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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

29 novembro, 2017

Talvez



Talvez algum dia
se possa tecer um momento
em que o sol brilhe tão forte,
iluminando lembranças
de uma inesquecível
história de amor.
Talvez um dia,
eu consiga olhar o caminho
que não inclua você sem doer,
e siga em frente sem olhar para trás.
Talvez um dia
quem sabe?
Os enamorados consigam uma borracha
que apague marcas, ou saudades que machucam o peito.
Ah meu amor,
porque por agora é inútil tentar explicar ao meu coração
que o passado virou um lindo sonho
que acorda a realidade do hoje sem você ao meu lado.
O amor tem o direito de seguir da maneira que sabe, que sente, que acredita.
Talvez nossa história ainda esteja no palco, porque as cortinas ainda não baixaram. Você me faz ser corajosa mesmo não estando aqui.
O pensamento é livre e voa por entre Céus e Terra, e viaja ao sabor do amor indo e vindo, e de lá trazemos as instruções para caminhar sobre a paisagem que conseguimos.
Talvez
o castelo ainda conserve-se mesmo sem um príncipe palpável.
Mas eu cresci tão antes de tudo isso acontecer.
Em alguns momentos preciso dos balanços da praça, sorvete e pipoca.
Hoje em certos momentos sei que preciso ser a criança que não fui, e deixar a vida me ninar do jeito mais doce que ela não pôde no tempo em que eu precisei.
Hoje...
o Natal bonito com meias espalhadas por todos os lados.
Dentro delas?
Uma mistura de tudo que tive e sou
Amor

Responsabilidade
Coragem
Saudades
Árvores
Tempo
Jardins
Flores
Lembranças
Vida!

M. Fernanda

10 comentários:

  1. A criança que há dentro de nós nunca morre, mas nós é que a temos prisioneira. Por isso, há que soltá-la...
    Belas palavras, adorei.
    Continuação de boa semana, querida amiga Maria Fernanda.
    Beijo.

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  2. Dentro de nós há sempre imagens que nos perturbam, e que tantas vezes são miragem...
    Um poema magnífico e cheio de emoção.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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    1. Elas existem sim dentro de nós ás vezes, mas há muito mais para afugentá-las não é mesmo? Amar é sempre a saída.
      Obrigada graça.
      Beijinho

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  3. Olá, Fernanda, que lindo ficou o teu 'Talvez'! Um coração que se recompôs, e sentimentos que vieram para dizer: olha só os meus valores, esses são meus, é a minha bagagem!
    Muito bonito!
    Um beijo, amiga.

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    Respostas
    1. Olá Taís,
      amei sua leitura sobre esse post.
      Realmente foi direto na essência e eu poderia dizer (bingo!)
      Obrigada querida.
      Beijinho

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  4. "O amor toca a música certa"

    Essa que tá tocando É a música certa.

    Lindo seu blog, Maria Fernanda!

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  5. Oi, Fê!

    Muita saudade!
    Uma das poucas pessoas que consegue espalhar amor à distância, dificilmente te visito e não deixo uma lágrima - acredite!

    Obrigada por existir!

    Beijos! =)

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    Respostas
    1. Oi Nad,
      Saudades tuas tbm.
      Fico feliz porque a sintonia nos transporta, você é uma pessoa muito legal.
      Agradeço ter chegado até você e ficado, mas sabe? É fácil, muito fácil gostar de você.

      Obrigada por existir tbm.
      Beijos.

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)