O Natal está chegando, e para mim ele sempre foi mais do que enfeites, luzes e presentes.
Natal é nascimento. É o Menino Jesus vindo ao mundo e, se o permitirmos, renascendo também dentro de nós.
Porque o Natal verdadeiro não acontece nas vitrines, acontece no coração.
Ele floresce quando a bondade se faz gesto, quando a caridade se disfarça de abraço, quando o perdão dissolve antigos pesos e a humildade se torna o laço que une todas as coisas.
Bondade é quando olhamos o outro com ternura, mesmo sem conhecê-lo.
Caridade é estender a mão sem medir merecimento.
Perdão é libertar-se junto com quem nos feriu.
E humildade é entender que nada é nosso apenas o amor que damos tem valor eterno.
O Natal é o tempo em que o céu toca a terra, e Deus, mais uma vez, se faz criança para nos lembrar que o recomeço é sempre possível.
É quando o coração se abre e percebe que o maior presente é poder amar, servir e agradecer.
Que neste Natal, Jesus nasça novamente em cada gesto simples, em cada palavra doce, em cada perdão concedido em silêncio.
E que o brilho das luzes lá fora apenas anuncie o que realmente importa:
a luz que acende dentro da alma.
Me digam,o que vocês exergam nesta fotografia?
Fernanda
Esta fotografia, que acredito representar a mão de Deus tirei antes da pandemia. Fiquei maravilhada: mostrei- a às pessoas queridas que estavam comigo e elas não enxergavam a mão lá nas nuvens.Talvez naquele instante os olhos delas estivessem presos às coisas diferentes; os meus, a prece que fazia naquele instante.
Amo fotografar o Céu,
é ali, que procuro o gesto que transforma o cotidiano em graça.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)