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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

Amor sempre....

Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

05 agosto, 2025

Algumas presenças atravessam a tela

Aleatoriamente um toque de poesia






Tem gente que a gente lê e, de repente, percebe que é como se já conhecesse há anos. Às vezes não sabemos o tom exato da voz, o número do sapato, nem o jeito como sorri quando está feliz mas sabemos o essencial. Porque algumas presenças atravessam a tela e se assentam feito gente da casa.

A Chica, (Joaninha) por exemplo. Essa eu conheço há anos de blog  e quando falo “conheço”, quero dizer que já sei o ritmo com que ela chega, a forma generosa com que comenta, a constância boa de quem aparece mesmo quando tudo parece calado. A Chica tem o dom de acolher com palavras pequenas, mas inteiras. É presença que não falha. E sem ela, tudo fica sem cor por aqui e por ai não é mesmo? Presente desde os primeiros passos, sempre com uma palavra que aquece, uma escuta que acolhe, uma gentileza que nunca faltou. Nos caminhos da escrita, onde tantos passa correndo, ele caminhou ao lado com calma, atenção e coração aberto.

Toninho é desses que não escrevem poemas apenas ele é o próprio poema andando pela rua.
Presente desde os primeiros passos, sempre com uma palavra que aquece, uma escuta que acolhe, uma gentileza que nunca faltou. Nos caminhos da escrita, onde tantos passa correndo, ele caminhou ao lado com calma, atenção e coração aberto. Tenho um carinho imenso por ti, Toninho.
E uma gratidão antiga, dessas que não se apagam com o tempo. Que a vida continue sendo generosa contigo, como você tem sido com os outros.

Roselia é outra. Espiritual como poucas, borda suas palavras com fé e luz. Tem uma forma tão própria de escutar o que escrevo, que às vezes me pergunto se ela me lê com os olhos ou com o coração. Aposto no segundo. Sempre que aparece, me lembra de algo maior como quem me chama de volta pro eixo.

Eros, com seu olhar atento, comenta como quem escava um texto até encontrar o nervo mais sensível. Não se limita a ler  mergulha. Às vezes volta depois de dias, mas quando escreve, é como se estivesse ao meu lado desde sempre.

Albino, Eduardo, André trio que pensa, provoca, escuta, escreve belezas. Cada um à sua maneira. André é o do texto que encanta, certeiro, que  abre janelas imensas. Cheia de carinho e humor. Eduardo tem algo filosófico, ponderado, quase silencioso mas encantador. Albino tem essa coragem de dizer o que sente sem floreios, com uma verdade que desarma, um poeta maravilhoso. Só poesia.  Me encanta sempre sua escrita.

Taís, ah, Taís! Com ela, a risada vem leve, mas a sensibilidade é mais fácil. Crônicas que são reflexos cômicos de nós mesmos. Leio Taís como quem reencontra uma amiga no portão, desabafando sobre a vida com humor e uma dose de ternura. Quando ela aparece por aqui, sei que o dia vai ter leveza.

Jaime e Graça. Dois nomes que carregam calma. Jaime escreve como quem pensa junto. Graça lê com delicadeza, comenta com olhos de dentro. São daquelas pessoas que sabem que leitura também é uma forma de cuidado.

Dell, com sua escrita firme, traz sempre algo que me desloca e encanta. Me faz pensar. Rosalino e Pedro  leitores silenciosos às vezes, mas com comentários que surgem como vento bom. Quando chegam, mudam o ar da sala, e a gente se sente abraçados.

A vocês, e a tantos outros que passaram ou permanecem, obrigada. Por serem essa extensão generosa da minha escrita. Por me ensinarem que blog ainda é lugar de encontro, de afeto, de diálogo  mesmo quando tudo o mais grita pressa e esquecimento.

Enquanto tiver palavras, sigo por aqui. 
Escrevendo. 
Deixando a porta entreaberta. 
Com café fresco, e a esperança de que vocês continuem voltando.





Fernanda

Dei uma vacilada na organização mas já está ok!

3 comentários:

  1. Minha querida Fernanda, hoje eu precisava ler ou ouvir algo tão carinhoso assim como seu post. Estava sensível e triste com os problemas da vida (todos temos). Como Deus é extremamente Bondoso, li um carinho de outra amiga há uma hora e agora você.
    Nossa Chica está viajando e vai ficar serelepe como toda joaninha que se preza. Ela merece tudo de melhor. Foi a primeira a me achar na blogosfera, aprendi tanto com ela, sobretudo a não esperar comentários e comemorar aniversários dos amigos virtuais com afeto, bolo e tudo o mais. Além de que os valores humanos que ela nos passa são preciosos. É um ícone no mundo virtual. Madura e amiga, uma advogada que intercede pela bom humor e bem-estar de todos. Usa seu dom da palavra para engrandecer a blogosfera e animar.
    Toninho, ah! é um poeta nato, amigo como irmão, em meu caso, muito mais do que irmão que não tenho. ou seja, o considero irmão por não ter um e por ele saber administrar tal sentimento. Sabe das dores do mundo e das minhas dores. Um ser humano incrível e um homem de respeito a todas nós. O que mais prezo nele é sua humildade, mesmo sendo um senhor poeta não nos desvaloriza, como muitos fazem.
    Taís é de uma gentileza ímpar e doce com todos, sincera e delicada (coisas incompatíveis para muitos de nós).
    Os amigos mencionados por você estão chegando agora no meu círculo, tem dois que ainda não chegaram em meus blogs.
    Eu sou mais de me atrever com o lado feminino. Com o masculino, toda cautela e vou se vem, em primeira instância. Na certa que serão tão boas pessoas como bons escritores pelos comentários que leio aqui.
    Quanto a mim, emocionada lhe agradeço por ver minha escrita como é meu eu real:
    "Borda suas palavras com fé e luz. "
    Se não fosse a fé, estaria morta já.
    E os outros tantos que chegarão ainda por aqui?
    Serão por aproximação da sua afetividade madura, moldada pela dor e pelo amor, pelo seu carisma e competência na escrita e na ética (coisas que muitos de nós não compatibilizamos). Por outros valores que você já revelou possuir e ainda vamos descobrir pouco a pouco... como a amizade crescente que nos une, devagarzinho, com gostinho de filha mais próxima ou quiçá uma irmã mais nova que também não tenho.
    Somos duas, querida:
    "Enquanto tiver palavras, sigo por aqui.
    Escrevendo.
    Deixando a porta entreaberta.
    Com café fresco (bem quentinho, digo eu), e a esperança de que vocês continuem voltando."
    Exatamente assim lhe deixo com um xero e um naco de pão caseiro que vou tomar com café e trouxe da serra, saboroso demais, no friozinho que faz aqui no ES.
    Tenha dias abençoados, cheinhos de inspiração e calor humano que lhe caracteriza!
    Beijinhos perfumados e calorosos d e emoção




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  2. This is such a beautiful and heartfelt post. It's a wonderful tribute to the community you've built and the people who make it so special. It really shows how blogging can create real, meaningful connections that go beyond a screen. It's clear that you've not only found a group of readers, but a true family of friends who share a deep appreciation for your writing and for each other. The way you've described each person's unique presence is so touching and true. Thanks for leaving the door open and the coffee on.

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  3. Meu Deus,Nanda, não tenho nem roupa pra receber essa homenagem e tanto carinho!
    Só posso dizer que fiquei muito feliz e que adooro blogar a tal ponto que apenas chegamos aqui na praia, após desfazer malas, abastecer a casa, mortos com farofa, aqui estou pra ver os amigos todos...
    OBRIGADÃO!
    E a forma com a que acarinhaste cada um dos nossos amigos foi sensacional!
    Fiquei feliz também por todos eles! E concordo com TUDO! Valeu muito!

    beijos praianos, chica

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)