Outro dia, esqueci o guarda-chuva em casa. O céu estava claro, não havia motivo para carregar peso. À tarde, quando a chuva desabou sem aviso, me abriguei na porta de uma padaria juntamente com outra moça. E ficamos ali, até que uma senhora se aproximou com um guarda-chuva enorme e colorido. Perguntou se estavámos indo longe e, sem esperar resposta, ofereceu metade do abrigo. A moça resmungou por causa da chuva e não aceitou.
Seguimos juntas a sra e eu até a esquina. Não nos falamos muito, apenas dividimos o caminho. Quando me despedi, ela disse: “Fernanda, é bom não andar sozinha na chuva”. Sorri, agradeci e segui, molhando um pouco mais os sapatos do que gostaria, mas estava tão feliz.
No fim do dia, fiquei pensando: Nossa! Como ela sabia o meu nome? Quantas vezes eu já chamei de acaso esse tipo de encontro? Mas quantas vezes percebi que havia um cuidado maior por trás, discreto, quase tímido, mas presente? Talvez coincidência seja apenas o nome que damos à delicadeza de Deus, quando Ele resolve andar devagarinho, "escondido" em pequenos gestos como um guarda-chuva compartilhado com uma estranha na esquina.
Fernanda
Impressionante quando acontecem esse "acasos", "coincidências" em nossas vidas! É mesmo pra refletir! beijos praianos, tudo de bom! chica
ResponderExcluirChica querida!
ExcluirRealmente, esses “acasos” ou coincidências têm uma maneira curiosa de nos fazer parar e pensar. Parecem pequenos sinais que a vida nos envia, chamando atenção para coisas que, de outro modo, passaríamos sem ver. Às vezes revelam caminhos, outras vezes só nos lembram que há mistérios gentis no cotidiano. Obrigada por trazer essa reflexão, aquece o coração ler essas palavras suas.
Beijos praianos com carinho, 😘
Acho teu pensamento fofo. "O cuidado de Deus" - bom, eu não acredito que Deus cuide de ninguém mas o fato de alguém acreditar que é cuidada por Deus, isso se torna um sentimento real para ela, e atraindo ocasiões vista como tal.
ResponderExcluirDesculpe "falar" assim, eu respeito qualquer crença religiosa (mesmo as que eu entendo serem estapafúrdias) pois bem sei que o sentimento religioso é uma força poderosa que habita o ser humano.
O sentimento é real, o que cada um faz com tal sentimento é que tenho reservas.
Mas achei teu relato incrível, já aconteceu muito comigo esse "cuidar de Deus", rs
Boa tarde querido Eduardo!
ExcluirSabe?
Gosto da tua clareza e do respeito com que tratas as crenças alheias. Mas deixa-me dizer uma coisa simples e um pouco provocadora meu amigo: tu mesmo contaste experiências que chamaste de “cuidar de Deus”. Não parece curioso que, mesmo sem querer, já tenhas nomeado esse cuidado?
Às vezes o ceticismo é um rótulo que mantemos por hábito; a experiência é outra coisa ela entra sem pedir licença. Se já sentiste algo que associaste a um cuidado superior, aí está um dado: não é preciso convencer a razão, basta reparar no que acontece. Talvez a dúvida seja, antes, o lugar onde essa presença se mostra de modo mais discreto e por isso mesmo confunde. Não quero te transformar nem discutir fé; 🥰 só te provocar com carinho: presta atenção a esses “acasos” que te emocionaram. Conta-me mais quando quiseres adoro ouvir essas pequenas evidências que fazem pensar.
Um abraço carinhoso,
🤗
Pequenas bênçãos, mas como todas, dignas de agradecimento.
ResponderExcluirBoa semana, Fernanda.
Verdade Cesar! Sou grata por tantas coisas e cada hora do dia, mais e mais. Bjinho
ExcluirAh! Se tu soubesses, Eduardo, quanto a graça divina opera no discreto ou naquilo que chamamos de coincidência! Mas isso é da tua conta; na verdade foi Ele mesmo(Deus), Fernanda, que veio ao teu encontro oferecendo-te uma carona no guarda-chuva colorido. Percebe? A graça divina difere do comum porque ela é algo extraordinário. Sinta-se protegida porque és filha dileta dele! Beijo!
ResponderExcluirMaria Luiza querida
ExcluirQue imagem tão linda e terna você trouxe! A graça que aparece disfarçada de coincidência, o universo que nos faz pequenos favores no instante certo. Obrigada por essa ternura que aqueceu meu coração: é tão consolador pensar que há um cuidado atento, suave, que se faz presente mesmo nas coisas mais simples um guarda-chuva colorido, uma carona oferecida pela vida.
Eu acredito demais no Pai do alto.
Eduardo, se me permites meu amigo, dirigir-me a ti também com doçura: não é estranho nem diminutivo sentir-se tocado por algo que chamamos de graça. Às vezes a verdade vem em pequenos sinais, em gestos que nos aliviam sem alarde. Se alguma vez já experimentaste essa sensação como citei, uma proteção, um acaso que te salvou talvez esse seja o jeito gentil pelo qual o mistério se revela a cada um de nós. Não exige rótulos, apenas reconhecimento.
Maria Luiza, tua palavra é um convite à esperança: lembrar aos irmãos que somos amparados é um gesto de amor. Continua a semear essa visão soprando leveza onde houver dúvida porque, muitas vezes, é na leveza da fala amiga que a fé encontra um lugar para morar.
Beijo grande, com muita gratidão por tanta doçura compartilhada.
Com carinho,
🤗🥰😘🙏🏻
Hola querida Fernanda, después de unos días de viaje regresé de mis vacaciones, y ya estoy por aquí, disfrutando de tus emociones, siempre tan profundas, e intensas.
ResponderExcluirSí que existen las casualidades, además, de gente solidaria que nos les importa compartir un paraguas, o incluso, unos momentos en compañía. Gente amable, y empática es un gusto encontrarse en el camino de la vida, siempre hacen los momentos más agradables, y por eso pensamos en Dios, en la bondad de las personas, se encuentra ese Dios que no nos abandona, querida amiga.
Gracias enormes por escribir con el corazón, siempre me llegas al alma, de verdad.
Que tengas un feliz mes de septiembre.
Besos enormes con cariño.
Querida María,
Excluirque alegria saber que voltou das férias e está novamente por aqui! Espero que tenha sido um tempo de descanso e de beleza.
Você tem toda razão: nas pequenas “casualidades” e nos gestos bondosos que encontramos pelo caminho está a presença de Deus, lembrando-nos de que nunca estamos sós. Cada gesto solidário é um abraço Dele em nosso coração.
Obrigada amiga, pelo seu carinho tão generoso, suas palavras sempre me aquecem a alma. Que setembro seja para você um mês de paz, luz e momentos felizes.
Um beijo enorme, com todo meu carinho 😘🙏🏻
Querida Fernanda,
ResponderExcluirA vida sempre nos surpreende. Há coisas que não compreendemos sim... mas nada acontece por acaso! Às vezes todos os astros se alinham para nos mostrar que o lado oculto da vida... e descobre um pouco o seu manto.
Alguém cuidou de ti para que a chuva não te molhasse. Não duvides!...
Um carinhoso abraço.
Querido Albino,
Excluirsuas palavras chegam como uma doce ternura e esperança. É verdade: nem sempre compreendemos o porquê dos caminhos, mas sentimos a mão do Pai que nos guia e protege. Da maneira que Ele nos abraça. Como uma senhora bondosa praticando a caridade. A vida tem dessas delicadezas que nos escapam à lógica, mas que o coração reconhece como cuidado e amor do Pai.
Recebo o seu abraço com gratidão e retribuo com o mesmo carinho.
🤗😘🙏🏻
Oi Fernanda!
ResponderExcluirQue legal seu relato.
Achei engraçado também você respondendo educadamente o Dudualdo.
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
Ele já foi presbítero de ifreja evangélica, mas hoje está quase ateizando,
Kkkkkkkkkkkkkk.
Sabe!
Vamos supor que não foi mesmo Deus que mandou a mulher lá te salvar com o garda-chuvas, mas ela, com um coração bondoso e agradecido resolveu fazer uma boa ação.
Tudo bem que tallvez ela acredite em Karma, e não fez isso pelos ensinamentos de Jesus, mas sim pelos ensinamentos de Sidarta Gautama... Bom... Aí temos um problema de reconhecimento de onde veio a boa ação.
Mas no fundo, tudo vem do bem.
Um abração, Fernanda.
André!
ExcluirRi muito com a sua explicação cheia de “possibilidades teológicas e filosóficas” 😂. Seja vindo de Jesus, de Sidarta ou do coração generoso dela, o que importa é que o gesto chegou até mim como cuidado e disso não tenho dúvida. No fundo, como você disse, tudo nasce do bem, e o bem sempre encontra um jeito de se manifestar. Porque o Bem é amor e amor é Deus! Ele cuida de cada um através do amor ao próximo né?
Um abração pra você também!
🤗😘
Boa tarde de paz, querida amiga Fernanda!
ResponderExcluirJá lhe disse que uma certa vez encontrei uma senhora na farmácia que foi um amor e até me chamou à casa para visitar... tinha quase 90...
Gosto de momentos assim de encontro com a alma do outro...
São inesquecíveis...
Na realidade, Deus nos coloca em encontros que nos possibilitem uma tomada de consciência, um tempinho com o nosso eu real, na realidade.
Chamar o outro pelo nome é um sopro do Espírito, muitas vezes, não é magia, é Deus conversando conosco...
Tenha um entardecer abençoado!
Beijinhos fraternos, Fernanda.
Oh minha querida!
ExcluirQue relato bonito, Roselia! Esses encontros inesperados carregam uma delicadeza única, como se fossem recados discretos de Deus para o nosso coração. Um simples olhar, um convite, até mesmo o gesto de chamar alguém pelo nome, transformam-se em bênçãos que nos lembram da presença divina no cotidiano. São memórias que ficam guardadas não apenas na lembrança, mas na alma.
🙏🏻😘
"Deus parece um menino brincando com os homens. (Dom Helder Câmara)
ResponderExcluirQuerida Roselia!
ExcluirQue frase forte e doce ao mesmo tempo! Dom Helder nos lembra que Deus também se revela na simplicidade do brincar, nesse movimento leve que nos convida a confiar mais e temer menos. Talvez a vida seja justamente isso: aprender a brincar de existir com o coração entregue.
Um beijinho
😘🙏🏻
Fernanda, deixa eu corrigir o André. Eu nunca fui presbítero porque eu saí da igreja antes, fui apenas um diácono que cursou teologia e iria ter uma carreira de pastor protestante. Mas a carreira não vingou...rs Não era minha vocação. Eu não poderia pregar uma coisa em que eu não acreditava, e eu tinha muitas discordâncias teóricas com a teologia ortodoxa da minha igreja.
ResponderExcluirCorreção feita, quero comentar o que você disse:
"tu mesmo contaste experiências que chamaste de “cuidar de Deus”. Não parece curioso que, mesmo sem querer, já tenhas nomeado esse cuidado?"
Eu disse isso como licença poética. Sim, eu tenho uma tendência ao ceticismo mas não sou um cético radical. Eu tenho minha tese sobre Deus mas ela não se adequa a essa imagem de Deus como pai que cuida dos seus filhos - mesmo porque, Deus não cuida.
Eu não consigo dizer que Deus me deu uma benção, que eu fui lembrado por ele, que ele teve o amor de me fazer um bem enquanto milhões de pessoas pelo mundo sofrem, morrem, são vítimas de males inomináveis. Cadê o cuidado de Deus com elas? Não posso acreditar num Deus que tenha preferência por filhos.
Sei que esse assunto é uma pedra no sapato da teologia cristã, já o discuti muito, já li muito e não cheguei a uma resposta que me acalmasse o coração. Então, como também não consigo ser de todo ateu, tive que reformular o conceito de Deus que fizesse sentido para mim.
Mas como te falei, as pessoas devem ser livres para acreditar no que acharem que lhes consola o coração. Na verdade, acho muito bonito pessoas que possuem uma fé inabalável em Deus.
Esses encontros acontecem na dinâmica social humana. Uma pessoa que te oferece um guarda-chuva. Uma pessoa que te dá a mão numa hora difícil. Tudo isso por ser tão humano, só pode ser divino...
Querido amigo, esteja sempre a vontade por aqui!
ExcluirEduardo, entendo muito bem o que você diz e respeito profundamente essa sua busca por coerência entre o que sente e o que acredita.
Acho bonito o seu jeito de olhar para Deus sem precisar forçar respostas prontas. Concordo que a ideia de um Deus que escolhe favorecer uns e deixar outros sofrer é difícil de aceitar; muitas vezes, o divino se manifesta de formas sutis, através da humanidade que se ajuda, do cuidado espontâneo, da compaixão que brota sem razão aparente.
“Cuidar de Deus” pode ser mesmo uma licença poética, mas talvez o que chamamos de Deus seja, em parte, essa força de amor que se revela nos pequenos gestos humanos. O que nos salva, conforta e inspira muitas vezes não vem de um ser que intervém, mas daquilo que nasce dentro de nós e nos outros, do sopro de bondade que transforma o cotidiano. A beleza está justamente na liberdade de cada um sentir, experimentar e nomear o divino de maneira que faça sentido para o próprio coração. E é inspirador ver como você consegue refletir com tanta honestidade, sem perder a sensibilidade para o que é humano e sagrado ao mesmo tempo.
Obrigada 🙏🏻😘