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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

14 maio, 2025

Quando brinco com meus textos

Aleatoriamente um toque de poesia


Quando brinco com meus textos, não é só palavra que se move sou eu quem se reorganiza por dentro.
É uma brincadeira séria, dessas que a gente começa rindo, mas termina em silêncio. Porque às vezes uma vírgula me revela mais do que um espelho. Às vezes um ponto final me obriga a recomeçar. E há dias em que um parágrafo inteiro nasce só para responder a uma pergunta que nem sei se fiz.

Quando brinco com meus textos, eu desarrumo certezas, empilho memórias, abro frestas em mim. E nessas frestas, costumo encontrar você leitor imaginado, leitor real, leitor-espelho. Aquele que também se remexe um pouco ao ser tocado por uma frase.

É “brincadeira”, sim. Mas daquelas que mexem com cabeças, com corações, com velhas verdades adormecidas.
Escrever, pra mim, é algo fenomenal. Amo com intensidade esse ato que me desafia, me cura e me revela. É meu modo de respirar mais fundo mesmo quando falta ar.

Escrever é tirar os sapatos da alma e pisar descalça naquilo que arde.

E quando termino… nem sempre sei se fui eu quem escreveu ou se fui escrita por meus dedos. 
Porque é isso: quando brinco com meus textos, às vezes, é o texto que brinca comigo.

2 comentários:

  1. Também gosto de brincar com as palavras. Gostei de ler.
    Cumprimentos poéticos

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  2. Olá, querida amiga Fernanda!
    Foi um dos textos mais reflexivos que me to cou forte.

    "Às vezes um ponto final me obriga a recomeçar."

    Assim foi comigo há quatro anos de novo, não é fácil sobreviver, mas é possível com Deus, só com Ele que nunca nos abandona.

    "Escrever, pra mim, é algo fenomenal."

    Como você sabe, para mim também.
    Sem as palavras fico nua.
    Elas me vestem quando a vida me despe de tudo.
    Acoberta, agasalha no frio, refresca no verão.
    Eu brinco com as palavras e elas me divertem muito apesar delas serem demasiadamente sérias.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos fraternos de paz

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)