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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

07 agosto, 2016

Hoje





Hoje um moço me disse que eu alumiava de longe.
Fiquei pensando na frase e no jeito cordato do moço.
Levemente me oferta uma flor, e diz: sem querer ser indiscreto, e sendo. Onde está o culpado por esta aliança? Sorri e lhe disse, basta dizer que em meu coração.
Ele - Posso dizer como me sinto? Como alguém que achava os dias sem brilho e hoje está colorido. Tenho o maior prazer em vir aqui, uma alegria tomou conta desse lugar, será por causa de uma flor rara, que veio nos visitar?

Eu - Risos... Aquilo que os olhos veem muitas vezes não são tão extasiantes, tenho preferência pela essência meu amigo, ela sim responde à altura o descrever do outro. A imagem é apenas uma imagem, nunca quis ser gostada por ela, acho interesse bem pouco apreciado por mim.
Mas a matéria me seduz, disse ele com ar meio astucioso.
Eu - A matéria meu amigo, seduz os tolos. Peço-te desculpas, porque minha intenção não é de ofensa. Apenas de franqueza. Não sei não dizer o que penso.
Ele - Esteja à vontade comigo Fernanda, gosto do seu jeito de ser, e de dizer o que pensa. Isso mexe ainda mais com minha curiosidade. Temos passo, a passo dos dias para nos conhecermos, eu sei esperar, sou paciente.

Nisso nossos colegas vem em meu socorro, e pedem para que me deixe trabalhar. Por segundos ele se cala, mas logo em seguida. Gente é que ela constrói ilusões em mim cada vez que a fito.
Eu - Então olhe bastante e perceba que estou aqui com um propósito. E é nele que quero me aplicar. Amigo se tua intenção não é a mesma, então, por favor, me deixe trabalhar.
Sabia que lido com isso todos os dias? E se fosse me deixar atrair por este fator, com certeza estaria perdida. Por tanto, ponha-se no que veio fazer, que preciso me concentrar.

Fernanda, só me responde mais uma pergunta?
Olhei-o bem séria, sem ar de riso e pedi que a fizesse. Ele por sua vez me veio com esta. Achas que não sou seu estilo?
Desta vez consegui gargalhar, é que a pergunta me pareceu tão sem nexo, tão boba. Como é que pode alguém estar vendo outro alguém com uma aliança no dedo, ter a ousadia de fazer uma pergunta destas?

Bom... Esta nem merece resposta.
Sei bem que este aí vai me dar um pouquinho de inquietação, mas como já acostumei a lidar com estas coisas, o melhor remédio é levar na brincadeira.
Agora é o rumo de casa que quero.
O dia aqui foi de sol, senti saudades dos meus filhos e dos meus pais. Estou indo mais tarde hoje. O cotidiano ganha novos aprendizados, a "menina" respira fundo e absorve. Depois da lida, um banho é tudo! Depois um pijama, e um chocolate quente é o que quero nesse momento, para ficar no preguicinha (computador) restaurada.

A noite chega e o cão late lá fora, talvez ele esteja querendo carinho de seu dono. Olho pela janela, a rua está silenciosa, rodo a aliança no dedo e penso como o amor é essencial para a vida da gente. Indefinível, sempre me fascinei com o brilho que ELE nos trás aos olhos.
Meu amor, lembrar você me dilata a alma. Se eu tivesse asas iria migrar nas noites para onde estás, tomar o lado largo da "janela do céu" e dizer que te amo, que te amo
Amo
Amo...
____________
Maria Fernanda
Imagem: Minha

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)