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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

21 julho, 2025

O Espelho do que se Diz

Aleatoriamente um toque de poesia


Você está ali, num almoço qualquer, uma pausa no trabalho, ou um café esticado na casa de alguém. Tudo parece leve, até que a conversa vira uma esquina apertada: alguém começa a falar mal de alguém que nem está presente para se defender. Aquele ser ali não gosta de dizer a verdade, viu…
Ah, fulano? Vive se fazendo de bom moço, mas eu sei bem quem ele é…
Nunca me enganou. Sorri por fora, mas é podre por dentro.

E você escuta. Só escuta.

No começo, pensa: “Será?”. Depois vem o incômodo. Aquela sensação de que o problema não está na pessoa que virou alvo, mas em quem segura a pedra com tanto gosto. Há uma frieza ali, uma certa alegria em reduzir o outro a adjetivos feios, como se diminuir alguém fizesse a própria sombra parecer menor.🥹

É curioso como, em certos momentos, não precisamos conhecer a “vítima” da fofoca para saber quem está errando. Basta observar os olhos de quem fala. A voz ganha um tom que não é só de crítica é prazer. Um prazer disfarçado de frustração, inveja, ou riso.

A língua revela mais do coração de quem fala do que do caráter de quem é falado. 

E aí vem a chave da crônica: quando alguém denigre outra pessoa com tanta certeza e sem qualquer compaixão, você não aprende nada de novo sobre a pessoa atacada. Mas aprende tudo sobre quem fala mal.

O mal que alguém se dispõe a espalhar diz muito sobre o tipo de jardim que cultiva por dentro.

E é por isso que, muitas vezes, depois de uma conversa dessas, a gente vai embora em silêncio, como quem sai de um lugar onde algo foi quebrado. A confiança, talvez. A admiração. Ou só aquela paz de estar entre pessoas boas.

Sim quem fala mal dos outros com tanta facilidade, inevitavelmente, também falaria de você. Basta virar as costas. Basta você não ser útil. Basta não concordar.🥲

A fala é uma janela.
Mas o que se diz do outro com desprezo, sarcasmo ou prazer é, na verdade, um espelho. Seja do bem é o meu conselho diário.
O bem verdadeiro não precisa de palco nem plateia ele transforma o mundo em silêncio, do jeito que Jesus fez: começando de dentro.
Seja prudente com o que espalha de alguém.

Moral dessa crônica:
Uma coisa que a vida me ensinou é: Desconfie de quem sente prazer em diminuir o outro. Hoje ele fala de alguém. Amanhã, pode ser de você.

9 comentários:

  1. Boa noite de paz, querida amiga Fernanda!
    Que tema propício nos dias atuais onde denegrir virou moda e até no virtual, se duvidar, acontece!...
    Sabe, fui lendo avidamente, com toda cautela e o que iria escrever você já pôs no final, é o que cabe ao fofoqueiro de plantão.
    Pessoas grandes nos põem grandes.
    Pessoas pequenas nos põem do tamanho delas, ou melhor, tentam.
    Até porque tem vertentes:
    -as que já enumerou aqui
    -quem nos conhece sabe quem somos
    -nós sabemos quem somos
    Enfim, pura perda de tempo do boca grande...
    Tenho certeza também, quem faz fofoca em nossa frente, fala mal de nós por trás.
    Haveremos de cortar o palavreado inútil e fazer como você muito bem percebeu, sair com a confiança quebrada e nada pior do que a quebra.
    Obrigada por abordar temas relevantes aqui que merecem diálogo e crítica social.
    Tem tanta coisa importante que precisam ser discutidas.... quem tem tempo para tal disparate do falatório maldoso perde de aprender de si.
    Em Tg 3 está bem explicado o bom uso da língua.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos fraternais

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    1. P.S. Escrevi à noite, já deitada, no celular e tem erro, me desculpe:
      *tanta coisa importante que precisa ser discutida.
      Se achar outros, me desculpe.
      Bjm

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    2. Roselia, que sabedoria nas suas palavras… Sim, quem tem tempo pra fofoca está perdendo a chance de aprender de si.
      Que a gente escolha sempre a edificação no falar, no calar e no agir.
      Obrigada pelo carinho e pela presença tão atenta.

      😘

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  2. Tua crõnica linda,bem estruturada e cheia de verdade! Há quem se realize em apedrejar os outros, sempre com fofdocas do mal. Triste isso, mas quem atira essa pedra, será fatalmente apedrejado. A verdade chega e o carma acontece! O Universo dá o troco!
    São uns pobres coitados! beijos, lindo dia! chica

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    1. Chica, tua força é dessas que limpa o ar!
      A verdade vem, o tempo revela, e o Universo devolve o que cada um entrega.
      Beijo com gratidão e carinho

      🙏🏻😘

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  3. Olá Fernanda, querida amiga.
    Seguramente que todos já passamos por situações semelhantes. Na verdade essas situações acontecem com demasiada frequência. Temos que ter bem claro que ninguém na vida pode ter o bem tentando menosprezar o outro, fazendo o mal a alguém. Quando se tenta prejudicar alguém para obter algum suposto benefício, cria-se apenas uma ilusão, uma satisfação passageira para amenizar o vazio que habita em seu coração.
    É verdade que existem pessoas perversas, que sentem prazer em ver o outro ser prejudicado. São como psicopatas que introduzem a lâmina afiada no coração de alguém e remexe como quem tem um orgasmo. Se comprazem em provocar a dor e colocam no rosto um sorriso triunfante, maléfico completamente anormal e desumano.
    Diante de pessoas assim, não podemos entrar no seu jogo e, se possível, ficar bem longe, porque poderemos ser o seu próximo alvo.

    Te deixo um beijo e minha amizade.

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    1. Albino, querido amigo,
      suas palavras têm a força de quem enxerga fundo.
      É isso mesmo: não se vence ferindo. Quem busca satisfação na dor alheia apenas distrai o próprio vazio, por pouco tempo.
      A nós, cabe o cuidado: não nos igualar, não nos contaminar, não entrar no jogo. Gratidão pela lucidez e amizade. Um beijo fraterno

      🙏🏻😘

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  4. É sempre bom passar por aqui, Nanda. O seu dedo está sempre tocando em alguma ferida; às vezes, você o faz com delicadeza, tocando-a para aliviar a dor do ferido, da vítima; outras, você o faz com firmeza para aliviar o seu desconforto com a situação, como a descrita.
    É preciso sempre pontuar essas questões; é preciso estar atento para todos os males que afligem o ser humano, este é um daqueles nada podemos fazer, salvo nos afastar. `
    E vamos seguindo nossa vida ouvindo os murmúrios que as nuvens trocam entre si, é sempre mais valioso.
    Um abraço, Nanda!.

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    1. Eros, que comentário bonito… Sim, há feridas que a gente só pode tocar com amor e outras, que pedem firmeza pra não nos ferirem mais. E ouvir os murmúrios das nuvens… ah, isso sim vale o dia. Um abraço apertado, querido.

      😘🙏🏻

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)