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20 junho, 2025
Dois amores e uma estrela”
4 comentários:
depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)
também tenho dos amores
ResponderExcluirQue não sei como explicar
Um a poesia, outro as flores
Amores, que adoro amar
.
Feliz fim de semana.
..
“” Caminhas comigo ““
.
Ricardo, teu comentário parece ter saído de dentro do meu próprio texto…
ResponderExcluirTambém tenho esses “dois”: um que me falo em versos e outro que me oferece flores meio nos dias, mas com amor everdade. No fundo, acho que amar “dois amores” é só mais uma forma de continuar inteira mesmo dividida.
Um abraço e um fim de semana cheio de poesia.
Por aqui uma confissão, espontânea, que por vezes surpreende. O fato é que a sua sinceridade é o pano de fundo das suas publicações. Parece que, ao escrever, que você fazendo terapia e confessa escrevendo como se estivesse no divã. Eu gosto dessa espontaneidade, dessa "sinceridade",. Aspeado, sim. Você é também muito inventiva e, por vezes, a pena os dedos na digitação tomam caminhos inesperados, risos.
ResponderExcluirUm bom domingo, Nanda!
Um abraço,
Eros, que comentário generoso… Obrigada!
ExcluirMas preciso confessar: não sou inventiva sou verdadeira. O que parece invenção é só a alma tentando se explicar com palavras. Escrevo como quem sangra com elegância, sim, talvez como quem faz terapia em voz alta. Mas nada ali é pose. É só vida, com seus exageros sinceros. Um abraço grande e um domingo de paz pra você também!
Nanda