Antes de Jesus tocar a Terra, o mundo parecia andar no escuro como essas noites nubladas em que a lua tenta aparecer, mas é abafada pelas nuvens que não sabem se são sombra ou chuva. Havia leis, templos, palavras. Mas também havia silêncio. Um silêncio denso, não o silêncio da paz, mas o da espera.
Esperava-se algo. Alguém. Um gesto. Um milagre talvez. Era como se a humanidade andasse tateando o sagrado sem saber onde estava a porta. Havia os que gritavam nos desertos, os que negociavam com deuses esculpidos e os que apenas sobreviviam ao peso de existirem. A Terra estava grávida de uma promessa e cada geração se perguntava se aquele seria o tempo do nascimento.
E então, Ele entrou.
Não chegou com trovões, embora o céu inteiro parecesse sussurrar sua vinda. Veio como um bebê. Pequeno demais para o tamanho da esperança que carregava. Veio entre animais e panos simples, numa noite em que o universo se ajoelhou em silêncio finalmente, o silêncio certo.
Depois de Jesus, a Terra nunca mais dormiu do mesmo jeito. Os que estavam cegos passaram a ver, mas não apenas com os olhos. Os que andavam se detiveram para escutar. O amor deixou de ser ideia e virou ação. A cruz aquele instrumento de vergonha foi tomada pela glória de alguém que escolheu perder para que outros ganhassem. O tempo, esse relógio teimoso, passou a ser dividido entre antes e depois d’Ele.
Antes, éramos expectativa.
Depois, somos consequência.
Porque depois de Jesus, nada mais é comum. O pão é memória. A água é promessa.
E o outro mesmo o estranho, o inimigo é irmão.
Talvez essa seja a maior revolução: Jesus não mudou só a história. Mudou o jeito de contar.🙏🏻
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Tenho olhado o tempo...
Quando estou tomando um café, ou na varanda.
Quando estou mergulhada nos livros, ou no trabalho.
Ele me diz: Paciência Fernanda.
Sim tempo, eu tenho paciência...
Fernanda Marinho
Ah posso pedir para me conhecer melhor?
Então vem aqui ó!
https://linguagem-miuda.blogspot.com.br/