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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

✿Amor sempre....

✿Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

31 outubro, 2025

Por que não posto mais fotos dos meninos

Aleatoriamente um toque de poesia



Alguns me perguntam por que não posto mais fotos dos meninos e, quando apareço, é sempre de costas. A resposta é simples: eu sempre me preocupei com a exposição. Não é medo, é cuidado.

A verdade é que não conheço a internet. Ninguém conhece. É um mar imenso, onde navegam pessoas queridas, sim, mas também ondas de maldade disfarçadas de opinião. Outro dia, até o Felca comentou sobre isso e eu apoio totalmente.

Aqui, chegam mensagens cheias de carinho, e sou grata por cada uma🙏🏻. Mas há também aquelas que nunca publico, porque são feitas de pura maldade. Gente que sente prazer em pisar nos outros, como se fosse um passatempo triste. 
“Uma menina de rua que se acha, sempre será filha de ninguém”. Eu não ligo, de verdade.  Só trago isso ao texto como alerta, porque acredito que precisamos falar sobre o que se esconde nas entrelinhas do mundo virtual.

Recentemente, escrevi sobre a inveja. E sim, meus amigos, ela existe. Pasmem: eu tenho dó de quem sente.

Não escrevo por escrever. Escrevo porque amo. E talvez, justamente por isso, prefira mostrar o que é essência não aparência.

Às vezes, penso que a internet virou uma vitrine de ilusões. Muita gente expõe o que tem, o que veste, o que come, mas quase nunca o que sente. Eu não quero isso pra mim, nem pros meus. A vida real é tão mais bonita quando não precisa de plateia.

Minhas lembranças mais preciosas não estão salvas em nuvem nenhuma estão no coração. As risadas dos meninos, o jeito como um deles me abraça antes de dormir, o outro pedindo pra contar “só mais uma história”. Essas coisas não cabem em foto. Cabem em mim.

Talvez por isso eu apareça sempre de costas. Porque é assim que me sinto mais inteira: voltada pra dentro, pro que é verdadeiro, pro que não precisa ser provado.

Há quem ache exagero, mas pra mim é só um jeito de proteger o que amo. E proteger o amor, hoje em dia, é quase um ato de resistência.

Deixo que vejam o que quiserem, mas guardo pra mim o que é sagrado.

Precisamos parar e refletir: agredir os outros, seja lá de que forma for com palavras, ironias ou silêncios calculados é um ato que precisa ser analisado por um psicólogo, ou até por um psiquiatra. Isso não é normal.

Há algo profundamente adoecido em quem sente prazer em ferir. E o triste é que, muitas vezes, essas pessoas nem percebem o quanto estão presas em suas próprias dores, tentando espalhar o que não sabem curar.

Eu poderia simplesmente não escrever sobre isso. Poderia fingir que não vejo, que não me atinge. Mas seria desonesto comigo mesma. Já desisti de estar aqui uma vez, justamente por causa disso pela sensação de estar sendo observada não com olhos de afeto, mas de julgamento.

Hoje, não me assusta mais. Apenas me torna prudente.

Aprendi que prudência não é medo, é amor próprio. É colocar limites, não por fraqueza, mas por respeito à própria paz. E é nessa paz que sigo escrevendo não para agradar, nem para provar nada mas para lembrar, a mim e a quem quiser ler, que ainda há beleza em ser inteiro num mundo que parece gostar de metades.



Fernanda

13 comentários:

  1. Bom dia de paz querida amiga Fernanda!
    Já ia me arrumar para caminhar, esperei dar uma estiada na chuvinha, quando vi seu post.
    "Há algo profundamente adoecido em quem sente prazer em ferir."
    Coitados!
    Faz muito tempo que aprendi que os mal amados estão soltos, são as bruxas atuais...
    Um dia, num retiro, o padre deu um exemplo de humildade nos contando uma história real. Uma freira chegou num dos retiros toda vestida de verde, do cabelo aos olhos (lentes) e roupas (era de congregação que não usava hábito)... Todos a ridicularizavam... era justamente o que ela queria para não suscitar inveja...
    Sabe, querida, eu tinha um blog só dos filhos e um so dos netinhos, deletei, eles estão só para mim. São pérolas preciosas.
    Quanto a mim, estou como a religiosa sábia acima da historinha que o padre nos contou...
    Em quase vinte anos aprendi que quem é amigo sabe quem somos de verdade. É o que importa. Aos demais, paz e bem!
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos fraternos

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    1. Roselia, minha querida,

      que beleza ler suas palavras.
      Amei a história da religiosa vestida de verde… há tanta sabedoria nesse gesto silencioso de quem prefere a paz à disputa. Também acredito que quem é amigo verdadeiro já sabe quem somos, sem que precisemos provar nada. O resto, como você bem disse, fica entregue à luz e à consciência de cada um.
      Seguimos aprendendo a nos preservar sem endurecer o coração.

      Um beijo com carinho e gratidão,🙏🏻

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  2. Olá Fernanda, minha amigona!
    Então sô!
    Eu não sei bem se você está mesmo se protegendo agindo assim, ou provocando curiosidade nas pessoas e talvez até instigando mais inveja.
    Eu acho que mostrar detalhes da vida, tipo: Estou comendo no restaurante tal. Estou vestindo a calça da marca tal. Meu carro custa 400 mil. Hoje estou com vontade de tomar café no shoping. Isso sim a gente não deve colocar nas redes sociais.
    Mas mostrar a cara da gente, (não dos filhos), é uma coisa boa sim.
    Apaga o mito e a pessoa cai na vala comum onde todos se mostram.
    Como disse: Não devemnos mostrar nossa intimidade, mas a imagem da pessoa eu acho o certo.
    Mas não estou te criticando.
    Só tentando fazer você pensar.
    As vezes se mostrar, quebra o encanto até dos invejosos, que te veem como um ser misterioso.

    Um abraço!

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    1. Bom Dia, Andre, meu querido,

      Obrigada por sempre se importar e me trazer seu ponto de vista com tanto cuidado. 🙏🏻 Eu sei que suas palavras vêm de amizade e de preocupação comigo, e eu aprecio muito isso.

      Mas preciso ser honesta: cada um de nós tem seu jeito de existir e se mostrar ao mundo, e eu escolho o meu. Mostrar quem eu sou, um pedacinho da minha vida, não é sobre ostentação ou sobre quebrar mistérios, e muito menos sobre provocar inveja. Pelo contrário: quero que o que compartilho seja leve, verdadeiro e sem alimentar qualquer sentimento ruim nos outros. Minha escolha é simplesmente me sentir bem comigo mesma e manter minha essência intacta.e eu tenho esse direito. Todos tem!

      Entendo suas observações sobre cuidado com a exposição, mas meu mistério, minha vida e meus limites são meus, e não cabem a ninguém ditar como devo me mostrar. Posso ouvir opiniões, refletir, mas a decisão final é minha 👍 e espero que respeite isso, assim como eu respeito o seu jeito de ser.

      No fim, minha intenção não é encantar ninguém nem instigar inveja; é apenas viver com autenticidade, sem medo de existir e de ser eu mesma.
      Tente escrever o que não sente e veja se sairá!
      Cada "escritor", tem seu precioso jeitinho. E sabe?
      Sou o que sou e ponto.

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    2. Prezado André!
      Li atentamente seu comentário dirigido à minha filha e, antes de tudo, quero dizer que compreendo o tom de reflexão que você procurou transmitir. Todos nós, de alguma forma, buscamos o equilíbrio entre o que mostramos e o que preferimos resguardar nas redes sociais.
      No caso da minha filha, suas publicações sempre tiveram um propósito muito claro: compartilhar sentimentos, valores e reflexões que tocam o coração de quem lê. Ela nunca esteve interessada em expor sua vida pessoal, mas sim em inspirar pessoas a pensar, sentir e refletir sobre aquilo que é mais importante na vida: o amor. Amor no sentido mais sublime possível, aquele que nasce na Origem maior. E para isso ela compartilha muito do que viveu, muito do que experimentou no dia a dia nada fácil.
      Por experiências anteriores — em outro blog, há algum tempo — ela precisou lidar com situações bastante desagradáveis: comentários ofensivos, críticas destrutivas e até insultos gratuitos. Como pai, acompanhei tudo de perto, e foi com base nisso que a aconselhei a ativar a moderação de comentários.
      Essa escolha não tem relação com censura, nem com medo de opiniões contrárias. Trata-se, antes, de preservar um espaço de serenidade e respeito, onde as palavras mantenham o mesmo tom de delicadeza e sensibilidade que ela procura imprimir em seus textos. O objetivo é evitar que “ruídos” desnecessários desviem o foco do que realmente importa: a mensagem positiva e o sentimento sincero por trás de cada escrita.
      Embora eu raramente me manifeste publicamente em seu blog, acompanho cada publicação com atenção, admiração e orgulho paterno. É gratificante ver como ela consegue transformar experiências e emoções em palavras que tocam tantas pessoas — e, acima de tudo, faz isso com sinceridade e amor. E olha, o que ela posta no blog “é só a ponta do iceberg”. Há várias centenas de textos que nunca vieram à luz, e estão guardados no computador, em agendas, cadernos, e até em guardanapos.
      Agradeço o seu interesse e o diálogo respeitoso. Que possamos todos lembrar que cada pessoa tem o direito de escolher o modo como se expressa e se preserva. Às vezes, o silêncio e a discrição são apenas outra forma de sabedoria.
      Um abraço cordial,
      Wilson.

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    3. Olá Sr Wilson e Fernanda.
      Eu respeito muito a opinião de vocês.
      Quando dei exemplo de gente que fala de vida pessoal e ostenta alguma coisa, eu não estava falando da Fernanda.
      Me desculpem se pareceu ser dela que estava falando.
      Quanto a ela não querer aparecer, eu também entendo, afinal, o blog é dela, e ela sabe o que quer dele e de suas redes sociais.
      Eu apenas fiz um contraponto na opinião, porque os comentários do blog são pra trocar ideias, né?
      Mas entendo perfeitamente a opinião de vocês.

      Um abraço e tenham um ótimo final de semana.

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    4. Oi Andre,

      Fica tranquilo, eu entendi sim o espírito da sua mensagem. A troca de ideias é sempre bem-vinda, especialmente quando vem com respeito e boa intenção, como foi o caso.
      Cada um de nós tem um jeito de se expressar e de se mostrar, e é justamente essa diversidade de olhares que enriquece o diálogo.
      Meu pai, também se expressou! Achei fofo o jeitinho dele 🥰
      Andre! Obrigada por esclarecer e por manter o tom gentil é assim que a conversa segue leve, como deve ser.

      Um abraço e um bom fim de semana pra você também,🙏🏻

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  3. Partilho plenamente das tuas palavras querida Fernanda. A internet é um mundo onde entramos sem conhecer. entramos de olhos vendados, no preciso momento em que as tecnologias digitais, e outras, davam passos muito mais largos que nós.
    Era um mundo muito mais à frente. Aos poucos fomos conhecendo os seus labirintos, e rapidamente nos apercebemos também dos seus abismos.
    Sabe-se hoje, que 70% da criminalidade, se organiza utilizando os canais sombrios deste mundo onde navegamos.
    Mas também sabemos que nem todos dominamos todas as potencialidades que este mundo virtual coloca à disposição de todos nós. Então é nessa fenda, que pessoas mal intencionadas penetram para se insinuarem com falsidades, com os mais sofisticados métodos de persuação para conseguirem os seus fins.
    Todo o cuidado é pouco Nanda!...

    Um bom fim de semana para ti.
    Um carinhoso abraço.

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    1. Albino,

      sempre fico tocada pela lucidez das suas palavras.
      É verdade entramos nesse vasto mundo digital sem manual de instruções, e ele nos surpreende tanto pela beleza quanto pelos perigos que esconde. Com o tempo, a gente aprende a andar com mais consciência, escolhendo o que mostrar, o que calar e, principalmente, o que preservar.
      A segurança é importante, sim, mas também é o discernimento que nos protege esse olhar que vem da alma e não apenas da razão.

      Um abraço com carinho e gratidão pela presença sempre tão sábia,🙏🏻

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  4. Nanda, muito tempo mostrei fotos de toda família num dos meus blogs! Mas os tempos mudaram muito e temos que ter cuidados. E a danada da inveja existe de montão, mas o mais prejudicado é quem a sente, apesar de que eu fujo de pessoas invejosas. Aliás, cada vez mais bicho do mato estou e prefiro não me juntar... rs... Lindo fds!
    beijos praianos, chica

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    1. Chica querida,

      como compreendo cada linha do que você escreveu.
      Também sinto que os tempos mudaram e com eles, a forma de nos mostrarmos e de nos proteger. Antes, parecia haver uma inocência bonita em dividir tudo: família, risadas, momentos simples. Hoje, é preciso um olhar mais atento, quase intuitivo, para perceber o que ainda é partilha e o que já vira exposição.

      Você tem razão, a inveja existe silenciosa, disfarçada, e muitas vezes sem intenção consciente de ferir. Ainda assim, é uma energia que contamina. Também acredito que quem a sente é quem mais sofre, mas aprendi, como você, a manter distância quando o coração me avisa. É uma forma de amor próprio e de preservação da paz.

      Admiro esse seu jeito “bicho do mato”, que é, no fundo, um modo bonito de continuar sendo quem se é, sem perder a doçura.

      Um beijo com carinho e um fim de semana leve,
      🥰🙏🏻

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  5. Querida Fernanda
    Considero o seu texto de grande sabedoria, perante o mundo imenso que é a Internet. O que nele se publica jamais desaparece, pois no preciso momento em que é feito começa a multiplicar-se. Temos conhecimento de jovens, adultos, que jamais se vêem livres dessa praga. Quando se vai ao mar dizem-nos sempre para termos cuidado com esse grande gigante, porque num momento está manso e logo a seguir enfurece. Penso que é o mesmo cuidado que teremos de ter com a net. É algo que não controlamos.
    Minha querida, muito obrigada por nos fazer parte das suas preocupações. Compreendo-a totalmente e tem todo o meu carinho.
    O fim de semana está aí, desejo-lhe dias felizes, com todos da família.
    Beijinhos
    Olinda

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    1. Querida Olinda,

      suas palavras são sempre um sopro de sensatez e ternura. Amei a comparação com o mar tão perfeita! A internet realmente tem esse movimento imprevisível: ora parece calma e acolhedora, ora se transforma num oceano revolto, cheio de correntes ocultas. É preciso aprender a navegar sem se perder de si.

      Como você disse, o que colocamos nesse vasto mar nunca desaparece por completo; ele se espalha, ganha vida própria. Por isso, o cuidado se torna um gesto de amor amor por nós, pelos nossos, e até por quem nos lê.

      Agradeço por acolher o texto com tanta compreensão e delicadeza. Que o seu fim de semana também venha sereno, com o mesmo brilho manso das marés em paz.

      Um beijo com carinho e gratidão,😘🙏🏻

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)