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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

26 agosto, 2025

Entre o Rio e a Margem

Aleatoriamente um toque de poesia



O rio corre,
mas no abraço das margens encontra repouso.
Não sabe se é prisão ou ternura,
se é cansaço ou destino,
apenas aceita o contorno que o envolve.

As margens, sedentas,
não deixam que a água se perca.
Guardam o rio como quem guarda um segredo,
acariciam-no em curvas,
murmuram-lhe em raízes,
prometem-lhe eternidade.

E assim vivem 
o rio e as margens 
numa dança de afeto e tormento,
de liberdade que não escapa,
de prisão que consola.

Talvez amar seja isso:
ser corrente e ser fronteira,
ser quem parte e ser quem acolhe,
ser água em vertigem
e terra em silêncio.


Fernanda

2 comentários:

  1. Boa noite de paz, querida amiga Fernanda!
    O horizonte nos revela uma parte bonita do amor...
    Saímos da margem dele...
    O rio é a fluência linda dos sentimentos em evidência ainda que serena...
    Assim eu sinto seu poema, uma revelação bonita do sentimento nobre que embala todo ser humano sensível que emana a parte mais inesquecível do guardado do lado esquerdo do peito.
    Que a fronteira do amor coincida com o melhor de nós!
    Viver um toque de poesia aqui agora faz da minha noite mais serena ainda.
    Digo até com uma pitada de esperança.
    Tenha dias novos abençoados!
    Beijinhos fraternos

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  2. Olá, amiga Fernanda, gostei muito deste seu belo poema,
    belo e inspirado poema.
    Parabéns!
    Uma boa semana, com muita paz e saúde.
    Um beijo, amiga.

    ResponderExcluir

depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)