Aguarde os próximos capítulos...

Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

Amor sempre....

Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

31 julho, 2025

E se for verdade?

Aleatoriamente um toque de poesia



Estava num intervalo qualquer, entre um café e outro, entre um caderno aberto e as anotações que não paravam de chegar. A cidade pulsando lá fora, São Paulo me abraçando com sua pressa disfarçada de novidade. E então, o celular vibrou. Era o marido.

Atendi sem esperar nada demais.
Mas a voz dele veio como quem vem com pressa de dizer o que sente antes que desista.

“Você faz tanta falta amor… tô quase indo aí te encontrar.”

E eu ri. Ri como quem escuta uma brincadeirinha boba. Daquelas que ele sempre faz pra quebrar o gelo, pra provocar ou só pra ver meu sorriso escapando mesmo à distância.

Mas depois que desliguei, a frase ficou ali, pairando. “Quase indo aí te encontrar.”
E se não for brincadeira?
E se for verdade?

Fiquei olhando pro celular como se ele pudesse responder por ele. Como se, de repente, um novo toque confirmasse o impossível. Mas não tocou.

Fui andando até a janela do lugar onde eu estava. São Paulo seguia, indiferente. Os carros, as buzinas, a pressa. Mas dentro de mim alguma coisa tinha mudado de ritmo. Porque às vezes tudo que a gente precisa pra se bagunçar inteira é uma frase dita meio rindo, meio sentindo.

Será que ele viria mesmo? Será que pegaria um ônibus de última hora, um avião só pra me ver por umas horas? Ou será só charme, esse jeito torto que ele tem de dizer que sente minha falta?

Não sei.
Mas, entre uma palestra e outra do curso, entre uma vírgula e outra,
 do que eu escrevia,
 me peguei sorrindo sozinha.

Porque, mesmo que não venha, é bom saber que alguém pensa na gente assim  com vontade de atravessar quilômetros só pra encostar o rosto no nosso e dizer: “volta logo”.

E se for verdade?
Bom… aí a crônica da próxima folga vai ser outra.
Risos...




Fernanda

8 comentários:

  1. Boa tarde azul, querida amiga Fernanda!
    Emocionada... já sabe como fico com post assim... sei que não vai se admirar.
    Bem, eu ainda fico olhando o celular para ver se toca... no meio da tarde para me dizer : "Oi querida!"
    E na despedida vespertina até a noite: "Beijão".
    Mas ele nunca mais tocou...
    Eu parava tudo como você...
    Ainda me ponho a pensar que poderia ter sido roubada do celular, pois até em plena rua eu não deixava de atender...
    Viva intensamente sua vida amorosa, suas conferências, seus múltiplos afazeres, eu, pelo menos, não tenho remorso de não ter dado meu tudo, enquanto pude. Era, para mim, o mínimo, sabe, querida?
    Fique bem, terei que respirar fundo e poetar para desafogar os nós e as saudades.
    Beijinhos fraternos e carinhosos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde azul, querida amiga Fernanda!
      Trago um link para mais te inspirar no amor e quiçá deixar sua participação"?
      Ah! Quem dera!
      O que vale é estarmos unidas pelo Amor sempre.
      https://amorazul01.blogspot.com/2025/07/tertulia-de-amor-1.html
      Não precisa publicar o link, viu?
      É um convite.
      Beijinhos amorosos e fraternos

      Excluir
  2. A dúvida ficou e tenho ceerteza, já te alegraste só em pensar na possibilidade de verdade ser!
    beijos, ficamos torcendo,rs...chica

    ResponderExcluir
  3. Tem palavras que calam fundo na alma e no coração Fernandinha. Parafraseando o pequeno Principe, desde já fico feliz, só com o pensamento do que pode acontecer.
    LIndo momento e que as surpresas ssempre sejam destas de bangunçar o coração na alegria remota.
    Bjs e paz amiga e feliz fim de semana.

    ResponderExcluir
  4. Qué manera más bonita de decirte lo mucho que te quiere diciendo que te extraña, y quién sabe, las sorpresas siempre pueden estar ahí en cualquier momento, querida Fernanda.

    Es hermoso el amor, lo mucho que se puede sentir, y que con pocas palabras bastan para saber lo que se extraña esa ausencia. Y parece mentira la energía que dan estas cosas, te inyectan vida.

    Disfruta del amor, de cada instante, disfruta de todo lo bueno que tienes en tu vida.

    Que estés pasando un bonito día, preciosa amiga.

    Besos enormes con todo cariño.

    ResponderExcluir
  5. E aí, depois de ter bagunçado o coração o dono (dele) surpreendeu? Ou só fez acelerar seus batimentos cardíacos?
    O que é certo é que ele manteve a chama acesa ao compor a elegia da expectativa ou da espera ou do olhar comprido na estrada por onde ele andaria até chegar ao porto onde você o esperava.
    E quase se fez um samba da espera, Nanda!
    Mais um final de semana para você colocar na cesta!
    Abraços, Nanda!

    ResponderExcluir
  6. rssss, acho que nada sério, querida amiga, será que seu amor não jogou um charminho, umas palavras de carinho para te deixar feliz?
    Porém... vou aguardar, muitas vezes podemos pensar equivocadamente...
    ouvimos o que nosso coração precisava escutar...e ser outra coisa.
    Beijos, um feliz fim de semana!
    Meu carinho!

    ResponderExcluir
  7. Um texto envolvente e instigante! Deixa no ar aquela dúvida que faz o leitor querer refletir e voltar às tuas palavras.

    Com amor,
    Daniela Silva 🩷🦋
    alma-leveblog.blogspot.com — espero pela tua visita no blog

    ResponderExcluir

depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)