Tenho dois amores.
E não é exagero, nem confissão de novela. É só vida. Vida com suas curvas inesperadas e sua mania de surpreender a gente quando tudo parecia já escrito.
O primeiro amor me ensinou o que é amar com a coragem da adolescência: aquela que não tem medo do pra sempre. Com ele, aprendi que o amor, quando nasce de verdade, pinta as emoções com tons que a gente nem sabia que existiam.
Com ele, tudo foi começo:
Começo de amar,
de construir,
de acreditar.
Adotamos sonhos, geramos afetos, inventamos nossa própria casa dentro um do outro.
Felipe foi minha primeira estrela dessas que brilham lá no alto, mas que também aquecem aqui embaixo.
Foi com ele que o amor virou verbo e cotidiano.
Foi com ele que a felicidade teve nome, riso e cheiro.
Obrigada, Lipe, por me ensinar que o amor sobrevive sim, mesmo depois do silêncio, mesmo depois da saudade. Você me mostrou que amor bonito é aquele que não acaba só muda de forma e continua acendendo a noite da gente.
E então veio André.
André não chegou invadindo.
Ele chegou tentando.
Com um sorriso paciente e aquele jeito de quem sabe que não
se planta flor em solo recém-queimado.
Ele esperou. Esperou o tempo do meu tempo.
Esperou eu voltar pra mim.
Porque, pra quem já teve que se dar pontos finais desde pequenina,
recomeçar é um ato de resistência.
E eu resistia.
Mas ele insistia.
Insistia em me trazer um café quando eu mal tinha pedido.
Insistia em me fazer rir no meio das lembranças.
Insistia em me olhar como quem vê não só o agora, mas o que pode vir depois.
E um dia, quase sem perceber, eu sorri diferente.
Brinquei com a ideia de amar de novo.
Corei quando ele disse meu nome com aquele tom de canção.
Senti a emoção invadindo os cantos da alma que eu achava adormecidos.
A saudade de um amor nunca vai embora.
Mas ela aprende a dividir espaço com a brisa leve de um novo começo.
Agora eu sei:
O coração não trai quando ama de novo ele expande.
Porque quem tem dois amores, tem também duas formas de existir com mais verdade no mundo.
E isso, no fim, é só mais um jeito bonito de ser inteira.
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Tenho olhado o tempo...
Quando estou tomando um café, ou na varanda.
Quando estou mergulhada nos livros, ou no trabalho.
Ele me diz: Paciência Fernanda.
Sim tempo, eu tenho paciência...
Fernanda Marinho
Ah posso pedir para me conhecer melhor?
Então vem aqui ó!
https://linguagem-miuda.blogspot.com.br/