida, sempre. E quando a alma se lembra disso, tudo se acalma o coração volta a respirar no ritmo certo. Obrigada pelo carinho de sempre. Um beijo grande e uma semana cheia de luz! 😘🙏🏻
Boa noite de Paz, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirOlha só a coincidencia...
Parei o que estava fazendo à tarde (fora os intervalos que me 'obrigo' a esticar o corpo) e resolvi deitar no sofá e esticar o corpo...
Em suma, descansar um pouco.
A cada dia, procuro viver, dentro dele, o "Sétimo dia'...
Não sou de ferro.
Eu descanso NELE, todo santo dia.
Ontem, no sentido literal, à tarde, tirei para terminar um livro (fiz meu Sétimo Dia).
Tudo que Deus fez e como fez, é Perfeito.
Assim que, "ora et labora"... e descansa!
Aqui, eu descanso a mente...
Seus escritos me inspiram e me alegram.
Tenha um anoitecer abençoado!
Beijinhos fraternos
🙏🤝😇💐😘
"..