Mais uma primavera

Aleatoriamente um toque de poesia

(Para Wilson, meu pai)

Meu pai.

Hoje, completa mais uma primavera, e a palavra “parabéns” me parece pouca diante da grandiosidade que ele representa na minha vida.

Porque ele não foi só o homem que me acolheu ele foi o homem que me escolheu. Não quis saber de burocracias emocionais, nem de regras frias para justificar afeto. Ele não esperou aprovações, nem mediu consequências. Ele só foi lá e me adotou.

Como quem recolhe uma flor caída e a coloca num vaso bonito. Como quem ouve um choro baixinho e oferece colo sem perguntar por quê. Ele nunca quis saber que eu já era crescida isso, pra ele, nunca teve importância. Sou sua "menina, sua pequena", sua cria. E mesmo agora, quando o tempo insiste em me chamar de adulta, ele ainda me acolhe como se eu tivesse acabado de cair da bicicleta pela primeira vez.

Com ele, eu nunca precisei fazer pose de mulher forte. Com ele, eu posso ser boba, frágil, moleca, exagerada e ele vai sorrir como se dissesse: “é minha filha, fazer o quê?” Meu pai, meu amigo, meu companheirão da vida. Aquele que me ensinou que ser pai é mais do que papel passado é presença, é gesto, é abraço na hora certa. É saber esperar, é saber puxar a orelha, mas com a mão cheia de amor.

Hoje, o mundo ganha mais um aniversário dele.

Mas eu ganhei a sorte de poder chamá-lo de pai.

E, mais ainda, a honra de ser filha de um coração tão inteiro.

Feliz vida, pai Wilson.

Te amo com tudo que há em mim até com as partes que você ajudou a consertar.

Me lembro de quando você me levava pra passear sem rumo certo, 

só porque o dia merecia ser vivido.

Você me ensinou a confiar no caminho mesmo quando o GPS da vida parecia sem sinal. 

Você me dizia: “Vamos ver onde dá.” E, com você, sempre dava em colo, em riso, em paz.

Pai, você me salvou de muitos silêncios.

Mesmo quando eu não sabia dizer, você escutava.

Mesmo quando eu não queria pedir ajuda, você já estava ali, com a chave na mão e o motor ligado, pronto pra me buscar de onde quer que fosse.

E quando o mundo doía, era você quem dizia:

“Vai passar.” Não como promessa vazia, mas como quem já enfrentou vendavais e sabia, no fundo do peito, que a dor não dura mais que o amor.

Tem coisa que não se explica.

Só se sente. E eu sinto todos os dias a sorte de ter sido escolhida por você. 

Não foi acaso, foi destino carinhoso.

Não foi só amor paternal, foi alma reconhecendo alma.

Por isso hoje, mais do que desejar felicidades, eu agradeço. Agradeço por cada vez que você me chamou de filha como se fosse a primeira. Agradeço pelo tempo, pelo ombro, pela risada boba no meio da rotina. Agradeço porque você me ensinou que amor de verdade não precisa de assinatura: precisa de presença.

E você sempre esteve.

Sempre está.

Feliz aniversário, meu pai.

Meu herói sem capa, meu amigo com coração gigante.

Se eu puder ser metade do que você é, o mundo já vai estar bem cuidado.

Com amor eterno,

Fernanda

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“O pai é alguém para se orgulhar, alguém para se agradecer e, especialmente, alguém para se amar.”

Mário Quintana

PS: Tô devendo umas visitinhas nos blogs, mas vou tentar colocar tudo em dia, ao longo deste dia, ou mais pro finzinho da noite. Aos poucos chego aí!🥰

🙏