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17 maio, 2025
A Mesa das Cinco
8 comentários:
depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)
Olá, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirNos últimos tempos, tenho andado de mãos dadas com a esperança, você me deu um alento ao saber que , mesmo com saudade latejando peto, a coragem me fará continuar bem viva.
De mãos dadas, pela fé, vamos perseverar em todas as Estações.
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos fraternos de paz e bem
Olá querida Roselia!
ExcluirFico com o coração aquecido em saber que minhas palavras chegaram até aí como um alento.
Mesmo com a saudade doendo, mesmo com o peito apertado, a coragem essa irmã silenciosa da fé nos empurra pra frente.
E sim, vamos juntas, pela fé, atravessar todas as estações.
Mesmo as mais frias, mesmo as mais longas.
Receba meu abraço cheio de gratidão.
Um fim de semana abençoado pra você também, com luz, delicadeza e muita esperança.
Beijinhos com paz e bem,
Fernanda
Uma bela fábula moderna. Como não se empolgar com tal reunião? Eu queria estar lá, no meio delas
ResponderExcluirEduardo,
ExcluirAh, e como seria bonito ter você ali no meio delas!
Tenho certeza de que se empolgaria com cada palavra trocada, cada suspiro cúmplice, cada silêncio cheio de sentido.
Essas personagens
(ou seriam partes da gente?) têm mesmo esse poder de reunir o que somos e o que sonhamos ser.
Fico feliz que tenha sentido essa magia, fábula moderna ou espelho do coração, o importante é que seguimos nos encontrando por entre as linhas.
Obrigada por caminhar comigo nessas invenções que, no fundo, são verdades disfarçadas.
Um abraço
Fernanda
Olá Fernandinha, seu belo texto, me fez lembrar de tres irmãs lá nas Minas Gerais, que se chamavam: Fé, Esperança e Felicidade. Hoje todas já falecidas. Uma não sobrevive sem a outra. Mas a esperança é a tal sobrevida de todos, um pingo dela é motivo para um sorriso.
ResponderExcluirQue a esperança seja sempre renovada em cada amanhecer nesta mesa da vida onde nos servimos para o bem.
Um bom domingo amiga.
Bjs de paz no coração.
Toninho querido,
ExcluirSeu comentário me tocou profundamente…
Que coisa linda: três irmãs chamadas Fé, Esperança e Felicidade, caminhando juntas pelas montanhas de Minas. Senti como se tivesse escutado uma cantiga antiga daquelas que a gente não esquece.
Obrigada por partilhar essa lembrança. Ela me serviu como um pão quentinho nessa mesa da vida onde nos encontramos.
Que a esperança continue nos visitando sempre,
mesmo que de mansinho, como vento bom de fim de tarde.
Um beijo com paz e ternura no seu coração também.
Fernandinha
Bom dia:- Poema perfeito que me apaixonou ler. Deixo o meu aplauso e elogio
ResponderExcluir..
“” Tenha um domingo feliz, em Paz e Amor ““
.
Bom dia, querido Ryk@rdo,
ExcluirQue alegria receber sua leitura tão generosa!
Recebo seu aplauso com gratidão verdadeira, e devolvo em dobro a admiração pelo olhar sensível com que você lê o mundo.
Obrigada por estar por aqui sempre somando beleza.
Com carinho,
Fernanda