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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

05 junho, 2025

O dia em que ganhei um lenço (e quase uma sogra fashionista)

Aleatoriamente um toque de poesia


Voltou a moda dos lenços! E justo quando eu achava que ia passar despercebida com meu coque bagunçado de sempre… ganhei um lenço para os cabelos. Um não, O lenço. Estampado, charmoso e, segundo a mãe do André, “muito mais elegante do que esse negócio de sair com o cabelo solto no vento sem nada”. Claro que ela mesma me entregou, com aquele olhar que mistura carinho, conselho e um leve “faz do meu jeito que vai dar certo”. Aceitei. E confesso: adorei.
André, que até então só percebia lenços quando eram guardanapos, disse que “ficou bonito até demais , mas parece que você vai fazer uma revolução”. 

Amei mais ainda.
No fim, amarrar o lenço virou quase um ritual: um laço, um sorriso e um leve toque de ousadia. E agora, toda vez que coloco, me sinto pronta para tudo 😆 até para um “desfile”improvisado no corredor de casa, com a sogra 🥰comentando:
“Viu, André? Eu te disse que ela tinha estilo escondido!
Ficou tão linda!”
Risos... 
Só podia, é também uma de minhas mães!


6 comentários:

  1. Sogrinha boa e animada! E , na certa, ficaste mais linda ainda! beijos, chica

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    1. Chica querida, sogrinha animada é um presente do céu, né? 😄
      A gente ri, escuta, aprende… e ainda treina a esse amor em movimento.
      Se fiquei mais linda, foi por dentro porque certas convivências afinam a alma da gente. ❤️
      Obrigada pelo carinho de sempre!Beijos com afeto e um tantinho de gratidão no laço!

      Nanda

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  2. Lembro que minha mãe usava muitos lenços. Era coisa da moda ou do hábito lá dos anos 70, eu acho. E realmente tenho visto mais mulheres de lenço e até homens...vi casos de mulheres brancas que usaram turbantes e foram criticadas por movimentos feministas negro sendo acusadas de "apropriação cultural" - um desses novos termos inventados na atual guerra cultural.
    Acho uma bobagem. Não existe isso de "apropriação cultural" ser algo negativo, vejo até como exaltação de certas culturas.
    Enfim, isso é outro caso, no teu caso, do teu lenço, que bom que foi bem recebido em casa.

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    1. Eduardo, que interessante essa lembrança dos lenços da sua mãe consigo até imaginar o charme!
      Essas peças carregam histórias, estilos de época, identidade… e também abraçam a gente em momentos delicados.
      Sobre o que você trouxe, acho importante mesmo reconhecer os diferentes olhares que surgem hoje sobre cultura, símbolo, pertencimento. Há muito debate, é verdade e nem sempre a gente compreende ou concorda com tudo. Mas talvez, no fundo, o que todos estamos tentando dizer, de formas diversas, é que queremos ser vistos com respeito. E que nossas raízes sejam quais forem sejam tratadas com cuidado. No meu caso, o lenço foi afeto, proteção e um tanto de coragem costurado na testa. E foi bonito ver que, em casa, ele foi recebido como parte de mim não como algo a esconder, mas a acolher.
      Obrigada por partilhar suas memórias e pensamentos com tanta sinceridade. É sempre bom refletir com quem respeita o outro mesmo pensando diferente.
      🙏🏻

      Abraço grande!

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  3. Querida amiga Fernanda, adoro lenços e, quando vi a tal moda, adorei... não sigo modas, mas tem umas que me apetecem.
    Dão sim um charme todo especial, creia no que disse a sogra/mãe, ela tem toda razão, ficamos mais femininas e elegantes. Em cabelos compridos, então, caem muitíssimo bem.
    Com dois fãs dentro de casa, não fique convencida, hein? kkk...
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos fraternos de paz

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    1. Querida Roselia, que delícia ler suas palavras!
      Você tem razão: tem modas que não seguimos, mas que nos encontram e os lenços me encontraram num momento em que eu também precisava me reencontrar com a beleza simples das coisas.
      Adorei saber que você também é fã! E olha… com dois fãs dentro de casa e agora você nessa torcida, vou ter que segurar o ego, viu? 😄 Brincadeiras à parte, foi um gesto pequeno que me trouxe uma porção de força e também de vaidade boa, daquelas que devolvem a leveza de se olhar no espelho com doçura. Obrigada pelo carinho de sempre, pelas palavras cheias de paz e ternura. Que seus dias também sejam abençoados, com muitos lencinhos coloridos por dentro e por fora!

      Beijinhos com afeto e luz ❤️

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)