✿Aguarde os próximos capítulos...✿

Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

31 agosto, 2025

Setembro

Aleatoriamente um toque de poesia




Amanhã é meu aniversário, e eu aqui, olhando para trás, vejo um filme inteiro rodar dentro de mim. Quantas vezes Fernandinha se aventurou, sem medo ou mesmo com ele, mas sempre seguindo em frente nessa estrada cheia de curvas inesperadas.

O tempo passou e, com ele, cada queda, cada recomeço, cada sorriso e cada dor foram se transformando em degraus. Hoje, percebo que sou feita desse mosaico de histórias, e agradeço. Agradeço pelo que foi difícil, porque me ensinou a ser leal comigo mesma e com os outros. Agradeço pelo que foi doce, porque me mostrou a beleza da partilha.

Carrego comigo a certeza de que, em cada gesto, coloco o melhor de mim. Talvez seja isso o que mais me orgulha: não ter desistido de ser inteira.

Amo ser quem sou. Amo ser essa mulher que nasceu da menina sonhadora, que ainda existe aqui dentro. E amanhã, quando setembro me abraçar com mais um ano, vou sorrir para o espelho e dizer: parabéns, Fernanda você se fez com amor.

Abro os braços para tudo que fui e sou: da Fernandinha, a filha de muitos pais e mães, a profissional, a esposa de Andre,a mãe dos meus filhos e a mulher de sorriso largo, a sonhadora que aprendeu a caminhar com firmeza, mesmo quando o chão parecia instável. Quero agradecer a cada medo que me fez forte, a cada lágrima que me fez sensível, a cada abraço que me lembrou do valor de me conectar de verdade com o outro.

Quero brindar à coragem de ter me permitido sentir  o riso, a dor, o amor, a frustração  e perceber que nada disso me diminuiu; tudo isso me fez mais inteira. Amanhã, ao apagar as velas, vou fechar os olhos e sentir que cada sopro carrega não só desejos, mas também reconhecimento: pelo que fui, pelo que sou, pelo que ainda posso ser.

E então sorrirei para mim mesma, e direi: Fernanda com toda a sua  história, com todos os seus pedaços costurados com cuidado, com amor, com autenticidade eu tenho muito orgulho do que nos tornamos. Porque no fundo, sei que o maior presente que posso me dar é esse: a certeza de que me fiz inteira, apesar de tudo, e que cada setembro que chega é só mais um capítulo desse filme que é a minha vida.

Parabéns para mim amanha. Risos...



Fernanda

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)