✿Aguarde os próximos capítulos...✿

Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

30 setembro, 2025

A Fusão Poética

Aleatoriamente um toque de poesia
Diário



Amo tranças.
São fios que se entrelaçam
como histórias guardadas,
como caminhos que se encontram.
Nelas o tempo repousa
em doçura paciente,
em arte simples e antiga.

Há momentos em que a menina desponta na mulher que me tornei. É como se, de repente, o riso antigo viesse à tona, leve e travesso, lembrando-me das brincadeiras que jamais envelhecem.
 Amo ser feminina, amo sentir que cada gesto meu carrega o delicado perfume da alma, que mesmo na força do dia, permanece suave, quase invisível, mas profundamente presente.

Ser mulher é ser um poema delicado e forte. É ter versos que se dobram sem quebrar, estrofes que se inflamam e depois se acalmam na tranquilidade de um olhar que sabe o próprio valor. Ser mulher é ser múltipla: é força e ternura, é coragem e medo, é lágrima que cai silenciosa e gargalhada que explode no ar. É sentir-se inteira mesmo na imperfeição, é aceitar que o corpo e a alma, juntos, guardam segredos que só nós conhecemos.

Mas fusão é tão poética. Quando a menina e a mulher se entrelaçam, surge algo que não se explica, apenas se sente: uma dança de tempos e memórias, uma colagem de sonhos e esperanças. A menina lembra das tardes em que corria descalça pela rua, sentindo o vento como se fosse música; a mulher segura as rédeas da vida, com olhos firmes e coração aberto. E nesse encontro, tudo se equilibra: a leveza e a responsabilidade, a curiosidade e a experiência, o riso e a saudade.

Amo ser essa fusão, essa contradição harmoniosa. É saber que posso ser frágil sem perder a força, sensível sem me desarmar, brincalhona sem deixar de lutar. É sentir a vida em camadas, cada uma mais profunda que a outra, e entender que ser mulher não é uma linha reta, mas uma poesia contínua, escrita a cada passo, a cada sorriso, a cada lágrima.

E, no final, é nesse entrelaçar de meninas e mulheres, na realidade, que descubro a verdadeira magia de existir: ser inteira, ser livre, ser poema.



 Fernanda

Um comentário:

  1. Olá, querida amiga Fernanda!
    "Há momentos em que a menina desponta na mulher que me tornei."
    Quando caminho pela manhã, uso cabelos presos.
    Quando vou a um lugar à tarde, como mercado ou padaria, uso trança para o lado. Só que a minha é fininha... rs...
    Amo trança desde pequenina e tenho uma foto até daquele tempo onde sonhar era achar que ia acontecer...
    Ser forte sem perder a ternura é nossa marca de Mulher.
    Ser poema é quando sabemos espremer da dor uma essência perfumada.
    Deus nos faça sempre assim.
    Tenha uma noite abençoada!
    Beijinhos fraternos

    ResponderExcluir

depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)